A advogada e mediadora de conflitos Úrsula Freitas sempre esteve envolvida com textos jurídicos até ser provocada por um amigo roteirista que, percebido com a sua história pessoal e profissional, sugeriu que ela escrevesse um livro. Assim surgiu “Minha vida antes e depois da mediação” , que será lançado dia 16 de abril, quarta-feira, às 19h, na Janela Livraria, com uma roda de conversa com a autora e a jornalista Marina Araújo.
A ideia do livro surgiu durante um réveillon de 2019 e se concretizou durante uma pandemia, quando Úrsula começou a escrever e descobrir que a obra iria além de um registro autobiográfico e poderia servir como apoio para pessoas que enfrentam conflitos e não sabem por onde começar a resolvê-los. Ao longo das 127 páginas, a autora revisita momentos marcantes de sua vida, como sua juventude, a falta de estrutura familiar, o casamento precoce e a maternidade; além de apresentar casos que servem de exemplo de como a comunicação e o diálogo podem ajudar a encontrar uma solução.
– Durante muito tempo, pensei em como poderia ajudar ainda mais as pessoas que vivem em conflito, assim como eu vivi os meus por tantos anos. Neste livro, convido os leitores a refletirem sobre os debates, porque ele vai deixar a gente doente e, se mal administrado, perpetua-se no tempo. O diálogo é uma ferramenta poderosa, só precisamos usá-lo com sabedoria.”, afirma a autora.
Há mais de 16 anos ajudando pessoas a encontrar soluções consensuais para suas divergências, Úrsula, através de “Minha vida antes e depois da mediação”, desmistifica o papel do mediador e mostra uma alternativa eficaz ao modelo tradicional do Judiciário, muitas vezes desgastante e burocrático.
Na apresentação, o autor escreve: “Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 80% dos casos que estão na Justiça, não deveriam ser resolvidos de outra forma, mas quem não consegue estabelecer a comunicação, apesar de todo o cuidado do mediador em buscar os interesses comuns, não tem outra opção a não ser brigar.” Ao compartilhar sua experiência e os desafios enfrentados pela profissão, o livro se torna uma ferramenta de empoderamento para mediadores e para qualquer pessoa que queira compreender melhor essa prática.
A obra está dividida em duas partes: O Caos e A Mediação. Na primeira, ela contou um pouco de sua história e do caminho que levou a trabalhar com mediação de conflitos, primeiro dentro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e depois como iniciativa privada. Na segunda parte, ela explica tudo o que envolve o trabalho de mediação e os modelos que servem de orientação, baseados em três escolas: a Tradicional-Linear de Harvard – em que o mediador é um facilitador da comunicação para conseguir um diálogo -; o Transformativo de Bush e Folger – que destaca a importância do aspecto relacional -; e, por último, o Modelo Circular-Narrativo de Sara Cobb, que visa permitir conotações e compreensões diferenciadas sobre as ocorrências vivenciadas para a construção de uma outra história. Na segunda parte também estão 15 casos cuidadosamente selecionados pelo autor, sempre preservando a identidade dos envolvidos. Úrsula também fala de um novo horizonte, como educadora e do projeto Como Unir Com Ação – CUCA. que tem como objetivo divulgar uma comunicação eficiente que possa contribuir para reduzir conflitos e gerar mais harmonia em um mundo feito pela não escuta e violência.
“A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar” – Martin Luther King
“Temos de nos tornar a mudança que queremos ver” – Gandhi
Entre os casos envolvidos estão o casal que vive há 40 anos, pais de dois filhos, que resolvem se separar depois de um casamento que deu certo a vida inteira; outro sobre uma família que entra na guerra por conta de um inventário que envolve um espólio de R$ 70 milhões, a história de duas amigas de infância e um cachorro feroz e a de um pai em busca de refazer sua relação com uma filha. Dos 15 casos que Úrsula cuidou durante a pandemia, ela destacou dois.
Satisfeita com o resultado, a escritora acredita que o livro vai orientar as pessoas que não sabem como usar a mediação ou não têm conhecimento de sua importância.
– Hoje, através da mediação, sei que posso ajudar todos os que vivem como eu vivi e me preocupam cada vez mais em ampliar a possibilidade da comunicação para a construção de uma sociedade mais importante. – conclui Úrsula.
SOBRE A AUTORA
Ursula Freitas é formada em direito pela Universidade Cândido Mendes e advoga há 20 anos, e há 16 trabalha com mediação. Atualmente ela faz parte dos profissionais do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem. Também é professora e supervisora do curso de capacitação da Câmara de Mediação da FGV. E ainda é mediadora e parceira da empresa Mediar 360o.
SERVIÇO
Minha vida antes e depois da mediação
Autora: Úrsula Freitas
Editora: Lacre
Pré-venda disponível em: Editora Lacre
127 páginas
Preço: R$ 65
LANÇAMENTO
Dia 16/4 – 19h Janela Livraria – Rua Maria Angélica 171 – loja B
