Nos dias 15 e 16 de novembro, a Orquestra Sinfônica Brasileira leva mais um espetáculo da Série OSB 85 anos ao palco da Grande Sala da Cidade das Artes. Sob regência da maestra francesa Nathalie Marin, o repertório conta com obras de Louise Farrenc, Henri Tomasi e Maurice Ravel. O trombonista da OSB Eduardo Machado é o solista das apresentações.
A história de Louise Farrenc (1804 – 1875) não é das mais comuns: nascida em Paris, logo conquistou um prestígio raro para uma mulher de sua época, afirmando-se internacionalmente como pianista, compositora e professora num meio quase inteiramente masculino. Na década de 1840, a artista compôs nada menos do que três sinfonias, entre elas, a Op. 35, em Ré Maior, que será ouvida neste programa. Finalizada em 1845, a obra foi estreada no ano seguinte e emprega modelos estabelecidos por Mozart e Beethoven, tanto em termos de estrutura quanto de orquestração, embora o conteúdo musical seja bastante pessoal.
Respeitado compositor e regente, Henri Tomasi (1901 – 1971) é frequentemente lembrado ao lado de Maurice Ravel como um dos grandes coloristas orquestrais do século XX. Sua produção, rica e diversa, conta com uma generosa parcela dedicada aos sopros, categoria à qual pertence o Concerto para Trombone e Orquestra, recheio deste espetáculo. A abertura do concerto é bastante curiosa: de imediato, o ouvinte é capturado pelo solista, que se apresenta não em uma explosão virtuosística, mas com uma entrada chorosa e expressiva. A partir daí, tem início um diálogo com a orquestra em que a tensão ondula, mas nunca se dissipa totalmente.
A ideia de escrever uma grande valsa orquestral, segundo os modelos vienenses de Johann Strauss, começou a germinar na cabeça de Maurice Ravel (1875 – 1937) por volta de 1906. “Viena”, aliás, era o título inicial do projeto, que só começaria a ser escrito de fato em 1919. Nesse ínterim, o mundo, sobretudo a Europa, mudou radicalmente. Com o fim Primeira Guerra Mundial (na qual Ravel atuou, vale lembrar) a sensação de otimismo que pairava pelo continente foi substituída por uma melancolia difusa e a valsa, outrora símbolo do esplendor do Império Austro-Húngaro, tornou-se emblema de uma era colapsada. Esse percurso, no que ele tem de mais glorioso e de trágico, parece ter pervadido o processo composicional de “Viena”, rebatizada “La Valse”: ao longo da obra, a dança de ritmo ternário é explorada com toda elegância e charme que o gênero permite, mas também é levada a momentos febris de distorções vertiginosas.
PROGRAMA:
LOUISE FARRENC – Sinfonia nº 2
I. Andante sostenuto – Allegro
II. Adagio cantabile
III. Minuetto moderato
IV. Allegro assai
– INTERVALO –
HENRI TOMASI – Concerto para trombone
I. Andante e Scherzo – Valse
II. Nocturne
III. Tambourin
MAURICE RAVEL – La valse
SERVIÇO:
Série OSB 85 anos
- Dia 15 de novembro (sábado), às 19h
- Dia 16 de novembro (domingo), às 17h
- Local: Cidade das Artes (Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ)
- Ingressos:
- Plateia: R$60 (R$30 meia) | Frisa: R$50 (R$25 meia) | Camarote: R$40 (R$20 meia) | Galeria: R$30 (R$15 meia)
- Ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Arte e no site Sympla
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 85 anos de trajetória ininterrupta, a OSB é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos e apresentações especiais, além de um amplo projeto de educação musical e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação OSB conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale, Shell, Itaú, NTS – Nova Transportadora do Sudeste, Bermudes Advogados, Brookfield e CYMI como patrocinadores, Bradesco e Safra como patrocinadores de série, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais, como a Brookfield Properties com a exposição fotográfica itinerante gratuita “Orquestra Sinfônica Brasileira: é a música que nos rege”, em São Paulo e no Rio de Janeiro.