TV

Parte do time de edição de ‘Neymar: O Caos Perfeito’, cineasta Fernanda Schein fala de sucessos na Netflix, novos projetos e poder do Yoga no seu trabalho no cinema

Fernanda Schein

Do interior do Rio Grande do Sul para Los Angeles, Fernanda Schein se move através da arte. Ela coleciona premiações e um currículo de peso conquistados em uma ilha de edição, desde grandes produções da Netflix como “Neymar: O Caos Perfeito” lançado em janeiro na plataforma, até curtas envolventes como “I See You”, seu mais novo trabalho que já conta com dois grandes prêmios e está em exibição em Los Angeles.

Além dos efeitos especiais e recortes estratégicos, Fernanda aplica a filosofia do Yoga no cinema, prática que é instrutora desde 2009.

“Para eu fazer cinema, tenho que saber o que eu quero dizer para o mundo, porque quando lidamos com pessoas, estamos lidando com ego e podemos cair. Então ter como base essa filosofia me faz navegar por essa indústria sem me corromper por valores distorcidos”.

Gol no Streaming

Parte do dream team da Campfire, Fernanda recebeu a história de um dos brasileiros mais conhecidos do mundo, nas mãos, como assistente de montagem e coordenadora de tradução ao lado de Affonso Gonçalves, editor brasileiro indicado ao Oscar pela montagem de “Carol”. “Neymar: O Caos Perfeito”, série documental da Netflix estreou em janeiro de 2022 e está em evidência novamente após a convocação do jogador para a Copa do Mundo Qatar.

“Ter participado desse projeto foi ao mesmo tempo prazeroso, desafiador, e gratificante demais por esses dois motivos. O Neymar falou muito sobre a vontade dele de ganhar a Copa do Mundo, ter esse título na carreira dele. Então estou torcendo muito pelo hexa tanto pelo Brasil como um todo, mas também muito pelo Neymar” conta a cineasta, que está apostando suas fichas no hexa.

Do Brasil para o mundo

No Brasil, a editora atuou em produtoras importantes do mercado publicitário. Em produções comerciais, trabalhou com Giovanna Antonelli e Alexandre Borges, além do ídolo do esporte nacional Gustavo Kuerten, o Guga. Em 2014, a gaúcha decidiu que precisava de novas experiências e partiu para a Califórnia.

Em Los Angeles, fez mestrado na New York Film Academy. A partir daí, seguiu com trabalhos como freelancer em produções locais e internacionais premiadas, como o filme “Forbidden Wish”, melhor longa pelo Santa Monica Film Festival disponível no Prime Video e produções independentes, como “The Boy in The Mirror”, vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no California Women’s Film Festival.

Foi editora/montadora principal de projetos dirigidos por Rob Styles, como “A Social(Media) Construct” e “Sleeping Awake”. Agora está brilhando cada vez mais com o recém lançado “I See You”, com direção de Michael Carnick que está em seu sétimo trabalho com Fernanda. Em exibição, já é premiado como Melhor Curta de Comédia pelo Independent Short Awards – Los Angeles e Melhor Curta de Romance pelo International Indie Short Fest – Los Angeles.

O filme conta a história de um casal de senhores que se conhecem na UTI de um hospital e se apaixonam. O nome é uma brincadeira com ICU, UTI em inglês, que tem a mesma pronúncia de “I See You”. A direção é de O curta ainda será exibido em diversos festivais de cinema nos próximos meses.

De paraquedas no amor pela edição

Morando em Los Angeles desde 2014, a gaúcha se jogou na capital mundial do cinema, onde se consagrou como cineasta e principalmente como editora. Mas a paixão pela edição, seu processo favorito da produção, vem desde cedo e por uma coincidência.

Durante a faculdade de Publicidade e Propaganda, aos 18 anos, escolheu como matéria eletiva “Montagem Cinematográfica”, acreditando ser algo sobre a teoria do cinema. “Caí na edição por engano, mas me apaixonei completamente”, conta.

Yogini

Além de uma premiada cineasta, Fernanda Schein também é instrutora de Yoga desde 2009. Sua paixão pela filosofia e pela prática começou por acaso em 2007, quando teve uma fratura grave que a impediria de dançar pelos próximos 2 anos. Em pouco tempo, a prática foi de sua última opção para sua nova percepção de vida.

Muito além do alongamento, o yoga se tornou o estilo de vida da cineasta. “O que torna uma filosofia são as práticas comportamentais. Não praticar violência, não roubar ideias do próximo, não cometer excessos, buscar sempre falar a verdade, buscar a paz… Assim eu alinhei minhas duas profissões”.

Futuro

Sobre novos projetos, a editora se apaixonou pelo universo dos documentários: “Tenho muito prazer trabalhando com esse gênero, porque ele vive muito na edição”, diz. Apesar de ainda sonhar em fazer novelas e narrativas, pretende explorar mais o universo em que está.

Após a história de Neymar, Schein carimbou seu currículo para o streaming de vez com “Envenenados: O Perigo na Nossa Comida”, com estreia prevista para 2023 na Netflix. Será um longa-metragem documental, mas sem muitos detalhes ainda. Também em 2023 estreará o longa-metragem “Farewelling”, dirigido por Rodes Phire e o curta “Last Minute”, de Joel Junior.

Saiba mais sobre Fernanda Schein

https://fernandaschein.com/

www.instagram.com/feschein

Related posts

A Netflix planeja centrar a quarta temporada de sua série antológica “Monster”, criada por Ryan Murphy, no famoso caso criminal de Lizzie Borden de 1892. As filmagens devem começar no outono próximo, mesmo com a terceira temporada, que traz Charlie Hunnam interpretando Ed Gein, ainda aguardando estreia. O Duplo Homicídio de Fall River Em 4 de agosto de 1892, a tranquila cidade de Fall River, Massachusetts, foi abalada por um crime brutal que marcaria para sempre a história americana. Andrew Borden e sua segunda esposa, Abby, foram assassinados a golpes de machado em sua própria residência. Andrew sofreu entre 10 e 11 golpes fatais que desfiguraram completamente seu rosto, enquanto Abby recebeu aproximadamente 19 golpes cerca de 90 minutos antes. O crime chocou a comunidade local, especialmente considerando que Andrew era um empresário próspero, embora conhecido por seu temperamento rigoroso e avarento. Lizzie Borden, de 32 anos e filha de Andrew de seu primeiro casamento, descobriu o corpo do pai por volta das 11h15 da manhã. Desesperada, ela chamou a empregada doméstica, Bridget Sullivan, gritando: “Maggie, desça imediatamente! Venha rápido; papai está morto; alguém entrou e o matou!” A investigação posterior revelou diversas evidências suspeitas. Os detetives encontraram um machado no porão da residência que parecia ter sido deliberadamente limpo e depois coberto com poeira para simular desuso. Nos dias seguintes ao crime, Lizzie foi vista queimando um vestido, alegando que estava manchado de tinta. Este caso inspirou a famosa cantiga infantil: “Lizzie Borden pegou um machado e deu quarenta machadadas na mãe…” Apesar de ter sido presa e julgada pelos assassinatos em 1893, ela foi absolvida devido à falta de evidências conclusivas e falhas processuais, incluindo a incompetência da polícia local em coletar adequadamente impressões digitais da arma do crime. O caso permanece oficialmente sem solução, embora Lizzie continue sendo a principal suspeita. O Império do True Crime de Ryan Murphy Ryan Murphy estabeleceu-se como uma força dominante no gênero de crimes reais através de duas séries antológicas de grande sucesso. Sua primeira incursão no formato foi “American Crime Story”, que estreou em 2016 com “The People v. O.J. Simpson”, considerada por muitos críticos como seu trabalho mais refinado no gênero, devido à sua abordagem sutil de um caso amplamente midiatizado. Após esse sucesso inicial, Murphy e o co-criador Ian Brennan lançaram “Monster” na Netflix em 2022, iniciando com “The Jeffrey Dahmer Story”, estrelada por Evan Peters. A série tornou-se um fenômeno de audiência, alcançando 1 bilhão de horas assistidas em apenas 60 dias e se tornando a terceira série em inglês mais popular da plataforma na época. A antologia continuou com “The Lyle and Erik Menendez Story” (2024), com Javier Bardem e Chloë Sevigny como os pais assassinados, e Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch interpretando os irmãos. A terceira temporada, intitulada “The Original Monster”, apresentará Charlie Hunnam como Ed Gein. As produções de Murphy no gênero true crime têm recebido tanto aclamação crítica quanto sucesso comercial, com “The Jeffrey Dahmer Story” conquistando quatro indicações ao Globo de Ouro e seis indicações ao Emmy, incluindo vitórias para Evan Peters (Globo de Ouro de Melhor Ator) e Niecy Nash (Emmy de Melhor Atriz Coadjunte). Absolvição Controversa O julgamento de Lizzie Borden teve início em 5 de junho de 1893 e durou pouco mais de duas semanas, tornando-se um dos casos criminais mais amplamente cobertos pela mídia da época. Apesar das fortes evidências circunstanciais contra ela, a defesa de Borden conseguiu uma vitória crucial quando o painel de três juízes considerou inadmissível seu depoimento durante o inquérito inicial – repleto de contradições e alegações implausíveis – determinando que ela havia sido efetivamente tratada como prisioneira durante o interrogatório, sem as devidas advertências constitucionais. As instruções do juiz Dewey ao júri favoreceram claramente Borden, enfatizando a dependência da acusação em provas circunstanciais e descartando suas declarações inconsistentes como “compreensíveis dadas as circunstâncias traumáticas”. Após deliberar por menos de uma hora, o júri retornou com um veredicto de inocente em 20 de junho de 1893. Grupos de mulheres defenderam Borden durante todo o processo, especialmente a União Cristã Feminina de Temperança e ativistas sufragistas, que protestaram argumentando que ela não seria julgada por um verdadeiro júri de seus pares, já que mulheres não podiam servir em júris na época. Embora legalmente exonerada, Borden permaneceu sob suspeita pública, com historiadores continuando a especular sobre teorias alternativas, incluindo a possibilidade de que sua irmã Emma tenha cometido os assassinatos ou contratado um assassino – cenários que os promotores não exploraram completamente durante o julgamento.

Terceira temporada de “Round 6” quebra recordes com mais de 100 milhões de visualizações em apenas 10 dias

Alex Moczy interpreta judeu tessalonicense em “Paulo, o Apóstolo”