Algumas pessoas conhecemos desde sempre, mesmo que sigam caminhos paralelos ao nosso. De longe, acompanhamos suas vidas, vibramos suas conquistas, choramos suas dores. Hoje, as redes sociais permitem isso. Nunca perdi Patrícia de vista. Seu sorriso largo e meigo emana simpatia, a doçura na voz aquieta nossa alma. Na adolescência, tivemos muitos amigos em comum, convivemos no mesmo círculo, mas não tínhamos contato diário.
Anos depois, década de 1990, uma tragédia: o assassinato de seu marido, DJ famoso, que marcou toda a nossa geração. Ela estava grávida, repleta de sonhos. Onde buscar forças para superar tanta dor e seguir em frente? A resposta está nesse livro, “O Trampolim”, uma verdadeira lição de vida. O trauma pavimentou a caminhada de Patrícia, refinou seu olhar para os detalhes do dia a dia e sentimentos que agora podemos ler em forma de lembranças salpicadas nessas páginas. Experiência, vivência, resistência, aprendizado. A cicatriz está ali mas ela transformou a dor, venceu e fez valer o significado do verbo reconstruir. Patty casou novamente e teve mais filhos completando seu quarteto e, através deles, nos reaproximamos nessa nova fase da vida.
Beth Garcia, Jornalista
Desde pequena, Patrícia Gurjão Bonaparte costumava usar o “não” como fuga para novos desafios. E a imagem mais emblemática desta negativa era o trampolim que ela se recusava a pular, na aula de natação, em Porto Rico, quando morou com os pais ainda criança. Agora, aos 54 anos, e com nome artístico, Patty Bonaparte decidiu deixar o “não” de lado e encarar alguns desafios. O maior foi escrever seu primeiro livro “O Trampolim”, pela editora Lacre. A noite de autógrafos acontece no Rio de Janeiro dia 28 de agosto, quarta-feira, a partir das 18h30 na Livraria Travessa do Shopping Leblon. Depois, é a vez de São Paulo, dia 18 de setembro, no mesmo horário, na Travessa do Shopping Iguatemi.
O livro é dedicado à avó materna, Dulce, uma referência em sua vida. Ao longo de 175 páginas Patty apresenta, em textos curtos, pequenas crônicas sobre a sua vida. Ali estão lembranças da sua infância, a relação com o pai, a decisão de estudar Administração e depois Psicologia, o nascimento dos quatro filhos e os “nãos” que a consumiram.
Não é à toa que o texto de abertura é “Trampolín, no!”. Nele, a autora descreve o medo infantil de pular na piscina como metáfora para iniciar a série de histórias e acontecimentos que a empurraram a tomar decisões. A morte do pai, de infarto, o sequestro e morte do primeiro marido, quando estava grávida de quatro meses e o incêndio que atingiu o irmão e o deixou internado em estado grave, aconteceram em um período de dois anos, quando ela tinha em torno de 25 anos. Já mais velha, Patty viveria outro momento de tensão, quando, na pandemia, seu atual marido, Cláudio, ficou internado, em estado grave, por conta da Covid-19. Mas, ao contrário do que pode parecer, os relatos não são feitos em tom de compaixão ou pena, mas como fatos que a impulsionaram, de alguma forma, a sair da sua zona de conforto.
— Se algo era mais difícil ou eu tinha que me expor, eu recuava e sempre tive muitos medos, que me travaram. A quebra disso foi feita através de muita terapia. Eu ficava me perguntando “como assim essa pessoa escreveu um livro?”. Até que um dia eu me toquei de que era eu quem me limitava. Então cheguei na minha terapeuta e disse: “eu vou escrever um livro”. – confessa.
Ao longo dos anos, Patty vem vencendo alguns medos e aprendendo a trocar o não pelo sim e se jogar a desafios. Superou o pânico de cachorro – que tinha desde criança – e agora, inclusive, é dona do Elvis, da raça Lulu da Pomerânia. Adotou a yoga como prática esportiva e hoje fica até de cabeça para baixo, algo que disse que não faria. Pequenas vitórias, importantes principalmente para ela. “Hoje eu tenho que ser eu, independente de qualquer coisa”. diz.
A AUTORA
Patty Bonaparte é formada em administração e Psicologia, trabalha com atendimento psicológico clínico para jovens e adultos. Quando criança, morou em vários países, por conta do trabalho do pai, publicitário de uma multinacional. Casou a primeira vez em 1995 e ficou viúva no ano seguinte, ainda grávida da primeira filha. Depois se casou novamente em 2002 e teve mais três filhos. Hoje administra seu consultório e tem os filhos Maria Carolina (27 anos), Maria Claudia (25), Guilherme (19) e Eduardo (18) como sua maior realização.
A EDITORA
Lacre é o braço editorial do Estúdio F Design, Comunicação e Edição Ltda., empresa carioca com 21 anos de experiência. Sob a direção de Flávia Portela – jornalista e designer, a editora publica livros nas áreas de artes, ciências, biografias, romances, poesia, jornalístico, autoajuda e infanto-juvenil. Entre as obras publicadas, estão: “Jogados ao Mar”, de Cristovam Buarque; “Vozes à Flor da Pele”, da jornalista e humanitária internacional, Fernanda Baumhardt; “Poemas e desenhos inéditos” do imortal Ivan Junqueira; “Corações Gentis”, de Eduardo Neiva; e “Rico, o embaixador do surfe”, biografia do surfista e empresário Rico de Souza, entre outros.
O TRAMPOLIM
Patty Bonaparte | Editora Lacre | 175 páginas | Em torno de R$64
LANÇAMENTO:
Rio de Janeiro | Dia 28 de agosto – quarta-feira – 19h
LIvraria Travessa Shopping Leblon – 2o piso
Rua Afrânio de Melo Franco 290 – Leblon
SÃO PAULO | Dia 18 de Setembro – quarta-feira – 19h
Travessa Shopping Iguatemi
Av. Brig. Faria Lima, 2232 – Jardim Paulistano