“Pelada – A hora da gaymada” volta à cena na Zona Norte carioca em temporada popular

Após participação na Virada Cultural de São Paulo e curta temporada no Teatro Dulcina, no Centro do Rio de Janeiro, a premiada comédia circula por cidades fluminenses através do edital Sesc Pulsar.

por Redação
Pelada - A hora da gaymada

Espetáculo vencedor do Prêmio Shell de Teatro/RJ na categoria Música (Muato – pela direção musical, percussão corporal e trilha original) e no Prêmio do Humor/RJ nas categorias Melhor TextoMelhor Direção e Melhor Espetáculo, “Pelada – A hora da Gaymada” reforça sua vocação para fazer o público refletir através do bom humor e segue agora sua trajetória alcançando novas plateias através do Edital Sesc Pulsar. Idealizada e dirigida por Orlando Caldeira e escrita por Eudes Veloso, a peça traz na raiz o tom de comédia que, sem ridicularizar, cria e brinca com estereótipos para contar uma típica história do subúrbio carioca. No dia 08 de novembro será apresentado no Sesc Ramos (Espaço Multiuso) às 19h e no dia 09 de novembro no Teatro do Sesc Madureira às 16h.

A dramaturgia apresenta os bastidores da disputa de dois times pelo uso do ‘Campo do Furão’, em Olaria, bairro da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, antes que uma empreiteira o compre e destrua. Um embate por ocupação de espaço entre o time de futebol, que joga desde a criação do campo há 40 anos, e o time LGBTQIAPN+ de queimado, que tem o desejo de realizar o primeiro Campeonato de ‘Gaymada’ da região. Além do clima de disputa pelo campo, entra em cena também as divergências entre os jogadores – algumas vezes, até no vestiário. E momentos de estranhamento entre gays e héteros se fazem presente na história.

“A gente escolhe, a partir do riso, mostrar o ridículo do ser humano. Nesse caso, estamos falando do ridículo desta heterossexualidade que precisa ser revisada e que só atrapalha o desenvolvimento pessoal de cada um, inclusive do próprio homem hétero a expressar suas subjetividades. E como este comportamento também é violento com o corpo da mulher, do gay e das pessoas transexuais, escolhemos o riso para fazer esta análise”, antecipa o diretor Orlando Caldeira.

Embora seja bastante popular em alguns bairros no subúrbio, sendo disputado até em torneios e campeonatos regionais, a ‘gaymada’ ainda é desconhecida por muitas pessoas. “No elenco temos dois atores que praticam já há algum tempo, o Aleh Silva e o Guilherme Canellas. Eles são artistas circenses oriundos da Baixada Fluminense e acho importante que tenhamos o lugar de legitimidade da fala deles, que são praticantes, apresentando esta cultura para além de um esporte, mas também como um espaço de resistência. A Gaymada é um lugar de construção de narrativa preta gay suburbana”, ressalta Caldeira.

Na concepção do espetáculo, a busca é por revelar a poesia e diversidade do povo suburbano e promover a sua identificação com uma obra artística criada a partir de histórias sobre seu cotidiano. Com linguagem popular, porém fugindo de caricaturas que diminuem a beleza e potência criativa encontrada nas periferias brasileiras.

Essa é a nova parceria do diretor com o Complexo Negra Palavra, um grupo artístico multilinguagem, que acredita na potência de novas narrativas e, em especial, as de subúrbio e da cultura afro-brasileira. “Hoje o Complexo tem duas linhas de trabalho e pesquisa: uma é o poema-em-cena e a outra é a comédia. ‘Pelada – A Hora da Gaymada’ é a nossa primeira investigação sobre comicidade. Um texto nosso, com a nossa cara, que vai além da diversão e do entretenimento, provoca uma reflexão sobre um assunto cada vez mais urgente. E provocando muita risada, a gente pode chegar em algum lugar… É a nossa tentativa”, explica Eudes Veloso, autor do texto do espetáculo e um dos diretores artísticos do ‘Negra Palavra’.

“PELADA – A HORA DA GAYMADA”

SERVIÇO
08/11 (sexta-feira) – Sesc Ramos / Espaço Multiuso – 19h
09/11 (sábado) – Sesc Madureira / Teatro – 16h

Ingressos: 
R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia entrada para casos previstos por lei)
Gratuito (crianças e jovens até 16 anos, credencial plena e PCG)

Bilheteria – Horário de funcionamento:
Terça a sexta – de 7h às 19h30; Sábados – de 9h às 19h; Domingos – de 9h às 18h
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos

FICHA TÉCNICA:

  • Direção Geral, Direção de Movimento e Idealização |  ORLANDO CALDEIRA
  • Texto |  EUDES VELOSO
  • Dramaturgia |  EUDES VELOSO, ORLANDO CALDEIRA e PATRICK SONATA
  • Diretor Assistente |  JORGE OLIVEIRA
  • Elenco |        ADRIANO TORRES, ALEH SILVA, DJEFERSON MENDES, EUDES VELOSO, GUILHERME CANELLAS, LUCAS SAMPAIO, RAPHAEL ELIAS, RODRIGO ÁTILA, RODRIGO BARIZON e THIAGO HYPOLITO
  • Direção Musical, Percussão Corporal e Trilha Sonora |  MUATO
  • Direção de Arte |  RAPHAEL ELIAS
  • Cenógrafo/Cenotécnico |  UIRÁ CLEMENTE
  • Assistente de Cenografia |  RAQUEL CLEMENTE
  • Figurino |  JÚLIA MARQUES
  • Assistente de Figurino |  CLARA GARRITANO
  • Iluminador |  PEDRO CARNEIRO
  • Projeto Gráfico |  RAQUEL ALVARENGA
  • Assessoria de Imprensa |  MARROM GLACÊ COMUNICAÇÃO

 MINIDOCUMENTÁRIO

  • Roteiro e Direção |  ORLANDO CALDEIRA
  • Direção |  MARCELA RODRIGUES
  • Roteiro, Montagem e Edição |  EUDES VELOSO
  • Edição |  THAYSA LOTA
  • Cinegrafistas |  MARCELA RODRIGUES e THAYSA LOTA
  • Operação de Drone |  KARAN CABRAL
  • Trilha Sonora |  MUATO
  •  Produção Master |  FERNANDA XAVIER
  • Produção Técnica |  JORGE OLIVEIRA
  • Direção de Produção |  EUDES VELOSO
  • Realização |  COMPLEXO NEGRA PALAVRA e SAIDEIRA PRODUÇÕES

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