Estrear uma coluna é sempre um desafio. Mais do que escolher temas, é sobre dividir com o público um pouco da nossa história, nossas referências e as pessoas que nos inspiraram. Hoje é dia de estreia da Poltrona TV aqui no Sopa Cultural, e não poderia começar de outra forma: contando de onde vem esse nome e por que ele significa tanto para mim.
Sou Ana Magal, carioca com alma paulistana, jornalista digital, escritora, blogueira raiz (daqueles tempos de glitter no layout) e, mais recentemente, Assessora de Imprensa. Minha relação com séries e cinema sempre foi intensa. Sou da Geração X, aquela que cresceu em frente a uma TV, então a paixão vem desde a infância e levei isso para vida, e para a profissão. Comecei a escrever em blogs em 1999, quando a blogosfera ainda engatinhava no Brasil (ou melhor, quando ainda existia o termo Blogosfera). Falei de tudo um pouco: minha vida pessoal, estudos, carreira, moda, feminino, contos, crônicas e claro, cinema e TV. Aí quando comecei a escrever sobre as séries e filmes que eu assistia nunca mais deixei de lado o prazer de comentar, analisar e compartilhar minhas paixões de telinha, e telona.
O Poltrona TV nasceu oficialmente quando escrevia para o site Notícias do Rio (que não está mais no ar). Mas a ideia de falar sobre TV vem muito antes disso. Veio de acompanhar, torcer e conhecer um ídolo, e minha referência no universo televisivo, que moldou minha forma de olhar a televisão: Ale Rocha. Ale foi crítico de TV e criador/editor do site Poltrona.tv, o maior blog sobre televisão do Brasil, foi colunista do Yahoo!, jurado de prêmios importantes e muito mais. E pasmem: foi um dos primeiros (se não o primeiro) comentaristas do reality A Fazenda, na Record TV.
Ale Rocha e seu livro Poltrona / Reprodução da internet
Ale foi um dos grandes nomes da crítica televisiva no país. Inteligente, apaixonado e generoso com quem estava começando, ele foi um verdadeiro mentor para mim. Sua trajetória, infelizmente interrompida cedo demais, deixou uma marca profunda em todos que acompanharam sua escrita e sua luta pela vida. Batizar minha coluna com esse nome foi e continua sendo uma forma de homenagem.
Ele foi diagnosticado com hipertensão arterial pulmonar idiopática em 2005 e mesmo assim enfrentou sua doença com coragem e transparência, compartilhando sua jornada de saúde com seus mais de 18 mil seguidores no antigo Twitter. Apesar de ter passado por um transplante de pulmão em 2011, ocorreram complicações decorrentes da cirurgia que infelizmente levaram ao seu falecimento prematuro aos 34 anos, deixando esposa e um filhinho, de então 4 anos. A morte de Ale Rocha foi uma perda imensa para a comunidade de crítica televisiva e para todos que o conheciam, deixando um legado inesquecível no mundo da TV brasileira.
E foi com esse legado do Ale que juntei forças dentro de mim e comecei a fazer minhas ‘próprias críticas’. Passei por várias fases como blogueira e até que virei colunista: do, já ‘falecido’ site Coolture News, onde escrevi sobre séries (o Coolture ganhou o prêmio de melhor revista digital em cultura pop na primeira edição do Prêmio Codex de Ouro). Dali para frente a vida foi mudando e o trabalho e estudos, não me deixavam com tempo de cuidar do meu blog. Migrei para várias plataformas e falei de vários assuntos. Até que cheguei no Medium falando de temas mais pessoais, mas confesso que fiquei um tempo sem espaço fixo para falar desse universo que tanto amo que é a TV e o cinema. Agora, inicio uma nova fase com a coluna Poltrona TV retornando em parceria com o Sopa Cultural, um site reconhecido e respeitado por quem acompanha cultura no Brasil.
Aqui, a coluna será publicada todas às quartas e sextas-feiras — e, quem sabe, em edições especiais quando surgir algo extraordinário. Hoje, como estreia, trago essa apresentação e um pequeno resumo dos grandes acontecimentos e lançamentos das séries por aí. Quarta-feira que vem, dia 27, começarei oficialmente a mergulhar nas séries e no cinema com o olhar opinativo que sempre marcou minha escrita.
Voltar com o Poltrona TV (sim, sempre vou chamar no masculino em homenagem ao site do Ale) é mais do que retomar uma coluna: é reviver memórias, reafirmar paixões e, sobretudo, seguir um legado.
Agora vambora falar de série!
House of Guinness (Netflix) – estreia em setembro 2025
Se você ficou órfão de Peaky Blinders, pode anotar a data: 25 de setembro de 2025. É quando estreia House of Guinness, nova série de Steven Knight, que agora mergulha na história real da família por trás da cerveja irlandesa mais famosa do mundo. Briga de irmãos, disputas de poder e drama histórico são a receita — e tudo indica que o público vai se viciar de novo.
O que mais chama a atenção é como Knight parece repetir a fórmula de sucesso dos Shelby, mas em outro terreno: em vez de Birmingham, o cenário é Dublin e Nova York; no lugar dos gangsters, uma família dividida entre negócios e legado. A promessa é de drama intenso, e fica a expectativa de se tornar o próximo vício coletivo da Netflix.
The Pitt – 2ª temporada (HBO Max) – estreia em 2026
A HBO Max soltou o teaser da segunda temporada de The Pitt, e já deu pra sentir que o caos está só começando no hospital de Pittsburgh. O Dr. Frank Langdon (Noah Wyle) retorna em meio à desconfiança dos colegas e à tensão com Robby, enquanto novos personagens chegam para esquentar ainda mais a emergência. A estreia é em 8 de janeiro de 2026 — e pelo clima da prévia, vem explosão por aí (literalmente).
Se na primeira temporada a série surpreendeu com realismo e ritmo frenético, agora a aposta é aumentar ainda mais a intensidade. The Pitt promete não só casos médicos extremos, mas também uma camada emocional forte — afinal, as feridas do passado de Langdon ainda estão abertas. Para quem gosta de séries hospitalares com um tempero extra de drama e adrenalina, vale ficar de olho.
Agente Butterfly (Prime Video) – já disponível na plataforma
Quinze anos depois de Lost, Daniel Dae Kim finalmente ganha o protagonismo que merecia em Agente Butterfly. Ele interpreta David Jung, um espião americano de origem coreana que volta ao país natal em meio a intrigas, ação e dilemas familiares. Gravada em diversas cidades da Coreia do Sul, a série mistura espionagem, drama e representatividade, sendo apontada como o melhor trabalho do ator desde os tempos de ilha misteriosa.
E o melhor: Agente Butterfly já está disponível no Prime Vídeo — e eu mesma já assisti a série todinha, então em breve vai ter resenha completa aqui na coluna. Por enquanto, posso adiantar que a série entrega ação de peso, mas também abre espaço para questões mais humanas, como identidade e família. É aquele tipo de produção que equilibra entretenimento com reflexão, e vale maratonar.
Segue comigo, porque maratona boa é maratona comentada.
Quarta-feira que vem, dia 27, começam as resenhas oficialmente!
Carioca com alma paulista. Jornalista Digital, Assessora de Imprensa, Escritora, Blogueira e Nerd. Viciada em séries de TV, chocolate, coxinha & Pepsi.