O Prêmio Shell de Teatro, uma das premiações mais tradicionais da classe teatral brasileira, divulga nesta segunda-feira, 15/12, a lista de indicados do segundo período de sua 36ª edição. Reconhecendo a excelência da criação cênica brasileira desde 1988, as indicações contemplam artistas e produções das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, destacando montagens que se afirmaram pela consistência estética, inventividade e relevância cultural ao longo da temporada.
Neste segundo ciclo, a lista reúne 25 espetáculos, reconhece 40 profissionais e apresenta uma rara convergência de excelência: três espetáculos lideram as indicações, cada um com três nomeações, distribuídas entre os júris do Rio de Janeiro e de São Paulo. São eles: O Motociclista no Globo da Morte, João e (Um) Ensaio Sobre a Cegueira. As indicações abrangem dramaturgia, direção, atuação, figurino, música e iluminação, comprovando a amplitude técnica e estética da produção teatral recente.
No Rio, O Motociclista no Globo da Morte é destaque com indicações para
Representando São Paulo, João também reúne três indicações: Ator (Dudu Galvão), Atriz (Marina Mathey) e Música (Marco França). O espetáculo constrói uma narrativa sensível sobre identidade, memória e amadurecimento, combinando dramaturgia intimista e música ao vivo para acompanhar a trajetória emocional do personagem-título.
Ultrapassando as fronteiras entre Rio de Janeiro e São Paulo, (Um) Ensaio Sobre a Cegueira é o único espetáculo presente nas listas de indicados das duas praças. A montagem concorre no Rio de Janeiro nas categorias Atriz (Fernanda Vianna) e Música (Federico Puppi) e, em São Paulo, em Direção (Rodrigo Portella). Baseada no romance de José Saramago, a adaptação transforma a metáfora da “cegueira branca” em uma experiência cênica sensorial e contundente sobre o colapso moral e social, consolidando seu impacto em âmbito nacional.
“Chegar à 36ª edição do Prêmio Shell de Teatro é reafirmar a força e a relevância da arte brasileira. Ao longo de quase quatro décadas, o prêmio tem acompanhado a transformação dos nossos palcos, reconhecendo artistas e produções que expressam a pluralidade do país. Esta edição reflete um teatro vivo, que se reinventa, dialoga com o seu tempo e faz da diversidade o centro da criação. Para a Shell, seguir incentivando essa trajetória é renovar, a cada ano, nosso compromisso com a cultura”, afirma Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Marca da Shell Brasil.
A categoria Energia que Vem da Gente reafirma o papel do Prêmio Shell de Teatro em reconhecer iniciativas que utilizam o teatro como prática de mobilização, democratização do acesso e transformação social. No Rio de Janeiro, o projeto Caminhos da Cena: uma Maratona Estudantil, de Carla Costa, incentiva o acesso de artistas em formação a espetáculos em diferentes territórios do estado, enquanto Teatro a Varejo!, de Fernando Maatz e da Anti Companhia, leva peças curtas e populares ao centro comercial da cidade.
Em São Paulo, a Esquadrilha Marginália é reconhecida pela criação do espetáculo Favela de Barro – Instáveis Moradias em Queda, que restitui protagonismo a vozes historicamente silenciadas ao retratar a favela como potência cultural e política, e Leda Maria Martins é indicada por sua pesquisa e orientação artística, que unem produção de conhecimento e compromisso social na valorização das performances afro-diaspóricas tradicionais e contemporâneas.
A Força da Pluralidade no Teatro Brasileiro
Esta edição do Prêmio Shell de Teatro é marcada pela pluralidade das vozes que moldam a cena teatral brasileira, com obras indicadas que abordam vivências negras e periféricas, e com número crescente de mulheres presentes no evento. A 36ª premiação irá contar ainda com homenagem prestada à Zezé Motta, artista cuja trajetória atravessa décadas e permanece como referência de presença e potência negra nos palcos e nas telas do país.
Entre as produções indicadas no segundo período, espetáculos como “Negra Palavra – Poesia do Samba”, “A Boca que Tudo Come (Do Cárcere às Ruas)” e “Favela de Barro” reafirmam esse movimento ao abordar vivências negras e periféricas que transformam experiência social em linguagem artística. Estas obras, vindas de diferentes territórios e estéticas, revelam um teatro atento ao presente e comprometido com a escuta do país real.
A diversidade segue forte no compromisso e legado do Prêmio Shell de Teatro. Entre os indicados desse ciclo estão 18 mulheres em funções centrais em direção, dramaturgia, atuação, figurino, iluminação e projetos socioculturais. Carolina Virgüez, vencedora em 2015, retorna na categoria de Melhor Atriz com “Veias Abertas 60 30 15”, enquanto Ana Luzia Molinari de Simoni, premiada na edição anterior, volta em Iluminação com “O Motociclista no Globo da Morte”. Ao total, a 36ª edição reúne 42 mulheres indicadas em diferentes categorias.
Prêmio Shell de Teatro
Criado e realizado pela Shell Brasil desde 1988, o Prêmio Shell de Teatro é uma iniciativa proprietária da companhia e o mais longevo reconhecimento das artes cênicas em atividade no Brasil. Anualmente, contempla produções nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, premiando profissionais em categorias como Dramaturgia, Direção, Atuação, Cenário, Figurino, Iluminação, Música e Iniciativas de Impacto Social. Em 2023, o prêmio ampliou sua atuação com a criação da categoria Destaque Nacional, voltada a reconhecer espetáculos e artistas de outras regiões do país, fora do eixo Rio-São Paulo. Ao longo de mais de três décadas, o Prêmio Shell tem acompanhado as transformações da cena teatral brasileira, incentivando a diversidade estética, a inovação e o compromisso social da criação artística. A iniciativa reafirma o apoio contínuo da Shell à cultura como força crítica, criativa e transformadora.
Confira abaixo a lista completa de indicados:
INDICAÇÕES 36º PST – RJ – 2º período
DRAMATURGIA
– Leonardo Netto – O Motociclista no Globo da Morte
– Carolina Lavigne e Ricardo Santos – O Nome do Rato
DIREÇÃO
– Christiane Jatahy – Um Julgamento – Depois do Inimigo do Povo
– Juliana França – Cabeça de Porco – Retratos de Um Território
ATOR
– Eduardo Moscovis – O Motociclista no Globo da Morte
– Lucas Sampaio – Negra Palavra – Poesia do Samba
ATRIZ
– Carolina Virgüez – Veias Abertas 60 – 30 – 15
– Fernanda Vianna – (Um) Ensaio Sobre a Cegueira
CENÁRIO
– André Cortez – Djavan, o Musical: Vidas pra Contar
– Ricardo Rocha – Alma
FIGURINO
– Ananda Almeida e Raphael Elias – Negra Palavra – Poesia do Samba
– Almir França e Marcelo Olinto – A Construção
ILUMINAÇÃO
– Marina Arthuzzi – Velocidade
– Ana Luzia Molinari de Simoni – O Motociclista no Globo da Morte
MÚSICA
– Federico Puppi – pela direção musical, trilha original e paisagem sonora de “(Um) Ensaio Sobre a Cegueira”
– Gustavo Corsi – pela direção musical e música ao vivo de “O Sermão de Santo Antônio aos Peixes”
ENERGIA QUE VEM DA GENTE
– Carla Costa pelo projeto Caminhos da Cena: uma Maratona Estudantil, por incentivar a democratização do acesso de artistas em formação a espetáculos no Estado do Rio de Janeiro.
– Fernando Maatz e Anti
INDICAÇÕES 36º PST – SP – 2º período
DRAMATURGIA
– Michelle Ferreira por “Valência = 2 Homens + 1 Cooler”
DIREÇÃO
– Rodrigo Portella por “(Um) Ensaio Sobre a Cegueira”
– Amanda Lyra por “Estratagemas Desesperados”
ATOR
– Gustavo Damasceno por “Outra Revolução dos Bichos”
– Renato Livera por “Deserto”
– Dudu Galvão por “João”
ATRIZ
– Marina Mathey por “João”
– Pâmela Côto por “Mamão Papai”
CENÁRIO
– Luiz Fernando Marques (Lubi) por “Macuco”
– Telumi Hellen por “A Boca que Tudo Come (Do Cárcere às Ruas)”
FIGURINO
– Chris Garrido por “A Máquina”
– Natasha Corbelino por “1 Peça Cansada”
ILUMINAÇÃO
– Wagner Antônio e Dimitri Luppi por “Filoctetes em Lemnos”
– Alessandro Boschini por “Deserto”
MÚSICA
– Quarteto À Deriva e Paula Mirhan pela criação e execução musical de “Sinfonia Capital – em Tempos de Segunda Mão”
– Marco França pela direção musical de “João”
ENERGIA QUE VEM DA GENTE – SP
– Esquadrilha Marginália pela criação do espetáculo “Favela de Barro – Instáveis Moradias em Queda”, que dá protagonismo e restitui a dignidade de vozes historicamente silenciadas ao retratar a favela como potência cultural e política.
– Leda Maria Martins por sua pesquisa, influência e orientação artística, que unem produção de conhecimento e compromisso social na valorização das performances afro-diaspóricas tradicionais e contemporâneas.
Para saber mais sobre a premiação e conferir a lista completa dos indicados, acesse: https://www.shell.com.
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Há 112 anos no país, a Shell Brasil é uma companhia de energia integrada, com participação nos setores de Petróleo e Gás, Soluções Baseadas na Natureza, Pesquisa & Desenvolvimento e Trading, por meio da comercializadora Shell Energy Brasil. A companhia está presente ainda no segmento de Biocombustíveis por meio da joint-venture Raízen, que no Brasil também gerencia a distribuição de combustíveis e lubrificantes da marca Shell. A Shell Brasil trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia
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