O casarão neoclássico em Botafogo, primeiro museu-casa público do Brasil e antiga residência da família Rui Barbosa, abre suas portas e seus jardins para uma ocupação cultural inédita entre os dias 28 e 30 de novembro. A 1ª FliRui, Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa, transforma integralmente esse espaço histórico em território de convivência, criação e leitura, com programação gratuita que reúne literatura, música, teatro, debates, oficinas, feira de livros e atividades para todas as idades. Pela primeira vez, todos os ambientes da Casa, incluindo jardim, auditório, salas de curso e áreas externas, serão ativados de forma contínua, reafirmando o compromisso da Fundação com a democratização da leitura e com a ampliação do acesso à cultura. A cidade do Rio de Janeiro ganha mais uma grande festa da literatura!
A Festa estreia com a presença de grandes nomes da literatura, das artes e da vida pública. Participam Maria Bethânia, que fará leitura de poemas de Neide Archanjo, Ailton Krenak, a ministra Cármen Lúcia, o cantor Lirinha fará homenagem a João Cabral de Melo Neto e a atriz Dira Paes, um tributo ao romancista paraense Dalcídio Jurandir. A FliRui recebe ainda Ana Paula Tavares, vencedora do Prêmio Camões 2025, e Ondjaki, vencedor do Prêmio José Saramago 2013, ambos de Angola, além de Geraldo Carneiro, Gringo Cardia, Bia Lessa, Amara Moira e André Dahmer, formando um panorama amplo e diverso de convidados.
“Celebrar a primeira FliRui é afirmar que a literatura e a democracia caminham juntas, reunindo diversas vozes, do Brasil e do mundo. Esse é o papel do Ministério da Cultura, valorizar nossos criadores, preservar nossos patrimônios e ampliar o acesso à leitura para todas e todos. É uma alegria participar deste momento que celebra a leitura como bem comum e fortalece a cultura como elemento essencial”, destacou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Segundo Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, “realizar a primeira edição da FliRui no ano em que o Rio é a Capital Mundial do Livro da UNESCO é celebrar a imaginação criativa e a natureza lúdica do fazer literário como força capaz de promover encontro, sensibilidade e diálogo. Para ele, “abrir completamente a Casa para a Festa significa cultivar afetos, ampliar o acesso ao livro e formar novos leitores em um ambiente comprometido com a diversidade e a liberdade de expressão.”
A abertura será marcada por um ato histórico para a Fundação. Com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB recebe oficialmente a doação de obras de Daniel Munduruku, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba. É a primeira vez que o acervo da instituição incorpora oficialmente objetos e documentos de escritoras e escritores indígenas, ampliando a representatividade de suas coleções e reafirmando o compromisso da instituição com a diversidade de vozes que compõem a produção literária brasileira.
Com o tema “Literatura e Democracia”, a FliRui convida o público a refletir sobre a palavra como espaço de encontro, pensamento crítico e participação na vida social. A programação ocupa todos os espaços da Casa para afirmar a leitura como prática acessível, aberta e plural. O público poderá acompanhar debates, oficinas de escrita e ilustração, saraus, slam, teatro infantil, feira de livros e gastronomia, além de visitas noturnas à Biblioteca de Rui Barbosa, atividades de oralidade, musicalidade e cultura de matriz africana, e oficinas de contação de histórias indígenas. Nos jardins, uma instalação poética apresenta ao público recortes da obra de três autores titulares do AMLB: Dalcídio Jurandir, Neide Archanjo e João Cabral de Melo Neto, homenageados desta primeira edição da FliRui.
As crianças terão uma programação especial reunida sob o tema “Democracia é Coisa de Criança”, que apresenta teatro, histórias e ações lúdicas que aproximam os pequenos da leitura e da imaginação literária. A feira de editoras independentes, organizada pela Livraria Books, reforça a circulação de novas narrativas e projetos editoriais.
A FliRui é uma ação que integra memória, leitura, criação e participação. Ao ocupar integralmente o primeiro museu-casa do Brasil e aproximar seu patrimônio do público contemporâneo, a Festa reafirma a missão da Fundação Casa de Rui Barbosa de preservar, pesquisar e difundir o patrimônio literário brasileiro, transformando a Casa em um espaço vivo de encontro, imaginação e convivência democrática.
A curadoria da FliRui é coletiva, coordenada pela editora literária e chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, Maria de Andrade, com o conselho curatorial formado por Andressa Marques, coordenadora-geral de Livro e Literatura da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura; Carla Santos, pesquisadora em Literatura de língua portuguesa em países africanos; Daniel Munduruku, escritor, professor e curador do Encontro de Artistas e Escritores Indígenas; Éle Semog, poeta, pesquisador e curador da Bienafro; Elisa Ventura, empresária, produtora cultural e curadora literária; Isabel Werneck, secretária executiva do programa Rio Capital Mundial do Livro; e Verônica Lessa, coordenadora-geral de Cooperação e Difusão da Fundação Biblioteca Nacional, além da colaboração dos servidores do AMLB, em um conjunto de trajetórias que atravessam o campo literário e a gestão cultural.
A FliRui é uma realização da Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura, com apoio da Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
Fundação Casa de Rui Barbosa
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura, é uma instituição federal dedicada ao desenvolvimento da cultura, pesquisa e ensino. A FCRB preserva um dos maiores acervos documentais do país, incluindo a casa de Rui Barbosa, sua biblioteca com mais de 30 mil volumes e seu arquivo pessoal com 60 mil documentos. Além disso, a Fundação promove estudos, conferências e eventos que incentivam a difusão da cultura e da memória no Brasil.
Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB)
Criado em 1972, o AMLB da FCRB abriga um dos maiores acervos literários do Brasil, com arquivos de 152 escritores, entre eles José de Alencar, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Rubem Braga e Carlos Drummond de Andrade. Além dos documentos, o museu preserva cerca de duas mil peças museológicas.