Interpretada por Salloma Salomão e Sérgio Pererê, com coro formado por Juçara Marçal, Tiganá Santana, Graciela Soares, Rita Teles e Luciano Mendes, canção chega às plataformas digitais em 11 de novembro, antecipando o lançamento do disco que ressignifica uma herança cultural que atravessa gerações e segue viva na memória de mestres, comunidades quilombolas e na música brasileira
Primeiro single do álbum Vozes Vissungueiras, Andambi chega às plataformas digitais em 11 de novembro. A canção é uma proposta contemporânea do Canto do Meio-Dia — também conhecido como Canto VII —, um dos vissungos documentados por Ayres da Mata Machado Filho em O Negro e o Garimpo em Minas Gerais (1943).
O registro original, coletado em São João da Chapada, distrito do município de Diamantina, integra um conjunto de 65 vissungos — como são chamados os cantos documentados pelo filólogo e linguista entre 1928 e 1939 — que retratam o cotidiano nas lavras de diamantes do Alto Jequitinhonha e redimensionam a importância da ancestralidade da diáspora centro-africana não só para a formação cultural de Minas Gerais no final do século XIX, mas, também, de forma mais ampla para as musicalidades afro-brasileiras.
Refletindo o caráter coletivo original dos vissungos, Andambi é interpretada por Salloma Salomão e Sérgio Pererê, com coro formado por Graciela Soares, Juçara Marçal, Luciano Mendes, Rita Teles e Tiganá Santana. Gui Braz assina o baixo e a timbila, um tipo de xilofone originário do povo Chopi de Moçambique, enquanto Salomão responde também pela percussão e pelos arranjos do primeiro single do álbum inédito.
Vozes Vissungueiras
Com direção musical do historiador e multiartista Salloma Salomão, e curadoria da atriz e produtora cultural Rita Teles, do artista cênico e pedagogo teatral Luciano Mendes e da antropóloga Joana Corrêa, Vozes Vissungueiras foi idealizado pela produtora Núcleo Coletivo das Artes Produções em parceria com a plataforma Garimpar em Minas Negras Cantos de Diamante e o Mukuá – Laboratório de Estudos sobre Vissungos, coletivos dedicados à preservação e reinterpretação dos cantos afro-mineiros de matriz bantu transmitidos oralmente por gerações nas comunidades quilombolas de Serro e Diamantina, em Minas Gerais.
Com 15 faixas, o disco propõe uma escuta contemporânea desses repertórios, dialogando com registros históricos do linguista e filólogo Ayres da Mata Machado Filhocom as gravações realizadas nos anos 1940 pelo etnomusicólogo Luiz Heitor Corrêa de Azevedo e com a tradição oral guardada por Enilson Viríssimo, herdeiro vissungueiro do Alto Jequitinhonha. O projeto também se inspira no legado de O Canto dos Escravos, álbum lançado em 1982 pela gravadora Estúdio Eldorado com as participações de Clementina de Jesus, Geraldo Filme, Tia Doca da Portela e dos percussionistas Djalma Corrêa, Papete e Don Bira, reafirmando a presença viva das musicalidades bantu na formação cultural brasileira.
O single Andambi antecede o lançamento integral do álbum, que será disponibilizado nas plataformas digitais em 10 de dezembro, e de dois shows: uma pré-estreia no Parque do Povo, em Itapecerica da Serra, em 30 de novembro, encerrando a programação do Mês da Consciência Negra; e o show de lançamento oficial no Centro Cultural São Paulo, em 13 de dezembro.
SERVIÇO
Lançamento do single Andambi
11 de novembro de 2025 – Disponível em todas as plataformas digitais
Lançamento do álbum Vozes Vissungueiras
10 de dezembro de 2025 – Disponível em todas as plataformas digitais
Shows
30 de novembro – Parque do Povo, Itapecerica da Serra (horário a confirmar, siga as redes sociais do @parquedopovo.itapecerica para saber mais detalhes)
13 de dezembro, 19h – Centro Cultural São Paulo
FICHA TÉCNICA DO SINGLE ANDAMBI
Vozes Principais: Salloma Salomão e Sérgio Pererê
Vozes Coro: Graciela Soares, Juçara Marçal, Luciano Mendes, Rita Teles, Tiganá Santana
Baixo e Timbila: Gui Braz
Percussão: Salloma Salomão
Arranjos: Salloma Salomão
