A Sapoti Projetos Culturais está promovendo a segunda edição do Oficina Maker, um laboratório de fabricação digital, totalmente gratuito e digital, voltado para estudantes de 14 a 20 anos da rede pública da Zona Norte e Oeste do Rio de Janeiro. O projeto é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, TechnipFMC e Kadima Gestão de Investimento por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.
Com duração de 17 aulas, duas vezes por semana, dividido em duas turmas, segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras – 13 horas às 17 horas, o curso tem previsão de término em meados de abril. Cada turma conta com 15 participantes, que recebem bolsa com ajuda de custo, auxílio transporte e vale-refeição.
As atividades do programa de formação acontecem presencialmente, no FabLab, laboratório de fabricação digital da Firjan SENAI, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro. O espaço faz parte da rede mundial criada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Computadores, cortadora laser, impressora 3D, scanner, soldadora e arduino são alguns dos equipamentos que compõem esse ambiente colaborativo. Nele, os estudantes poderão desenvolver projetos e ideias durante o curso.
O programa do Oficina Maker é dividido em três módulos: Desenvolvimento de projeto, Desenvolvimento de conceito e Modelagem virtual. No primeiro, os alunos vão aprender sobre estratégias de trabalho em equipe, aprendizado colaborativo, planejamento de produto, mecanismos de validação de projetos, além de princípios da organização do trabalho e normas de segurança, saúde e meio ambiente em FabLab. A segunda parte vai focar em design Thinking, imersão no contexto, técnicas de ideação e prototipagem rápida. O último módulo aborda desenho técnico – básico, 2D e 3D -, criação de modelo virtual, digitalização em 3D, otimização de modelos, parametrizações e seleção de material construtivo. O programa se completa com Oficinas de Desenvolvimento Humano, que foca no mercado profissional e projeto de vida.
A origem do movimento maker surgiu nos Estados Unidos, do conceito DIY, em inglês, “do it yourself”, “faça você mesmo”. A ideia de que nós mesmos podemos fazer a manutenção e os melhoramentos da nossa casa se expandiu e ganhou força. Dela, surgiu um movimento que convida os makers a colocarem a “mão na massa” para criar, construir, consertar, modificar e fabricar produtos para solucionar problemas.
Por conta da evolução tecnológica, as escolas estão lidando com um novo perfil de alunos, muito mais conectado e capaz de obter informações com a rapidez de um clique. É necessário que os jovens brasileiros adquiram competência em tecnologia e inovação para se prepararem para as mudanças no mundo do trabalho. A educação maker pensa em uma educação baseada em projetos, onde crianças e jovens são convidados a solucionar problemas através da criação de suportes, protótipos e experimentos.
Entre as vantagens da educação maker estão o protagonismo do estudante; engajamento; conhecimento aplicável ao cotidiano; experiência técnica para lidar com novas tecnologias e proatividade e pensamento crítico. Todas fundamentais ao mundo do trabalho; a prática é tão presente quanto a teoria.
A Sapoti é uma produtora de conteúdo na área da educação não-formal, que acredita que o conhecimento pode ser construído e compartilhado de forma criativa.O projeto surgiu quando a equipe da produtora atuou como consultora junto a ação educativa da Casa Firjan e conheceu a potência do FabLab. Unindo a experiência da Sapoti, que já desenvolve Laboratórios de Ações Criativas em museus – como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – veio a ideia de levar a metodologia maker – faça você mesmo – para alunos de escolas da rede pública.
“A ideia do projeto Oficina Maker é divulgar essa metodologia entre estudantes de escolas públicas e na periferia como forma de empoderar os estudantes e democratizar o acesso à informação. A proposta é prestigiar moradores da Zona Norte e Oeste, fugindo da Zona Sul, onde já tem muita oferta, criando mão de obra especializada neste segmento”, afirma Daniela Chindler, diretora da Sapoti.
O retorno do sucesso do projeto vem dos próprios alunos, como Alice Nobre, que acaba de se inscrever nesta segunda edição e não esconde o entusiasmo.
– Estou emocionada, não tenho palavras para explicar. Eu não conhecia esse mundo e em uma aula já entendi que maker é fazer, maker é compartilhar, maker é você contar com a ajuda do outro. Se um é designer e você mexe com computador, pronto, já compartilharam conhecimento. – diz Alice, que mora em Coelho Neto, Zona Norte do Rio de Janeiro.
OFICINA MAKER
Firjan SENAI SESI Benfica.
Endereço: Praça Natividade Saldanha, 19 – Benfica