Projeto de circulação do Grupo XIX de Teatro volta a apresentar peça inspirada em filósofo quer que provoca curto-circuito nos ideais LGBTQ

Com dramaturgia e direção de Ronaldo Serruya, INTERRUPTOR: dispositivos para desligar a corrente explora novas narrativas e reflexões sobre corpos dissidentes e resistência LGBTQIAPN+

por Redação

Com uma trajetória marcada pela investigação cênica e pelo diálogo com espaços não convencionais, o Grupo XIX de Teatro faz uma circulação com os espetáculos resultantes do Núcleo de Pesquisa de 2024.

Propondo uma provocação ao espectador, INTERRUPTOR: dispositivos para desligar a corrente, com dramaturgia e direção de Ronaldo Serruya (indicado ao Prêmio Shell 2023 de melhor dramaturgia por A doença do outro), foi inspirada no livro Ética Bixa, do filósofo queer espanhol Paco Vidarte. De caráter performativo, o espetáculo será apresentado de 13 a 16 de março, na Sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo na Mooca. Na sexta, (14), haverá tradução em libras. E no sábao (15), uma roda de conversa com Ronaldo Serruya e elenco.

O projeto de circulação, contemplado pelo Prêmio Zé Renato, ainda vai apresentar outras 3 peças decorrente dos Núcleos de Pesquisa do grupo em 2024: Um Clássico: Matou a Família e Foi ao Cinema (de Luiz Fernando Marques), Vitaminas (de Rodolfo Amorim) Quando um dia (de Juliana Sanches), com sessões previstas para abril, maio e junho, respectivamente.

INTERRUPTOR: dispositivos para desligar a corrente, mescla trechos do livro do filósofo Paco Vidarte com relatos autobiográficos dos 7 intérpretes das mais variadas identidades, como uma provocação e um desafio para estabelecer não apenas os entraves, mas os pontos de conexão entre a comunidade LGBTQIAPN+. No palco, artistas bixas, lésbicas, trans/travestis e não-binários tentam “contar” o livro ao mesmo tempo que “se contam”, em cenas estabelecidas como tomadas.

A ideia do conceito de INTERRUPTOR, presente no livro, e que dá nome ao trabalho, é uma metáfora para possíveis ações que possam produzir uma espécie de curto-circuito no que já está estabelecido pela comunidade LGBTQ.

“Desde que eu li o “Ética bixa” pela primeira vez, ele se tornou uma obsessão pra mim, porque apesar do livro ser uma obra teórica, existe ali uma espécie de palavra corporificada, pronta para ser dita, cheia de indignação e revolta, cheia de contradição, mas também de deboche”, diz o dramaturgo e autor Ronaldo Serruya. O deboche, aliás, é uma das apostas do trabalho, aliado a um diálogo proposital com o conceito de “baixa cultura”. Na peça, assim como no livro, os intérpretes vão apresentando outras estratégias possíveis para as lutas LGBTQ que são pensadas pelo filósofo numa crítica ao excessivo flerte que o movimento faz hoje com o neoliberalismo meritocrático.

Ao longo das cenas, que se apresentam como mosaico, conceitos como “política cadela”, “política do buraco negro”, “gravidade” e “os frangos sem cabeça” vão sendo tirados do livro e apresentados num jogo interativo e presentificado entre os artistas e a plateia, e que flerta, entre outros, com o clima cafona dos programas de auditório, com seus quizzs e quadros.

“O deboche, para mim, tem sido uma forma de sobrevivência possível. Poder rir de si mesmo, das nossas contradições, é a única forma de escapar da armadilha de uma militância narcísica que está sempre pronta para apontar o dedo para o outro, mas nunca para si mesma. O desafio nesse processo foi possibilitar que os artistas trouxessem suas vivências para a cena exatamente nessa perspectiva da contradição. Colocar também as suas sombras, aquilo que nessas identidades, mesmo que dissidentes, reproduzem e compactuam com uma ética normativa”, diz Ronaldo.

A iniciativa integra o projeto Zé Renato, que visa apoiar a produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura.

Mais informações pelo Instagram @grupoxixdeteatro

Ficha técnica: 

Concepção e Direção: Ronaldo Serruya. Dramaturgia: Ronaldo Serruya, em colaboração com os intérpretes. Intérpretes: Andrezza Czech, Alv Lara, Diego Lima, Igor Mo, Pedro Ribeiro, Rudá e Rodolpho Côrrea. Assistente de direção: Matilde Menezes. Balaclavas e adereços: Felipe Cruz. Figurinos: Ailton Barros. Audiovisual: Givva. Desenho de Luz: Hart Bergman e Felipe Tchaça. Técnico de palco: Roberto Oliveira. Trilha sonora original: Camila Couto. Fotos: Jonatas Marques. Produção: Andréa Marques e grupo XIX de teatro.

Este projeto foi contemplado pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato

Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Serviço:

INTERRUPTOR: dispositivos para desligar a corrente 

De 13 a 16 de março de 2025 – Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 18h.

Dia 14/03 haverá tradução em libras. Dia 15/03 haverá roda de conversa com diretor e elenco.

 

SALA MULTIUSO DO TEATRO ARTHUR AZEVEDO

Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo – SP, 03115-020

Duração: 80 minutos. Indicação: Maiores de 16 anos. Capacidade: 40 espectadores por sessão.

Ingressos: Grátis

Retirada pelo Sympla ou na bilheteria do teatro com 1 hora de antecedência.

Link reservas https://www.sympla.com.br/eventos?s=Interruputor

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