Projeto Repertórios

por Redação
DANÇA MACABRA

São dois talentos da dança contemporânea. Dois nomes que trazem ao público trabalhos reflexivos, inquietantes, frutos de intensa pesquisa – e entregas. Eles são os bailarinos e coreógrafos Laura Samy e Leonardo Laureano. Dois solos criados e interpretados por eles – e vistos, inclusive, no exterior – serão apresentados num mesmo projeto, no Rio de Janeiro. “Dança Macabra”, com Samy, e “Ocas”, com Laureano, serão apresentados de 27 a 29 de setembro, às 20h30m, em sessões gratuitas no Sesc Copacabana (mezanino). Os bailarinos vão coordenar também oficinas gratuitas de dança no próprio Sesc Copacabana, no dia 28 de setembro, das 14h às 16h, e no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, na Tijuca, nos dias 02 e 03. 09 e 10 de novembro, das 11h às 14h. Não há necessidade de inscrição prévia, bastando aos interessados comparecerem no horário estabelecido.

Dança macabra

Quem acompanha a trajetória de Laura Samy sabe que ela costuma levar à cena influências que vão da Literatura ao cinema em resultados que mesclam diferentes linguagens. E isso se dá com “Dança macabra”. A performance surgiu em 2015 a partir de reflexões sobre a sobrevivência e a morte. A linha dramatúrgica, que conta com a colaboração do ator e bailarino Renato Linhares, alia pensamentos do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), um poema de Henri Michaux (1899-1984), um registro em audiovisual da própria artista em movimento ao som de peças de Ennio Morriconi (1928-2020).

O público ocupa a plateia com a bailarina já em cena. Os dez cubos espalhados pelo palco são empilhados e transformados em dois totens, cruciais para o jogo que se estabelece entre a bailarina e o espaço cênico. A partir daí, várias dialéticas se estabelecem: visível\oculto, real\imaginário, vida\morte. O corpo fragmenta-se como numa pintura cubista, e a bailarina assume diferentes formas como a de um pássaro ou mesmo a da própria Morte. A performance já foi apresentada em diferentes cidades e espaços, como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro (2015), o Teatro Cacilda Becker (2015) e em festivais de dança como o Panorama e a Mostra Caixote, ambos em 2017.

Sobre “Ocas”:

O solo surgiu a partir do convite da bailarina sueca Niki Awandee e foi concebido ao longo da residência Ten days of Cypher, realizada naquele país. A concepção contou com a colaboração do DJ e também bailarino brasileiro Guiu. O palco é uma tribuna e, portanto, um espaço para se discutir questões sociais, éticas e étnicas, relacionadas à atualidade e a tempos pregressos. Essa consciência acompanha Leonardo Laureano desde que ele se entende por gente. O artista viu na dança o meio de levar o espectador a refletir com ele sobre a própria condição humana.

O palco está nu. O bailarino entra em cena por uma das laterais e vai, aos poucos, ocupando todo o espaço como que multiplicando-se. Ele veste uma túnica que evoca antigas culturas (e a própria ancestralidade) ao mesmo tempo em que aquele figurino  ganha outras formas de uso, evocando signos pretéritos e atuais e ganhando, contudo, novos significados – justamente como a própria vida.

Dançar é, para esses dois artistas, mais do que formas de expressão ou linguagem. Dançar é, pare eles, um ato de resiliência e coragem.  Por isso (e para isso) eles vivem.

FICHAS TÉCNICAS:

Dança macabra

  • Encenação, direção e Interpretação: Laura Samy
  • Interlocução dramatúrgica: Renato Linhares
  • Cenografia: Antonio Pedro Coutinho
  • Luz: Tábatta Martins

Ocas

  • Concepção:Leonardo Laureano e  Breakconvention
  • Direção, criação e performance: : Leonardo Laureano
  • Desenho de luz:: PJ
  • Trilha sonora:Suren & LZN

SERVIÇO PROJETO REPERTÓRIOS:

  • Gênero: dança\performance
  • Dias e horários: de 27 a 29 de setembro, de sexta a domingo, às 20h30m
  • Local: Sesc Copacabana – Mezanino (R. Domingos Ferreira, 160. Tel: 4020-2101)
  • Entrada franca
  • Duração da sessão: 80 minutos
  • Classificação indicativa: 14 anos

OFICINAS DE DANÇA:

Sesc Copacabana:

dia 28, das 14h às 17h, gratuito

Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro:

Dias 02 e 03, 09 e 10 de novembro, das 11h às 14h, gratuito

Endereço: Rua José Higino, 115, Tijuca. Tel: 3238-0357

IMPORTANTE: Não há necessidade de inscrição prévia, bastando aos interessados comparecerem no horário estabelecido

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