Qualificação, treinos e barreiras na carreira de atletas profissionais: a visão de Daniele Hypólito

por Redação

Treinar cada vez mais e conquistar bastante sucesso na carreira. Sem sombra de dúvidas, os principais propósitos da vida profissional de um atleta. Seja em uma Olimpíada, um Pan Americano ou em demais competições, subir ao pódio é o que mais se almeja. Porém, até chegar a convocação de ida ao campeonato e, enfim, a briga pela primeira colocação, o esportista precisa de qualificação e, acima de tudo, entender que o percurso é longo e que os obstáculos surgirão a qualquer momento.

Daniele Hypólito, medalhista de prata no Mundial de Ghent na Ginástica Artística (2001) fala sobre o assunto.

O que é preciso para se qualificar na Ginástica Artística?

Daniele Hypólito

Daniele Hypólito

Para ser um atleta de alto rendimento, há fatos importantes: a disciplina, o foco, a determinação e as metas que se colocam, se encaixam nos principais quesitos que fazem a diferença. Sem esquecer dos cuidados com as saúdes físicas e mental. Tudo é com moderação.

Qual ou quais barreiras você, como profissional, enxerga nesta carreira, hoje?

É a falta de incentivos. Desde quando comecei, melhorou, no entanto, é necessário incentivar mais, porque o esporte se torna um somatório de vários pilares importantes e o fundamental: não existe exclusão e sim, a inclusão.

No seu ponto de vista, o que falta, no Brasil, para um investimento completo em novos atletas? Porque?

Motivação, desde o início, porque é o pontapé inicial. Mostrar, também, às crianças que o que vale não é apenas o título de campeão, mas, vencer os empecilhos na vida. Outro fator é a divulgação do esporte olímpico, que merecia um espaço maior, em todas as ocasiões. Infelizmente, as pessoas só se lembram das Olimpíadas no ano em que acontecem. Acho que isso, teria que mudar.

 Na modalidade, quantas horas de treino, diárias, são necessárias?

No ginásio, treinamos de sete a sete horas e meia. Treinamento intenso. Todavia, não deixamos de lado a parte da prevenção, da musculação e, claro, da fisioterapia. No total, a prática leva de oito a nove horas, diariamente.

Quais são os exercícios mais praticados pelos atletas?

Hoje, é uma parte, junto com a fisioterapia, que é a prevenção, a qual se pratica exercícios a fim de preparar o corpo para o início de qualquer treinamento, independente da modalidade.

Nas equipes de ginástica, quais são as funções desempenhadas pelos treinadores?

Além de dar apoio ao competidor, é passar a este segurança e indicá-lo o caminho certo no cumprimento de tarefas para alcançar ótimos desempenhos: no tatame, no ginásio, nas quadras, nas águas, no hipódromo, em campo, etc.

Atletas em geral. Porque é necessário um acompanhamento médico?

É importante, assim como a equipe multidisciplinar, afinal, uma complementa o outro. A fisioterapia completa a medicina. A nutrição e a psicologia, tudo. Atualmente, esse time marca presença nos ginásios de uma forma mais constante. O médico, atendendo duas vezes por semana, acompanha um pouco do treino; o mesmo que o fisioterapeuta e o nutricionista. Todos esses profissionais juntos dão o seu melhor para o atleta, durante a preparação dele às competições.

Quais dicas daria para que os atletas não desistam do sonho da medalha de ouro?

É de suma importância sonhar com o “impossível” e trabalhar o que é “possível”. E digo mais: a única pessoa que pode limitar os seus sonhos, os seus ideais, é você mesmo! Aquelas que duvidam da sua capacidade, do seu talento, milhares por aí! Confie em si e siga em frente!

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