Foto; Scott Webb

Quanto custa o lazer no Brasil?

por Redação

Chico Buarque um dia cantou “Todo dia ela faz tudo sempre igual e me sacode às 6h da manhã”. A música Cotidiano conta a rotina de um homem e sua companheira, mas também revela, como o próprio nome diz, a rotina de um trabalhador. Quem tem a vida corrida sabe quão aguardado é o fim de semana, pois é quando geralmente temos mais tempo para descansar e nos divertir.

Assistir a um filme, ir a um restaurante, show, teatro, viajar etc. Muitos estabelecimentos também apostam no “Happy Hour” durante a semana para atrair a clientela e mostrar que todo dia pode ter uma dose de diversão. Mas quanto será que isso custa? E quanto custa se divertir dependendo da classe social?

Vários tipos de entretenimento

É difícil calcular quanto custa se divertir no Brasil, até porque existem diversos tipos de entretenimento e poder aquisitivo. Consideremos uma simples diversão caseira: as plataformas de streaming. Apesar de terem se popularizado, ainda podem custar para o bolso do brasileiro. Além disso, a escolha do plano pode se relacionar à qualidade recebida, como é o caso da Netflix.

Portanto, provedores também entram na contabilidade. Segundo um artigo publicado no blog da ExpressVPN, o acesso à Internet de alta velocidade é uma questão regional. Países com economia e infraestrutura mais prósperas tendem a possuir uma conexão mais rápida, ao passo que o contrário costuma se dar com nações menos favorecidas nesses quesitos. Logo, pagar mais nem sempre significa receber o melhor.

Por sua vez, quando o assunto é comida, seja ir ao restaurante ou usufruir dos serviços de entrega em domicílio, a categoria responde por boa parte do que é considerado item fundamental de lazer. Somente entre casais, o serviço de delivery ocupa um dos principais gastos: 8,14% do orçamento, com médias de compra de R$73.

Mas e se o programa for fora de casa? Primeiramente, entram na conta gastos com transporte. Desse modo, carros de aplicativo seriam responsáveis por impactar 3,1% da renda de seus usuários. De acordo com um estudo levantado pelo Guiabolso, a média de gastos em um ano com esses serviços pode chegar a R$1,6 mil. E não podemos esquecer o custo de ingressos de shows, teatro, balada etc.

Diversão popular

Foto: Bayu Jefri

Foto: Bayu Jefri – Pexels

Sendo um país de desigualdades sociais significativas, as opções acima não necessariamente fazem parte do entretenimento regular da população de baixa renda. Mesmo com opções de programas gratuitos ou de baixo custo, isso não significa que não envolvam algum tipo de gasto. Por exemplo, há transporte até o local da atividade? A pessoa deve se preocupar com alimentação?

É verdade que cinemas e centros culturais costumam ficar longe para quem mora na periferia das cidades. Nesse caso, gastos do gênero multiplicados pelos membros de uma família podem ser altos. Mesmo ir à praia, dependendo da cidade, pode resultar em gastos razoáveis, ou ao menos exigir programação para não arcar com custos extras, como o aluguel de cadeiras e guarda-sol. Diversões populares nem sempre são sinônimo de acessibilidade.  

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todo ser humano tem direito a repouso e lazer”. Entretanto, com problemas sociais e taxas de desemprego, o lazer é um dos primeiros pontos a serem cortados da lista de prioridades. Embora não exista uma única resposta para o quanto divertir-se custa no Brasil, é fato que o lazer deve representar satisfação pessoal e é um direito de todos.

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