“Que mundo deixaremos para Keith?”

por Redação
Que mundo deixaremos para Keith

Com título inspirado na lendária longevidade do guitarrista Keith Richards, dos Rolling Stones, a peça indaga sobre o futuro que estamos construindo.

Dois homens transitam entre os escombros de uma velha escola. Enquanto o edifício desaba, as memórias evocadas reconstroem a história dos personagens, levando-os a se perguntar se a escola como a conheceram está desabando por fora ou por dentro.

Através da metáfora da escola em ruínas, o espetáculo faz uma urgente reflexão sobre a Educação e a Cultura neste país.

Com dramaturgia de Eduardo Nunes (cineasta, diretor do longa “Unicórnio”, com Patricia Pillar e ZéCarlos Machado) em parceria com os atores Leonardo Corajo e Sergio Medeiros, e direção de Denise Stutz (coreógrafa e diretora de movimento, uma das fundadoras do Grupo Corpo), a Íntima Cia. De Teatro apresenta a peça “Que mundo deixaremos para Keith?”.

A partir da metáfora de uma escola em ruínas, o espetáculo faz, com ironia e algum nonsense, uma urgente reflexão sobre a Educação e a Cultura no Brasil de hoje, em que estes dois pilares estruturantes de uma nação vem sendo sacrificados em nome de uma ideologia fundamentalista e defensora da violência.

O espetáculo, cujo processo criativo passou por um experimento on-line durante a pandemia, se expande e chega finalmente à sua atual versão, inédita, criada especialmente para os palcos.

SINOPSE

Duas figuras transitam entre os escombros de uma velha escola em ruínas. O prédio em que se encontram está prestes a ser demolido. Diante da iminente destruição desse passado símbolo da construção de identidades, se dá um processo de resgate de memórias e experiências. Ecos, vultos, ruídos, rastros se confundem entre o que foi vivido, o que foi negado, o esquecido, o quase. Enquanto a escola desaba por fora, essas memórias reconstroem o interior dos personagens, levando-os a preencher lacunas e compreender se a escola como a conheceram está desabando por dentro ou por fora. Reconstruindo a escola geográfica e afetivamente, reconstroem-se a si mesmos. Num jogo contínuo de troca de papeis, eles são ora aluno e professor, ora criança e adulto, buscando resgatar o passado para compreender o presente e se projetar ao futuro.

PALAVRA DA EQUIPE

A diretora, Denise Stutz, conta: “Ao ler o texto, o tema da memória – e da escola pública em ruínas – me levou a pensar sobre outras perdas, tanto pessoais quanto coletivas. Comecei a olhar em volta para a destruição e para o caos que vive hoje a educação, a cultura, a saúde, o meio ambiente, enfim, o país. E foi a partir dessa reflexão que coloquei o desafio de montar essa peça. O que me surpreendeu durante o processo é que apesar de todas as nossas dificuldades, toda a destruição e todos os problemas que enfrentamos, ainda conseguimos carregar a esperança e não desistir da poesia.”.

Eduardo Nunes, autor do texto em parceria com os atores, fala de sua motivação neste trabalho: “Gostaria que a peça despertasse nas pessoas o amor por aprender, em seu sentido mais amplo. Aprender com aqueles que estão ali para nos ensinar, mas também aprender com tudo que existe no mundo. Saber como é importante nos formar como seres críticos da própria existência e em todas as pequenas coisas: saber apreciar um sol que entra por uma janela e faz uma sombra incomum, e também em palavras que parecem gastas, mas que possuem um significado mágico, enfim… ficarmos mais atentos ao mundo.”

Leonardo Corajo, ator e autor, alerta: “É urgente falar sobre o que estamos perdendo dia a dia neste país. O que vão nos tirando, nos roubando, sucateando, destruindo… sobre o projeto de demolição de nossos maiores e intangíveis bens, de direitos como a Cultura, a Educação – no caso deste espetáculo, mas que se estende a tantos outros, como Saúde, Meio Ambiente. Jogar luz sobre o que nos anestesia para que não se pense, não se veja, não se discuta.”

Sergio Medeiros, ator e autor, finaliza: “Sinto a urgência de falar sobre educação, sobre o papel da escola na formação da nossa identidade. Acredito que Arte, o teatro, a Educação devem estar sempre abertos ao diálogo, aprendendo e ensinando – juntos. De quem é a escola? A quem ela pertence? Nesse caminho também me pergunto: pra quem é a arte? A quem ela pertence?”

O título da peça – “Que mundo deixaremos para Keith” – tem origem na piada recorrente sobre a suposta imortalidade de Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, longevo para além de todos os abusos cometidos ao longo da vida.

AS REFERÊNCIAS

O grupo bebeu nas fontes do educador e filósofo Paulo Freire (“Pedagogia do oprimido” e “Pedagogia da indignação”); do escritor marroquino Daniel Pennac (“Diário de escola”); do diretor teatral, coreógrafo e artista visual grego Dimitris Papaioannou; do diretor teatral polonês Radoslaw Rychik; do guitarrista, cantor, compositor, pintor e produtor musical norte-americano John Frusciante; da banda americana de rock The Rentals; e dos imortais Beatles.

Serviço
ESTREIA: dia 19 de maio (5ªf), às 20h
ONDE: Mezanino do Sesc Copacabana
Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana Tel: (21) 2547-0156
HORÁRIOS: de 5ªf a domingo às 20h / INGRESSOS: R$30 e R$15 (meia) / BILHETERIA: 2ªf das 9h às 16h; 3ª a 6ª f, das 9h às 21h; sab das 13h às 21h; dom das 13h às 20h / DURAÇÃO: 60 min / CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos / GÊNERO: drama / CAPACIDADE: 60 espectadores / TEMPORADA: até 12 de junho

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: Leonardo Corajo, Eduardo Nunes e Sergio Medeiros
Direção: Denise Stutz
Assistência de direção: Rafa Sieg
Elenco: Sergio Medeiros e Leonardo Corajo
Vídeos e imagens: Eduardo Nunes
Direção de Arte e Cenário: Taina Xavier
Trilha Sonora: Gui Stutz
Figurinos: Joana Bueno
Iluminação: Felipe Antello e Vilmar Olos
Fotos: Guto Muniz
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Design gráfico: Fernando Alax
Direção de Produção: Paulo Mattos
Produção Executiva: Assambé Monteiro e Simone Braz
Realização: Íntima Cia de Teatro e Sesc Rio
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

CIA DE TEATRO

Com mais de 20 anos de estrada, criada em 1996 em Curitiba, pelo ator Sérgio Medeiros e pela cenógrafa Carla Berri. A companhia nasceu do interesse em formar um núcleo de teatro, onde experiências pudessem ser investigadas e compartilhadas. Em Curitiba, entre 1995 a 2002, realizou os espetáculos “Woyzeck”, de Georg Büchner; “A Vida é Sonho”, de Calderón de la Barca, ambas com a direção Edson Bueno; “Como Alguém Se Torna O Que É”, texto e adaptação Edson Bueno e Sérgio Medeiros e direção de Edson Bueno; “A Hora da Estrela”, da obra de Clarice Lispector adaptação e direção de Sérgio Medeiros.

Na cidade do Rio de Janeiro, produziu “Ana e o Tenente”, de Rafael Camargo e direção Joelson Medeiros, que estreou em 2011/12, no do Festival de Teatro de Curitiba. O espetáculo representou o Brasil no Festlip – Festival Internacional de Teatro de Língua Portuguesa. Produziu, em 2013, o infantil “Histórias de Jilú”, com direção Renato Carrera, espetáculo contemplado pelo edital de ocupação do Teatro Glauce Rocha e prêmio Myriam Muniz de Circulação de Teatro. Em 2014, a convite da Cia. Portátil, ocupou a Casa de Cultura Laura Alvim, apresentando ao público carioca o projeto “Stand Up Drama”. Em 2015 produziu o espetáculo “Laura”, de Fabricio Moser; e em 2016 produziu o espetáculo infantil “Ludi na Revolta da Vacina”, que esteve em cartaz até 2017. Também em 2017, produziu o primeiro espetáculo oriundo da Oficina de Teatro de Segunda, o espetáculo “Toska”, dirigido por Renato Carrera. Em 2018, estreou o espetáculo infantil “Isaac no Mundo das Partículas”, direção Joana Lebreiro, encenado no Oi Futuro, e produziu o segundo espetáculo da Oficina de Teatro de Segunda, “Memória de Nós Mesmos”. Em 2019, realizou o “Estudo de Montagem de Teatro de Segunda”, sobre o escritor Franz Kafka.

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