A Quiprocó Filmes, representada pelos seus diretores e criadores Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, receberá a homenagem “Mãe Beata de Yemanjá”, no próximo dia 3 de abril, às 18h, no Palácio Tiradentes, em reconhecimento às suas contribuições fundamentais na abordagem e na luta contra o racismo religioso.
A iniciativa faz parte das comemorações do Abril Verde, projeto de autoria da deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), que propõe diversas ações de enfrentamento, prevenção e sensibilização no mês de abril, com o propósito de criar uma política permanente de conscientização da sociedade fluminense acerca do problema.
“Não por acaso a Quiprocó recebe agora o Prêmio Mãe Beata de Iemanjá, dedicado a organizações e pessoas que lutam contra o racismo religioso e para a valorização, reconhecimento e proteção das religiões de matrizes africanas. A Quiprocó tem contribuído com as suas obras de modo precioso para a desconstrução da cultura do heteropatriarcado branco colonial que até hoje sustenta o racismo religioso e para o cultivo de uma cultura pautada no respeito a essas religiões ancestrais, que são as raízes negras do povo brasileiro”, afirma a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ).
A Quiprocó Filmes é idealizadora e produtora de dois filmes que abordam a intolerância religiosa: “Nosso Sagrado” e “Respeita Nosso Sagrado”, que abordam a luta política pela “libertação” e depois de transferência de mais de 500 objetos que foram apreendidos de terreiros de religiões de matriz africana, em operações policiais durante a República Velha e a Era Vargas, quando elas eram criminalizadas oficialmente pelo Estado brasileiro. Tombados pelo Iphan em 1938, os objetos estavam sob poder da Polícia Civil até 2020, quando foram transferidos para o Museu da República, e depois, doados em definitivo pelo governo do Rio de Janeiro à instituição.
“Essa é uma homenagem que nos honra muito, ao mesmo tempo que é um marco na luta contra a intolerância e o racismo religioso. Com muito respeito e axé recebemos essa homenagem que reverencia a memória, o legado e a história de Mãe Beata de Iemanjá e de todas as comunidades tradicionais de terreiro do estado do Rio de Janeiro”, afirmam Fernando Sousa e Gabriel barbosa, criadores da Quiprocó Filmes.
Em 2024, a produtora inicia uma nova produção, intitulada provisoriamente de “Acervos Afrô-Atlanticos”, em que abordará a presença litigiosa, questionável e até ilegal de acervos afro-diáspóricos em coleções públicas, considerando o contexto de aquisição ligado direta ou indiretamente à criminalização das religiosidades de matriz africana e à colonização, no contexto brasileiro e transnacional.
Embora a legislação exista, os números alarmantes de casos de intolerância religiosa no Brasil destacam a urgência de ação. Segundo informações do Disque Denúncia, o Rio de Janeiro obteve 219 registros de casos. O preconceito religioso é atravessado ainda pelo desprezo de classe, que se manifesta em repulsiva negação à humanidade das camadas sociais populares.
Conheça a Quiprocó Filmes: www.quiprocofilmes.com.br
Quiprocó Filmes:
A Quiprocó Filmes é uma produtora audiovisual independente, sediada no Rio de Janeiro, que busca provocar mudanças através de um olhar inquieto. Criamos imagens atentas às histórias, emoções e afetos, a partir de diferentes vozes, transformando a maneira que as pessoas vêem suas próprias vidas e os diferentes elementos da nossa cultura. Criamos conteúdo para Cinema, TV e streaming. Produzimos conteúdo publicitário e institucional para organizações e empresas. Realizamos oficinas audiovisuais em parceria com instituições da sociedade civil.
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