O público carioca se deixou iluminar pelo mestre do claro-escuro. Desde a sua inauguração, no dia 24 de setembro, a mostra “Rembrandt – O mestre da luz e da sombra” vem encantando os visitantes no Centro Cultural dos Correios. Em apenas um mês (até o último sábado), a exposição já recebeu 18.960 pessoas, que se emocionaram diante das gravuras originais do gênio holandês Rembrandt van Rijn, um dos maiores expoentes da Arte no mundo todo. Mas atenção. Não há tempo a perder: as 69 peças em exibição podem ser conferidas somente até 8 de novembro. A entrada é gratuita.
A exposição reúne obras-primas como Autorretrato com Saskia (1636), A Descida da Cruz (1633), Ressurreição de Lázaro (1632), O Jogador de Cartas (1641) e Cristo Expulsando os Cambistas do Templo (1635). As imagens revelam a profundidade e a humanidade com que Rembrandt retratou personagens bíblicos, crianças, idosos, mendigos, parentes e figuras anônimas — todos iluminados pelo inconfundível jogo de luz e sombra que imortalizou seu nome. A mostra é uma experiência imersiva e impactante: o público pode conferir as obras de perto, com lupas, de forma a perceber detalhes e traços inconfundíveis do artista.
O Apedrejamento de Santo Estêvão
Nas gravuras, Rembrandt utilizou principalmente a técnica da água-forte, frequentemente combinada à ponta-seca, para alcançar um impressionante nível de detalhe e expressão. Cada estampa é um testemunho do seu constante desejo de experimentar: o artista retrabalhava suas matrizes, criando diferentes versões e camadas, numa busca incessante por novas formas de luz e emoção.
Segundo o curador da mostra, Luca Baroni, diretor da Rede dos Museus da Região Marche Nord (Itália), “o que torna Rembrandt atemporal é a capacidade de capturar a alma humana. Suas obras traduzem emoções e dilemas universais — dor, fé, amor, envelhecimento e esperança. Olhar para uma gravura sua é atravessar os séculos e ainda encontrar relevância, humanidade e verdade”, diz ele.
A arte de Rembrandt atravessa gerações. Mestre do claro-escuro, ele influenciou não apenas seus contemporâneos, mas também movimentos como o Impressionismo e a própria linguagem do cinema moderno, que herdou dele a expressividade da luz e da sombra como narrativa visual.
Depois de encantar o público carioca, a exposição seguirá para Belo Horizonte e Vitória, mas no Rio ela se despede em clima de celebração — uma última oportunidade para mergulhar na obra de um artista que transformou a luz em emoção e a sombra em humanidade.
A visitação é gratuita e acontece de terça a domingo, das 12h às 19h, no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio. No dia 18 de novembro, a exposição será aberta ao público mineiro na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. Em janeiro, pode ser conferida no Palácio Anchieta, em Vitória.
O Apedrejamento de Santo Estêvão
Rembrandt – O mestre da luz e da sombra chegou ao Brasil por intermédio da Premium Comunicação Integrada de Marketing, empresa responsável pela realização de sete mostras de arte no país, incluindo Leonardo Da Vinci e Picasso. “Apreciar uma gravura original de Rembrandt é estar diante da história da humanidade. É viver uma experiência que antes era privilégio de quem visitava museus na Europa. A presença dele no Brasil é, antes de tudo, um gesto simbólico. Num país marcado por polarizações e excesso de ruído, sua arte convida à escuta, à introspecção e ao encontro com o que realmente importa”, afirma Álvaro Moura, diretor da Premium.
Um dos principais objetivos da exposição é mostrar que a arte não é elitista. “Democratizar o acesso a obras de tamanha importância é permitir que crianças, jovens, famílias, estudantes e curiosos tenham contato com um dos pilares da cultura ocidental. Ao abrir gratuitamente as portas para o público, o projeto reafirma a ideia de que cultura não é luxo, mas direito e necessidade coletiva”, complementa Moura.
A exposição no Centro Cultural dos Correios também é marcada pela acessibilidade. Além de recursos como legenda, tradução em libras e descrição das postagens nas redes sociais, Rembrandt – O mestre da luz e da sombra conta com placas em braile nos locais das exposições e um autorretrato em 3D do artista com recurso tátil.
A relevância de Rembrandt
Nascido em Leiden, em 1606, Rembrandt é considerado um expoente da Era de Ouro holandesa. Desde cedo, destacou-se como pintor e gravurista, alcançando reconhecimento em Amsterdã durante o período do Barroco. De família humilde era o quinto filho do dono de um moinho à beira do rio Reno (Rijn). O amor pelo rio fez seu pai incorporá-lo ao próprio nome passando a assinar Harmen Gerritz van Rijn.
Todos na casa moíam grão, mas Rembrandt gostava de pintar e queria ir para a escola. Aos 7 anos ingressou na Escola Latina de Leiden. Com muito sacrifício, seu pai o matriculou na Universidade de Leiden, mas só conseguiu mantê-lo durante nove meses.
Ao deixar a universidade, Rembrandt ingressou no ateliê do pintor Jacob Isaaksz, que lhe ensinou a técnica, o preparo das tintas, a montagem das telas e a disciplina do desenho. Em 1623, aconselhado pelo professor, foi para Amsterdã, onde estudou com o pintor romanista Pieter Lastman. Em 1627, Rembrandt voltou para Leiden e instalou seu próprio atelier com seu amigo e também pintor Jan Lievens. Nessa época, recebeu várias encomendas particulares.
Em 1631, após a morte do pai, resolveu instalar-se em Amsterdã. Um ano depois já era famoso, um dos pintores mais caros e procurados da cidade. Rembrandt retratava os ricos e bem sucedidos burgueses, pois era moda enfeitar as paredes com o próprio retrato. Em 1632, pintou um dos seus quadros mais famosos: A Lição de Anatomia do Doutor Tulp (1632). O sucesso da obra provocou dezenas de encomendas de retratos em grupo.
Com riqueza de detalhes, grande expressividade e forte apelo dramático, Rembrandt desenvolveu um estilo singular. Influenciado inicialmente por Caravaggio, fez uso de uma técnica refinada, retratando cenas religiosas, cotidianas, e ainda, temas mitológicos e algumas paisagens. Parte de seu trabalho é notório o uso de cores frias, enquanto em outros, Rembrandt optou por usar cores fortes e vibrantes.
Rembrandt faleceu em outubro de 1669, aos 63 anos, em Amsterdã, sendo enterrado num túmulo desconhecido. Contudo, o reconhecimento do seu gênio artístico foi recuperado a partir do século XIX, consolidando-o como um dos maiores artistas de todos os tempos.
SERVIÇO
Exposição Rembrandt – O mestre da luz e da sombra
- Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro
- Período: 24 de setembro a 8 de novembro de 2025
- Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 2 – Centro, Rio de Janeiro
- Horário: De terça a sábado, das 12h às 19h
- Capacidade de público: 500 pessoas
- Entrada gratuita
- Visitas guiadas para escolas, de terça a sexta, com agendamento prévio através do e-mail educativo.rembrandt @ gmail.com
- Redes sociais: rembrandtnobrasil
Informações gerais sobre visita mediada:
- Dias e horários: 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feiras – Entre 12 e 17h.
- Mínimo de 15 e máximo de 40 visitantes, acima de 3 anos de idade.
- Duração da visita: 1h30
- Entrada Franca
- A visita percorre as galerias da exposição “Rembrandt – O Mestre da luz e da sombra” no nível 3
- Visitas mediadas em Libras: mediante agendamento
Informações e curiosidades serão apresentadas ao público nas visitas mediadas, onde disponibilizamos QR Codes em diversos ambientes com vídeo Libras e narração voltada para pessoas com deficiência.
REALIZAÇÃO. A exposição tem patrocínio da Biancogres, Supermercados BH e é viabilizada pela Lei Rouanet de Incentivo a Projetos Culturais. A organização é da The Art Co. em conjunto com a Brasil Meeting Points. A realização é da Premium Comunicação Integrada de Marketing, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.