Repensando a masculinidade e a paternidade, peça “Recém-Nascido” estreia em Botafogo

por Redação

Em agosto de 2020, após os primeiros meses da pandemia do coronavírus, o artista Diego Braga, movido pelas transformações ocorridas em escala global e que afetavam diretamente aspectos íntimos de sua vida particular, decidiu contribuir artisticamente com a pauta da paternidade (Diego é pai de gêmeos de seis anos) e da masculinidade saudável. Para isso, contou com a condução do artista Daniel Leuback, que também se afinava com os temas levantados. Assim surgiu o embrião do espetáculo “Recém-Nascido”, que estreia dia 14 de outubro às 20h na Sala 2 do Estação NET Botafogo. O solo sobe ao palco orientado pela direção de Leuback e Lorena Lima.

No espetáculo, as falas e a memória se complementam. Um homem, disposto a romper o silêncio das dores masculinas, apresenta uma fala esperançosa sobre masculinidade e paternidade. A cena serve tanto de local para que o personagem central narre fatos de sua vida, quanto para que o público se sinta transportado para lugares de reminiscências, recordações, lembranças. Na medida em que embarca na jornada do ator-personagem, o público é convidado a observar seu próprio percurso até os dias atuais, daí o caráter ao mesmo tempo pessoal e universal deste projeto artístico.

“Minha vida foi radicalmente modificada depois que as crianças chegaram, e quando você vive uma experiência desse tamanho você quer falar, quer entender o que se passa dentro de você, quer saber se acontece assim com os outros, quer saber quem você está se tornando. Eu faço o ‘Recém-Nascido’ quase como uma missão. Pra mim, ele sempre foi muito mais do que teatro. Ele tem uma chama viva de transformação”, aposta Diego.

Na pandemia, quando o mundo inteiro parou, o olhar se voltou para dentro. Foi necessário que se voltasse para casa e que se reconectasse, sem disfarces, sem distrações, sem a correria de antes, consigo mesmo e com sua família. Pais e filhos se redescobriram. Uma grande oportunidade para elevar a paternidade a um novo patamar.

“De 2020 pra cá o espetáculo nasceu e foi se transformando, fomos identificando o que tínhamos de mais ‘universal’ dentro da dramaturgia e apostando nessa fala potencialmente coletiva. Na medida em que o trabalho foi ganhando contorno, já não era mais desconfortável dizer em voz alta o que geralmente guardamos dentro do peito”, revela Diego. “Nós, homens, somos embrutecidos desde que nascemos, sobrando pouco espaço pra que nossos afetos e emoções transbordem. Eu acredito em tempos de maior delicadeza, apesar da aridez dos dias atuais. Tempos de homens presentes na vida de suas filhas e filhos, atravessados pela paternidade”, pontua o artista.

Diego apresentou o texto para atriz e comunicadora Mariana Xavier, que prontamente se propôs a ser a produtora da peça: “É impossível vislumbrar um mundo mais justo e pacífico sem romper as amarras do machismo, que violenta toda a nossa sociedade, inclusive (talvez em primeira instância e muitas vezes sem se darem conta) os próprios homens. ‘Recém-Nascido’ convida o público a uma reflexão urgente sobre o exercício da masculinidade e da paternidade. É um espetáculo de grande potencial transformador, nos âmbitos individual e coletivo. Uma iniciativa que a Trampo não podia deixar de incentivar”, aposta.

Outra mulher se uniu a Diego na missão de levantar o espetáculo. Para a diretora Lorena Lima, sempre foi uma preocupação resgatar uma ideia básica: falar sobre criação de filhos. “Não é uma coisa nova – não quando tratamos no universo feminino. Infelizmente, mães solos passam por diversas questões desde que o mundo é mundo e não ganham troféu algum por isso. Exercer o papel de pai de forma coerente ainda não é comum, e o olhar feminino enquanto diretora vem como uma forma de resgatar a todo momento tal ideia. Este trabalho, na verdade, se mostra como uma conversa urgente, na qual pais e homens possam se colocar, ativamente, nessa discussão”, convoca.

Pensado inicialmente para ser um trabalho online, o espetáculo mudou de habitat e virou presencial, ganhando forma e vida num palco inusitado: a Sala 2 do cinema Estação NET Botafogo. Com sua chegada nesta nova casa, “Recém-Nascido” ganhou novos integrantes: além de Lorena Lima, o olhar e a parceria de audiovisual de Cavi Borges, cineasta, produtor e fundador da locadora Cavídeo, um dos principais produtores do cinema independente brasileiro na contemporaneidade; e o produtor Marcelo Aouila, produtor de espetáculos, exposições, festivais de música e projetos de incentivo à leitura.

SINOPSE

Um homem, disposto a romper o silêncio das dores masculinas, propõe ao público uma reflexão. Partindo de passagens de sua própria vida, ele abre caminho para assuntos que são universais: infância, parentalidade, amores, recomeços, sexualidade, paternidade e masculinidade. Lança um novo olhar sobre a forma como educamos meninos, meninas e como pretendemos construir a nós próprios durante a nossa trajetória. É uma fala esperançosa sobre masculinidade e paternidade para os dias de hoje.

SERVIÇO

“RECÉM-NASCIDO”

Temporada: 14 de outubro a 12 de novembro

Apresentações: Sextas e sábados

Horário: 20h

Local: Sala 2 do Estação NET Botafogo

Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 88 – Botafogo

Informações: (21) 2146-7892

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

Vendas antecipadas: www.sympla.com.br/

Lotação: 33 lugares

Duração: 50 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Instagram: @recemnascidoespetaculo e @diegobragaator

FICHA TÉCNICA

Idealização, Atuação e Texto – Diego Braga

Direção – Lorena Lima e Daniel Leuback

Audiovisual – Cavi Borges

Trilha Sonora Original – Guilherme Miranda

Iluminação – Adriana Ortiz

Cenografia – Gabriel Naegele

Figurino – Leo Thurler

Designer Gráfico – Yas Campbell

Fotos de cena, Making-off e Teaser – Lorena Lima

Assessoria de Imprensa – Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado e Bruno Morais

Assistente de Produção – Emerson Gol

Produção Executiva – Essegaroto Aouila – Marcelo Aouila

Direção de Produção – Mariana Xavier

Coprodução – Fértil Produções

Realização – Trampo Produções

Músicas:

“Pais e Filhos” – Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Villa Lobos – interpretado por ALVA.

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