Getúlio Cesar Reis da Silva, Suboficial Especialista em Comunicações Navais/Telegrafista da Reserva Remunerada da Marinha do Brasil (SO-CN-TL-RM1), nascido a 20 de fevereiro de 1965, em Duque de Caxias – RJ. Completou o Ensino Médio em 1982, tendo se formado em Técnico de Contabilidade, área de Ciências Exatas, mas sempre gostou muito de ler e escrever. Entrou para a Marinha do Brasil em 1983, foi promovido a suboficial em 11 de junho de 2008 e foi para a Reserva Remunerada em 13 de abril de 2013. Serviu como militar à Marinha do Brasil (MB) por 29 anos e 6 meses de onde tem ótimas recordações de vários fatos de sua carreira militar naval, porém, o que mais o regozijou foi ter sido selecionado, após vários testes psicológicos e exames médicos, para ser um dos 32 homens a compor a tripulação do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT) por 4 meses, no período de OUT/1998 a FEV/1999, tendo passado Natal e o Réveillon na Ilha, numa época que a comunicação ainda era precária, e ficavam praticamente isolados do mundo.
“Posso considerar que essa foi a maior experiência que tive em toda a minha vida, pois além de aprender a conviver com o isolamento e à distância de tudo e de todos, pude aprender muitas coisas e viver várias experiências que só foram possíveis na Ilha da Trindade.”
Boa leitura!
Escritor Getúlio Reis, é um prazer contarmos com a sua participação no Sopa Cultural. Apresente-nos a Ilha da Trindade.
Getúlio Reis – Trindade é uma Ilha Oceânica, distante cerca de 620 milhas de Vitória (ES) e 765 milhas do Rio de Janeiro (RJ), sendo considerada a primeira porção de território nacional e o ponto oriental extremo do território brasileiro, junto com o desabitado e inóspito arquipélago de Martin Vaz. Existem duas teorias sobre a descoberta da ilha. Na primeira a ilha teria sido descoberta pelo navegador espanhol João Alves em 1501, que a época se encontrava a serviço da coroa portuguesa; pela segunda hipótese, a descoberta dessa ilha é atribuída ao português Estevão da Gama em 1502, durante a segunda viagem de Vasco da Gama as Índias. Nesta ocasião a ilha foi batizada de “Ilha da Santíssima Trindade”. A partir daí a Ilha começou a ser visitada por outros navegantes aventureiros que, ao se depararem com ela, pensavam descobrir uma nova ilha. Foi o que aconteceu quase dois séculos depois com a chegada da expedição inglesa chefiada pelo astrônomo inglês Edmund Halley, em 1700, que realizava medições magnéticas a pedido do governo inglês e que toma posse da ilha em nome da Coroa Britânica. Com a Constituição Brasileira de 1823, a Ilha passou a fazer parte do território brasileiro. Trindade só seria ocupada de novo em 1895, quando a Inglaterra toma posse da ilha mais uma vez, sob o pretexto de instalar uma estação de cabo submarino que se estenderia até a Argentina. Esta segunda invasão perdurou até 1896. Em 1897, o Brasil reconquistou o direito sobre a ilha após intensa batalha diplomática contra o Reino Unido, onde o Diplomata Rui Barbosa se destacou e recebeu o título de “Águia de Haia” devido a sua atuação na Corte Internacional de Haia na Holanda, na qual defendeu a posse da Ilha da Trindade para o Brasil.
Trindade adormece no silêncio das suas montanhas, mas ouve-se no meio da noite o barulho estrondoso da arrebentação, quando as ondas se chocam violentamente contra as rochas. As tartarugas aparecem misteriosamente – enormes e espantosas – para depositarem seus ovos nos buracos-ninhos feitos à beira mar. E os caranguejos, como uma praga de gafanhotos, espalham-se por toda a sua extensão, tomando todos os recantos da Ilha. No alto do céu azul iluminado pela luz da lua, ecoa os grunhidos das aves e, no mar, os peixes cortam o descanso das águas. Essa é a Ilha da Trindade.
Ao dar início ao seu trabalho na Ilha, em que momento pensou em escrever um livro, registrar os mistérios e encantos da Ilha?
Getúlio Reis – Quando decidi me inscrever para passar quatro meses na Ilha da Trindade, sabia que seriam dias de solidão, pois apesar de toda a camaradagem entre os militares, não há nada que substitua a presença da família e dos amigos mais chegados, e na época, a comunicação com o continente era bem precária. Determinei-me a fazer o manuscrito de um livro-diário logo que o navio partiu do Rio de Janeiro e nele procurei mostrar o que realmente aconteceu no meu dia-a-dia e como fui descobrindo as histórias sobre a Ilha e os maravilhosos lugares que ela contém. Para que os quatro meses passem, sem que se sinta os dias muito longos, é necessário procurar preenchê-los de todas as formas possíveis. Além da busca constante de atividades, utilizei o tempo procurando aprender sobre a Ilha, lendo e ouvindo de outros militares da turma anterior e mesmo da minha turma que já haviam estado anteriormente na Ilha.
Apresente-nos seu livro “Ilha da Trindade”
Getúlio Reis – Você tem ideia da estranha quantidade de caranguejos que existe na Ilha de Trindade? Já imaginou o tamanho das tartarugas que “aparecem” e desaparecem misteriosamente, deixando seus ovos? Ou tem ideia da quantidade de pessoas que já morreram misteriosamente nos vários locais perigosos da ilha? Dificilmente você respondeu sim a essas perguntas porque – de fato – o arquipélago onde hoje fica o Posto Oceanográfico da Ilha de Trindade é um dos locais mais incompreendidos, inóspitos e isolados do planeta. Tema de dezenas de lendas e até de um misterioso “aparecimento” de OVNI. Há muito o que contar sobre o tão famoso POIT. Meu livro tem como foco descrever a ilha e como é o isolamento no local onde dezenas de militares da Marinha do Brasil se revezam tomando conta desse pedaço extremo do país. São 160 páginas e o ISBN é 9788595962330. O manuscrito permaneceu guardado e só se tornou livro agora após 23 anos de ter retornado da Ilha. Graças ao Gustavo Drago, da Drago Editorial que já publicou três livros meus, e a minha esposa Marcia Duarte que também incentivou, eu me senti motivado a digitar e finalmente transformar em livro aquele diário de histórias e vivências. Então, este livro sobre a Ilha da Trindade é o meu primeiro livro escrito, porém o quarto a ser publicado.
O que mais o atrai nesta obra literária?
Getúlio Reis – O que mais atrai é que é uma obra atemporal, pois embora eu conte as dificuldades da época, eu aproveitei para contar a história e as estórias da ilha, e também as histórias vividas por mim naqueles quatro longos meses.
Como militar da Marinha do Brasil, você atuou em diversas regiões, pensas em escrever sobre uma outra experiência ou só a Ilha da Trindade o inspirou a escrever um livro?
Getúlio Reis – Como já falei acima, o livro Ilha da Trindade é o meu quarto livro publicado, o meu primeiro livro também foi sobre experiências na Marinha do Brasil (Cenários Pitorescos de um Marujo), o segundo foi sobre minhas viagens e experiências de motociclista (Motociclismo – Vivendo e aprendendo) e o terceiro foram crônicas sobre conclusões tiradas das minhas experiências na vida (Crônicas da Vida), todos publicados pela Drago Editorial.
Onde podemos comprar o seu livro?
Getúlio Reis – O Livro Ilha da Trindade pode ser adquirido
Pelo portal da Drago Editorial
https://www.dragoeditorial.com/p/ilha-da-trindade-getulio-reis-14×21-160-paginas/
Na Amazon
https://www.amazon.com.br/dp/8595962332/ref=cm_sw_r_awdo_navT_g_SEAMB3PF3GMF68ZDD30V
No Mercado Livre onde eu mesmo envio, autografado e com dedicatória nominal
Quais os seus próximos projetos literários?
Getúlio Reis – Estou com dois projetos em andamento, um sobre textos criados ou adaptados para a realidade atual (O pensador moderno) e outro sobre minhas experiências de corridas de rua e de como me tornei um ultramaratonista (Corridas de rua – O esporte mais democrático).
Quais os principais objetivos a serem alcançados na área literária?
Getúlio Reis – Me considero um escritor amador, e meu primeiro objetivo foi que amigos adquirissem meus livros e realmente gostassem de ler e o segundo foi que pessoas fora do meu círculo de amizade adquiram meus livros e possam vivenciar minhas experiências. Ler é viver!
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Getulio Reis. Agradecemos sua participação no Sopa Cultural. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Getúlio Reis – A minha mensagem que está em todos os meus livros é que o melhor jeito de se aprender é com os acertos dos outros, não com os erros; e muito menos com seus próprios erros. E ler é o caminho.
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura
Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.
Contato: smccomunicacao@hotmail.com