O Campus Antropoceno América Latina apresenta uma semana de debates e atividades concentrada nos desafios do nosso tempo gerados pela interferência humana no meio ambiente. O evento possui uma programação extensa que envolve saídas de campo, oficinas distribuídas por três eixos temáticos e painéis de debate, além da conferência de encerramento. O Campus ainda conta com uma programação cultural, oferecida pelo Goethe-Institut Rio de Janeiro, envolvendo exposição permanente, lançamentos de livros e um espetáculo. O evento irá ocorrer no Rio de Janeiro de 2 a 7 de dezembro, na Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ (ESDI), no Centro do Rio, em parceria com o Theatro Municipal. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pelo site.
“O Campus é uma oportunidade para se inteirar de todo o debate acerca do Antropoceno, tratado por cientistas e pesquisadores como uma nova época climática que estamos adentrando, marcada pelos efeitos da ação humana sobre o clima”, diz Alyne Costa, coordenadora do projeto, ao lado de Anelise De Carli, Fernando Silva e Silva e André Araujo. O evento é realizado pelo projeto do CNPq “A Terra e Nós” em parceria com diversas entidades nacionais e internacionais. A oficinas e painéis contarão com nomes de grande relevância nos debates atuais como Mestre Joelson, Solange Brito, Melissa Moralli, Ana Paula Morel, Mestra Gegê, Francine McCarthy, Xochitl Leyva Solano, Francy Baniwa, Ana Luiza Nobre, David Sperling, Ligia Nobre, Vilém Flusser, Eduardo Góes Neves, Jürgen Renn, Jeanne Etelain, Éter Marques, João Victor Almeida Consoli, Luiza Proença, Emmanuel Biset, Zoy Anastassakis e Ailin Piren Huenaiuen.
A programação cultural do evento é gratuita e promovida pelo Goethe-Institut Rio de Janeiro e traz diversas atividades e a exposição “Ecologias de Confiança”, que ocupará a ESDI ao longo de toda a semana com instalações, pinturas, obras de arte visual e audiovisual que misturam diversas técnicas. Segundo Astrid Kusser, uma das curadoras da exposição, “As obras e ações observam formas de adaptação às novas realidades da vida na terra em condições de aquecimento global. As resistências não são mais modernas no sentido de um horizonte linear para autodeterminação e self-invention, mas conectados à materialidade das coisas: corpo, terra, território, tradição, memória, oralidade – diferentes entre si e guiados por lógicas próprias”.
A programação cultural entra no evento como uma forma de ampliar a discussão sobre os efeitos da ação humana nas mudanças climáticas e de trazer para o público novas abordagens para visualizar e refletir sobre essa ação humana. “O Goethe-Institut Rio de Janeiro já tem lançado luz sobre essas questões ao impulsionar e realizar iniciativas como o Cidade Floresta e o cosmopercepções da floresta, que agora integram com uma diversidade de ações artísticas e culturais a programação do Campus Antropoceno”, explica Isabel Hölzl, diretora do Instituto. No dia 4 acontecerá a visita à exposição “A Terra é o Utero do Tempo” na Galeria Casa Artistas Latinas e a mesa de debate “Cosmopercepções: o papel da cultura na mudança climática”. Já o Cidade Floresta participa do evento com o Caderno de Receitas de Artista, que será lançado no dia 6 e foi elaborado através de um edital no qual artistas puderam se inscrever.
O visitante terá acesso a uma concentração artística multilinguagem com colaborações de Ambuá & Izabella Coelho, Anita Ekman, Camila Proto & Anelise De Carli, Caró, Coletivo Salve Saracura, Cozinha das Tradições, Debora Pill, Gabriella Sales, Glicéria Tupinambá, Guanabara Pyranga, Jeremy Bolen, Laura Kemmer, Lucio Teles, Mariana Guimarães & Botânicas, Mariana Vogt, Resilient & Christian Braga, Solange Lisboa, Washington da Selva e Zona Ribeirinha de Lutas.
As atividades do Campus Antropoceno América Latina reúnem pesquisadores, educadores, artistas e ativistas de diferentes contextos que se dedicam a pensar a seguinte questão: como fazer com que nossas práticas coletivas estejam à altura das transformações que já estão em curso? O evento está ligado ao Anthropocene Curriculum, iniciativa internacional liderada pelas instituições alemãs Casa das Culturas do Mundo (HKW) e o Instituto Max Planck de História das Ciências (MPIWG). Essa edição dá continuidade à primeira edição realizada no Brasil em 2022, o Campus Antropoceno Brasil, na cidade de Porto Alegre. Outras edições internacionais passaram por cidades como Berlin, Veneza, Lisboa, Chicago e Lyon. Os encontros estão organizados em torno das questões que as mudanças climáticas suscitam sobretudo no Brasil e na América Latina, bem como dos desafios que elas impõem aos campos da pesquisa e da educação e à mobilização social, cultural e política, em escalas locais e globais.
PROGRAMAÇÃO – CAMPUS ANTROPOCENO BRASIL
02/12 – Segunda-feira
8h-9h: Credenciamento dos participantes inscritos nas Oficinas e Paineis.
9h-13h: Oficinas dos Eixos Onde, Quem e Quando
13h-14h: Almoço com Tia Romana da Feira das Yabás
14h-15h: Programação Cultural – Abertura da Exposição “Ecologias de Confiança”
16h-18h: Painel “Escavando Antropocenos: Geohistórias para o tempo presente”
03/12 – Terça-feira
9h-13h: Oficinas dos Eixos Onde, Quem e Quando
13h-14h: Almoço com Tia Romana da Feira das Yabás
14h-15:30: Programação Cultural – Ativação na Exposição com o projeto Zonas Ribeirinhas de Luta, com jogo de tabuleiro e conversa com ativistas e artistas.
16h-18h: Painel “Conhecer o nosso chão: ciências e práticas de aterramento”
04/12 – Quarta-feira
8h-16h: Saída de campo Eixo Quem – Aldeia Guarani Mbyá Mata Verde Bonita (Maricá, RJ)
8:30-15:30: Saída de campo Eixo Quando – Revolvendo o futuro, reativando o passado
9h-15h: Saída de campo Eixo Onde – Baía de Sepetiba
9h-12h: Programação cultural – Caminhada “Cartas ao Rio: Escutas Táticas”
17h-18:30h: Visita à exposição “A Terra é o Utero do Tempo” na Galeria Casa Artistas Latinas e mesa de debate “Cosmopercepções: o papel da cultura na mudança climática”
05/12 – Quinta-feira
9h-13h: Oficinas dos Eixos Onde, Quem e Quando
13h-14h: Almoço com Tia Romana da Feira das Yabás
14h-15:30h: Programação Cultural – Ativação na Exposição: Mostra do filme do grupo Botânicas: Mulheres, Plantas e Fabulações de Acervos e conversa com convidados.
16h-18h: Painel “Geografia das zonas de disputa: crítica, sacrifício, extração e resistência”
06/12 – Sexta-feira
7h-9h: Programação Cultural – ECOS: Caminhada Sonora do Guanabara Pyranga
9h-13h: Oficinas dos Eixos Onde, Quem e Quando
10h-14h: Programação Cultural – Derivas do grupo Botânicas no jardim da ESDI finalizando na performance UMBIGO
13h-14h: Banquete de encerramento da Cozinha das Tradições
14h-15h: Programação Cultural – Lançamento do Caderno de Receitas de Artista
16h-18h: Conferência de Encerramento
19h-20h: Espetáculo Matters
07/12 – Sábado
10h-13h: Apresentação dos resultados das oficinas e Encerramento
Programação detalhada no site
SERVIÇO
Campus Antropoceno Brasil
Dias: 2 a 7 de dezembro
Locais: Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ (R. do Passeio, 80 – Centro, Rio de Janeiro) e Theatro Municipal de Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro, Rio de Janeiro)
QUEM FAZ O CAMPUS ANTROPOCENO BRASIL: O evento é produzido pela APPH (Associação de Práticas e Pesquisas em Humanidades) de Porto Alegre/RS em parceria com a PUC-Rio, e realizado através do projeto “A Terra e Nós”, financiado pelo CNPq. O evento também recebe financiamento da FAPERJ, Departamento de Filosofia PUC-Rio, Vice-reitoria de Extensão e Estratégia Pedagógica PUC-Rio e do Institut Français. O evento conta com a colaboração do Goethe-Institut do Rio de Janeiro, Embaixada da França, Juntes na Cultura, Anthropocene Curriculum, Haus der Kulturen der Welt e Max Planck Institute for the History of Science e apoio da ESDI-UERJ, PPDESDI, Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Editora Bazar do Tempo.