Ro Araujo traz afrofuturismo feminista em seu disco de estreia

Jongo, funk, bossa nova e cumbia se encontram nas letras potentes da artista

por Redação
Ro Araujo (no centro) com artistas do clipe “Nesse som”, em frente aos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro (RJ) - Crédito: Thiago Liel

A força e o sonho de uma vida se concretizam em “Afruturo”, álbum de estreia da cantora Ro Araujo (RJ). Bebendo da brasilidade e navegando em sonoridades como a cumbia e o soul, a cantora traz em seu primeiro trabalho solo 12 faixas que enaltecem a cultura negra, enquanto aborda temáticas espinhosas como a reparação histórica, direitos femininos, autoconhecimento, padrões estéticos, entre outros. O disco estará disponível nas principais plataformas de streaming no dia 15 de janeiro (quarta-feira).

“O projeto é o sonho de uma vida, porém a decisão de realmente escrever, gravar e lançar tomou forma há poucos meses atrás, após um momento traumático na minha vida em que corri risco de morte. Foi neste momento que reconheci a urgência de resgatar esse sonho, falar sobre temas que realmente são importantes pra mim e parir minhas próprias ideias”, revela Ro Araujo.

O disco sucede o lançamento dos singles “Raridade” e “Nesse som”, o último lançado também com um videoclipe produzido por meio da Lei Paulo Gustavo e que conta com versão audiodescritiva e com Libras. Com mais de 50 mil visualizações, o vídeo é um jongo-funk que enaltece a cultura brasileira, com a participação de dançarinos, capoeiristas, skatistas, o grupo Baque Mulher, entre outros. Gravado em Nova Iguaçu, terra natal da cantora, e em pontos importantes para a história cultural afrodescendente no Brasil, tais como Cais do Valongo, Arcos da Lapa e Praça Mauá, todos na cidade do Rio de Janeiro.

O álbum pode ser definido como um pop brasileiro com referências à ancestralidade e a latinidade. Símbolo de um momento de transformação na vida de Ro Araujo, o disco “Afruturo” traz letras corajosas embaladas em uma mistura de ritmo empolgante. Como na faixa “Contra o vento”, que mistura a bossa nova com a cumbia; ou em “Proteção”, que mistura orixás ao maracatu, com toques de soul pop e dançante.

“O trabalho bebe da brasilidade, da cultura popular e música negra não só brasileira, mas também da América Latina e até mesmo norte-americana. Minhas influências musicais são muito diversas, passam tanto por clássicos da MPB até Anitta, sou uma pessoa muito aberta musicalmente, o que acredito que se reflete também na sonoridade do disco. Gostei de, por exemplo, fazer uma música que é um funk, mas com uma letra que fala sobre padrões de beleza, sobre procedimentos estéticos, como um deslocamento de temáticas dentro de um ritmo que ainda é muito machista”, reforça Ro Araujo.

Alinhando discurso à ação, a equipe de Ro Araujo é, em sua maioria, de mulheres, e a artista é acompanhada no disco pelas cantoras Ju Santana, na faixa “Eu não ando só”; Ananda Jacques, em “Serpente”; e Aiane, na música “Proteção”. Da vulnerabilidade que originou a criação do disco “Mulheres Artistas em Residência – Volume 1”, foi na união destas mulheres que a artista encontrou seu porto seguro.

“O processo de composição com elas foi fluido, leve. Uma das motivações foi sentir que gostaria muito de mostrar outras facetas, criar uma nova relação com a música e com o público, em que eu pudesse me despir dos medos e me conectar de uma forma mais genuína”, finaliza Ro Araujo.

Conheça Ro Araujo

Jornalista por formação, Ro Araujo começou a fazer aulas de canto em 2015, na Escola de Música Villa-Lobos e na Escola de Choro, enquanto trabalhava como editora de novelas na Rede Globo. Na mesma época, começou a tocar percussão em um bloco de carnaval e foi assim que começou a cantar profissionalmente, se apresentando nos eventos e compondo o samba-enredo, em 2017. Em 2018, decidiu se dedicar totalmente ao seu sonho de trabalhar na música

Ser mulher na música é saber navegar nas redes e, com elas, se erguer. Em 2019, Ro Araujo conhece o Movimento das Mulheres Sambistas, onde se sentiu acolhida e teve pela primeira vez a sensação de estar entre iguais. Em 2022, participa da residência artística do Programa Mulheres Artistas em Residência, do Coletivo MARES, no Rio de Janeiro, e lança um disco autoral com seis músicas compostas por ela.

“Foi muito importante pra mim esse momento pois conheci muitas parceiras não só de música, mas de vida, com quem troco até hoje. Mais uma vez a rede de mulheres me elevando e impulsionando minha relação com a música”, relembra Ro Araujo.

Sua estreia na carreira solo acontece em 2023, com o single e clipe “Mulher Negra”, que impacta a trajetória da artista pra sempre: pela primeira vez recebe haters, comentários negativos por ela ser uma mulher negra de pele clara. Embora a questão seja complexa, Ro Araujo reconhece que o assunto tem sido abordado no Brasil e está evoluindo. A experiência deste lançamento impulsionou o posicionamento político da artista em sua carreira, abordando em suas letras assuntos como ancestralidade, pressão estética, cultura negra, entre outros.

Ficha técnica

O disco “Afruturo”, de Ro Araujo, conta com produção, mixagem e masterização de Fael Brito. As cantoras convidadas são Ananda Jacques, Aiane e Ju Santana. A capa do disco é de autoria de Martina Flach. Participam também OrBe Comunicação (assessoria de imprensa), Vinicius Soares (marketing), Maya Silva (orientação vocal) e Verônica Machado (orientação fonoaudiológica). O trabalho conta com distribuição da Tratore.

Os visualizers que acompanham cada uma das faixas, disponível no YouTube, contam com direção de fotografia de Gabriela Furlan, com assistência de Bernardo Martins, que também atua na edição e colorização. Os roteiros são uma pareceria entre Ro Araujo e Gabriela Furlan. As cantoras convidadas são Ananda Jacques, Aiane e Ju Santana. A produção executiva dos vídeos é de Ro Araujo, com assistência de produção de Muca Vellasco, Lídia Leopoldina e Valéria Santana, a última também atuou no figurino. Também colaboraram: Lídia Leopoldina (making of), Ana Frazão (direção de arte), Lutera Tabisa (maquiagem), Safira Santana (cabelo). A locação é na Casa das Romãs, no Rio de Janeiro. Agradecimentos às marcas: Afronta Acessórios, Afreto, Vulvalitas, Katuchita Etnias, VB Ateliê.

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