Saberes e Fazeres Quilombolas no maciço da Pedra Branca

SABERES E FAZERES QUILOMBOLAS

A mostra traz obras e artistas do chamado “sertão carioca”, como é conhecida esta região dos quilombos na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Estarão expostas – e à venda – peças de Orixás do ferreiro Alexandre da Silva Santos; a arte em madeira de Geremias Amadeu da Cruz, o Gerê, que transforma galhos e troncos em figuras humanas e animais; as maquetes de pau-a-pique de Adilson Mesquita Junior; as esculturas, pinturas, colagens e versos de Carmen Paixão, entre outros tantos.

A abertura, no dia 23 de novembro, conta com apresentação da Roda de Jongo do Quilombo do Camorim

As diversas artes quilombolas do Maciço da Pedra Branca, na Zona Oeste carioca, são tema da próxima exposição da Sala do Artista Popular (SAP), no Catete, que abre no dia 23 de novembro próximo, celebrando o Mês da Consciência Negra.

SABERES E FAZERES QUILOMBOLAS NO MACIÇO DA PEDRA BRANCA lança luz sobre a região conhecida como “sertão carioca”, investigando o modo de vida e de produção de comunidades quilombolas que, a partir da relação com a terra e o território, desenvolveram formas particulares de tradição e práticas culturais. A abertura, às 17h, contará com a apresentação da Roda de Jongo do Quilombo do Camorim.

As atividades já terão início no dia 17 de novembro, com o evento Um Dedo de Prosa, uma roda de conversa com as lideranças dos quilombos, aberta ao público, onde contarão um pouco sobre a história e a memória da região.

A pesquisa de campo visitou, além do Camorim, mais 2 quilombos: Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande, e Dona Bilina, no Rio da Prata. Além de registrar algumas atividades educativas desenvolvidas, também foram realizadas entrevistas com lideranças e artistas locais, como a artista plástica e poeta Carmen Paixão, que atua no Quilombo Bilina e encontrou nas esculturas, nas telas e nos versos sua forma de expressão.

“Comecei a pintar muito cedo, como já falei em conversa, seguindo os passos do meu irmão Hélio Paixão, grande artista e minha maior inspiração”, conta Carmen, que faz esculturas de papel marchê, pinta quadros, utiliza técnicas de colagem de tecido, como chita,  em suas produções artísticas.

Entre conversas sobre memória e ancestralidades, além de trilhas pelos quilombos, a pesquisa chegou a outros artistas, como Adilson Mesquita Junior, que faz maquetes de pau-a-pique. Embora o tempo destinado à faculdade atualmente não venha lhe permitindo dedicar-se integralmente à sua arte, para esta exposição ele apresentará alguns exemplares da obra que fez dele referência no Cafundá Astrogilda.

No mesmo quilombo, também são referência as obras do ferreiro Alexandre da Silva Santos, em especial suas peças de Orixás, como o Oxé de Xangô que estará na mostra, e a arte em madeira de Geremias Amadeu da Cruz, o Gerê, que se inspira na natureza para transformar galhos e troncos em figuras humanas e animais.

São as obras desses artistas que estarão na exposição, representando os saberes e fazeres diversos transmitidos de geração em geração nos quilombos do “sertão carioca.” Além de conhecer um pouco do modo de produção e da história deles, o público poderá acessar o catálogo com o registro completo da pesquisa de campo, e também adquirir as peças, que ficarão à venda. Trata-se de uma das estratégias do Programa Sala do Artista Popular (SAP) para fortalecer o artesanato de tradição.

PROGRAMA SALA DO ARTISTA POPULAR

Saberes e fazeres quilombolas no Maciço da Pedra Branca é a 204ª exposição do Programa SAP, criado em 1983 com o intuito de oferecer um espaço de exposições de curta duração, voltado para difundir e comercializar as obras de artistas e comunidades artesanais. Cada catálogo é desenvolvido a partir de pesquisa etnográfica e documentação fotográfica realizada pela equipe do CNFCP.

Mesmo depois de encerrada a exposição, os artistas que expõem na SAP podem continuar enviando suas obras para o espaço de comercialização do Centro. A partir da divulgação e do contato direto com o público, abrem-se oportunidades de expansão de mercado e de produção.

INAUGURAÇÃO: 23 de novembro (5ªf), às 17h
ONDE: Sala do Artista Popular do CNFCP / Iphan, Rua do Catete, 179
Na abertura, apresentação da Roda de Jongo do Quilombo do Camorim
Dias e horários: terça a sexta-feira, das 10h às 18h / sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h
Período: 23 de novembro a 14 de janeiro

Um Dedo de Prosa – roda de conversa com lideranças dos quilombos do Camorim, Cafundá Astrogilda e Dona Bilina
Onde: Sala Multimídia do CNFCP / Iphan, Rua do Catete, 179
Dia e horário: 17 de novembro (6ªf), às 17h

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