Sandra Duailibe e Clarisse Grova festejam Áurea Martins

Áurea Martins é aquele tipo de cantora que, quando abre a voz, cala fundo no coração de quem a ouve. Essa marca se mantém desde que ela surgiu, cantando na noite, em idos dos anos 1970, no Rio de Janeiro. Dona de um timbre único, Áurea construiu sua carreira e consolidou seu nome pelo bom gosto na escolha do que cantar – e assim se mantém até hoje. Sandra Duailibe e Clarisse Grova viviam em cidades diferentes quando, interessadas em música brasileira, foram arrebatadas pelo canto de Áurea. Não tardaria para a vida – e a música – aproximá-las uma da outra e da própria Áurea, referência para ambas. Os caminhos voltam a se cruzar, e não há melhor lugar do que o palco. Sandra Duailibe e Clarisse Grova festejam Áurea Martins será apresentado no dia 31 de março, sexta-feira, às 20h, no Teatro Brigitte Blair, em Copacabana. As cantoras serão acompanhadas por Rubinho Jacob (direção musical e violão) e Gerorgia Camara (percussão) num show que tem tudo para ser antológico.

O roteiro do show passa pelos meandros que unem e irmanam esses três cantos, abarcando autores e canções fundamentais na trajetória de Áurea e perpetuados, de tempos para cá, pelas vozes de Sandra Duailibe e Clarisse Grova. De Jonnhy Alf (1929-2010), compositor muito presente no repertório de Áurea, elas escolheram “Ilusão à toa”. João Donato marca presença com “Até quem sabe” (com Lysias Enio) e Herminio Bello de Carvalho, com “Quem disse que te esqueço”. O samba estará, aliás, muito bem representado por clássicos como “Pra machucar meu coração”, de Ary Barroso (1903-1964), e “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins).

Sandra Duailibe e Clarisse Grova são da mesma geração ainda que tenham surgido em momentos diferentes na cena musical. Assim como Áurea, elas também pautam a escolha de seus repertórios pelo bom gosto musical, culminando em álbuns e apresentações refinados. Natural que os repertórios de ambas se encontrem e que, melhor ainda, os caminhos dessas três artistas se esbarrem.

Nos anos 1990, uma curta distância separava Áurea Martins de Clarisse Grova. Já consagrada, Áurea era a estrela do Antonino, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto Clarisse despontava no Chico’s Bar, a alguns quarteirões de distância. Áurea encerrava seu expediente e ia ouvir a amiga no Chico’s, onde, volta e meia, atendia ao convite de Clarisse ( e o chamado do público) para subir ao palco.

Áurea deixou em Sandra mais do que a marca de sua voz. Era o ano de 2009 quando Sandra fez seu primeiro show no Rio. Áurea e Marcio Lott foram os convidados especiais. “A simplicidade e a interpretação dela me arrebataram. Desde então, somos amigas e admiradoras uma da outra”, relembra Sandra, que fortalece a amizade a cada vinda ao Rio, onde Áurea a recebe para conversas regadas a café orgânico. “Fico ouvindo por horas as histórias que ela sempre tem para contar. Mulher viva e brilhante. Sua luta e seu poder me representam”, atesta a artista.

A vivacidade e a perseverança de Áurea são reverenciadas por Clarisse, que chama atenção também para o companheirismo da homenageada: “Sua musicalidade, seu timbre e seu companheirismo foram características marcantes para todas nós, cantoras, às quais sempre deu força. Para mim, uma mestra em canções, alegria, atitudes e companheirismo. Que sorte a minha ter convivido com essa bela artista, essa mulher de fibra que sabe lutar e sabe vencer com dignidade. Por isso, meu canto, nesse show é pra ela. Viva Áurea Martins!”. Viva!

Sandra Duailibe e Clarisse Grova festejam Áurea Martins

com Sandra Duailibe e Clarisse Grova

Direção musical e violões: Rubinho Jacob

Percussão: Gerorgia Camara

Serviço:

Local: Teatro Brigitte Blair (Rua Miguel Lemos,  51-H, Copacabana, Rio de Janeiro. Tel: 2521-2955)

Dia e horário: 31 de março, sexta-feira, às 20h

Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Vendas pelo Sympla ou pela bilheteria do teatro, que funciona de terça a domingo a partir das 15h

Classificação: 16 anos