‘Sangue’: Fábula ácida sobre o fazer artístico e as relações de poder estreia dia 11 de outubro no CCBB Rio de Janeiro

Com texto e direção de Kiko Marques, espetáculo propõe uma discussão sobre o poder e a dominação, a partir da história de dois atores

Data:

Até que ponto o poder e a dominação compõem a essência do ser humano e as relações sociais e de trabalho? O espetáculo “Sangue”, escrito por Kiko Marques especialmente para os atores Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito, estreia dia 11 de outubro de 2024, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, como parte das comemorações pelos seus 35 anos. A peça ficará em cartaz até 10 de novembro, com sessões de quinta a sábado, às 19h; e domingo, às 18h. Kiko Marques também assina a direção. O espetáculo conta com o patrocínio do Banco do Brasil, com incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Em circulação, já passou pelo CCBB São Paulo, com grande sucesso de público e crítica, e ainda cumprirá temporadas no CCBB Belo Horizonte e CCBB Brasília.

A obra propõe uma discussão sobre o poder e a dominação, a partir da história de dois atores que, durante a montagem de um texto de um grande autor francês, já falecido, recebem a notícia da revogação de seus direitos autorais.

“A ideia foi criar um poema cênico, um mito sobre as inúmeras e insuspeitáveis formas de guerra e dominação do ser humano por outro ser humano; sobre a necessidade de possuir o outro, mas também sobre o verdadeiro pertencimento e a fraternidade que brota nos mais imprevisíveis campos”, afirma o autor e diretor Kiko Marques.

“Sangue” surge a partir de um acontecimento similar ocorrido com parte da equipe da peça que, há alguns anos, teve um projeto artístico bloqueado por questões de direitos autorais. Kiko se inspirou no inconveniente da situação para falar sobre aspectos brutais da natureza humana. Como uma miniatura do mundo, os conflitos da peça espelham os conflitos que a própria sociedade atravessa.

“Falar sobre o poder e a dominação é revelar uma parte fundamental da essência das relações sociais humanas. No caso de “Sangue”, é tirar o véu com que se camuflam nas mais justificáveis intenções. É mostrar a verdadeira face da violência e da usurpação do outro”, afirma.

O fazer artístico no cerne do espetáculo

Em “Sangue”, os franceses – detentores dos direitos da obra – armam uma armadilha para se apoderar do projeto dos artistas brasileiros, fazendo-os perder o domínio daquilo que eles próprios idealizaram. Assim, a peça também traz para o debate questões que envolvem a produção artística e os trabalhadores da cultura, mostrando um pouco dos bastidores, numa situação fictícia, mas que poderia muito bem ser verdade.

“Quis abrir a porta da nossa casa (os bastidores do teatro) ao olhar de quem não vive essa realidade, para que esse espectador pudesse conhecer, em parte, nossa ‘aldeia’ (como diria Tolstoi); conhecer as pessoas envolvidas com o fazer teatral, seus anseios, suas paixões, e reconhecer-se nelas”, completa Kiko.

O texto também discute o olhar eurocêntrico e a violência de gênero, que aparece desde o início do relacionamento amoroso entre o diretor francês e a atriz brasileira.

A equipe criativa conta ainda com André Cortez na criação do cenário, Marichilene Artisevskis nos figurinos, Gabriele Souza no desenho de luz e Marcelo Pellegrini na música original. Kiko Rieser assina a direção de produção. O espetáculo já passou pelo CCBB São Paulo, com grande sucesso de público e crítica, e ainda cumprirá temporadas no CCBB Belo Horizonte e CCBB Brasília.

SINOPSE:

Carin e Cesar Santo estão ensaiando “Sangue”, peça de Aponti, genial autor francês já falecido, quando chega a informação de que os direitos da montagem foram cancelados por Victor, irmão do autor. Carin, então parte pra entender o que aconteceu e tentar revogar essa decisão por meio de Leon, seu ex-marido e amigo íntimo de Victor. A partir disso e do encontro dessas pessoas, o rumo dessa montagem e de suas vidas irá mudar radicalmente.

FICHA TÉCNICA:

  • Texto e direção: Kiko Marques
  • Elenco: Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito
  • Cenário: André Cortez
  • Desenho de luz: Gabriele Souza
  • Figurinos: Marichilene Artisevskis
  • Música original: Marcelo Pellegrini
  • Visagismo: Leopoldo Pacheco
  • Assistência de direção: Matilde Mateus Menezes
  • Técnico e operador de luz e som: Rodrigo Palmieri
  • Camareira: Léia Marone
  • Design gráfico: Letícia Andrade (Nós Comunicações)
  • Fotos: Heloísa Bortz
  • Mídias sociais: Felipe Pirillo (Inspira Comunicação)
  • Assessoria contábil: Juliana Rampinelli Calero
  • Assessoria jurídica: Martha Macruz
  • Supervisão administrativa e prestação de contas: Dani Angelotti
  • Direção de produção: Kiko Rieser
  • Produção executiva: Fernanda Lorenzoni
  • Assistência de produção: Fábio Mráz
  • Idealização e projeto: Carol Gonzalez e Kiko Rieser
  • Realização: Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil
  • Patrocínio: Banco do Brasil
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