São Gonçalo recebe 2ª edição do megafestival afro ‘Trançar é Esperançar’

Ele está de volta, ainda maior e mais potente! A 2ª edição do Festival “Trançar é Esperançar, realizado pela associação Mulheres da Parada e contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), acontece em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nos dias 25, 26 e 27 de julho em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

Durante o festival, o público poderá ter acesso a oficinas (de vários tipos de tranças, lace e turbantes), palestras, além de feira de moda e gastronomia afro com 35 empreendimentos, shows e espaço quilombinho (com atividades e atrações para as crianças).

Outros destaques da programação serão os shows com as cantoras Chelle (ex-The Voice) e Nilze Benedicto; palestra com a influenciadora Patrícia Marins e oficina com a escritora best-seller Ryane Leão.

Haverá ainda concurso de tranças que dará um prêmio de R$ 600 da Ser Mulher e pitchs das pretas (apresentações de negócios) com 40 vagas para empreendedoras que também serão premiadas com produtos da mesma marca.

Segundo a presidente da associação Mulheres da Parada, Letícia da Hora, a programação foi elaborada a partir de quatro pilares: cultura e ancestralidade viva; empreendedorismo e economia criativa; afeto, reconhecimento e memória; sustentabilidade e impacto social.

“Estamos muito animadas para entregar mais uma edição do nosso festival, que é pensado sempre a partir do recorte de raça, gênero e território, ou seja, para mostrar e valorizar principalmente quem produz cultura e economia criativa em São Gonçalo”, explica Letícia.

O evento conta também com o apoio da Ser Mulher e parceria da Feita Q-Preta, Movimento de Mulheres de São Gonçalo, Casa Atípica e TMESP/Ambulância, Instituto Karanba, Mulheres do Salgueiro, Instituto Jelson da Costa Antunes (IJCA), Abraço Coletivo e Coletivo Mina Crespa, além da Prefeitura de São Gonçalo através da Secretaria Municipal de Turismo e do Ministério da Cultura.

A associação Mulheres da Parada é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 2020 na pandemia da covid-19 a partir da iniciativa de mulheres negras e moradoras de periferias de São Gonçalo.

Todas as atividades do evento serão gratuitas e realizadas no Teatro Municipal de São Gonçalo, no Centro da cidade (confira programação completa abaixo). A programação também será transmitida no canal do Youtube e no instagram da Mulheres da Parada.

O porquê do nome

A 1° edição do festival “Trançar é Esperançar’ foi realizado em novembro de 2023, com o objetivo de ser um momento e espaço de encontro, troca e fortalecimento entre mulheres negras, tendo a trança como símbolo de identidade, protagonismo e geração de renda.

Homenagens

Neste contexto de valorização, haverá também haverá homenagens às seguintes personalidades: Altay Veloso, Maria de Lourdes Siqueira (in memoriam), Amanda Mara Goytaká, Alberto Rodrigues, Jandira Magno de Campos, Nailza Reis Pereira e Gleice Figueiredo de Lima.

Altay Veloso é um cantor e compositor nascido e morador de São Gonçalo conhecido nacionalmente por ter músicas gravadas por grandes nomes, como Alcione, Elba Ramalho, Jorge Aragão, Belo, entre outros. Também é autor do livro e ópera “Alabê de Jerusalém”.

Conhecida como dona Lurdes, a mineira Maria de Lourdes Siqueira foi uma educadora popular e líder comunitária, que deixou um legado no bairro Boaçu, em São Gonçalo.

Amanda Goytaká é mãe solo, curandeira, historiadora contra-colonial e professora da Universidade Indígena Pluriétnica Aldeia Maraka’nã.

O maranhense Alberto Rodrigues é publicitário, produtor cultural e idealizador da Festa Literária de São Gonçalo (Flisg).

Jandira Magno é uma bancária aposentada que, por incentivo da mãe, abriu um espaço de café e literatura em São Gonçalo para lançamento de livros, shows e exposições.

Nailza Reis, mais conhecida como tia Niquinha, é trancista há 40 anos em São Gonçalo e, quando ainda não existiam cursos, ela ensinou muita gente na arte de trançar.

Gleice Figueiredo é diretora IFRJ de São Gonçalo e promove parcerias com projetos sociais e culturais da cidade.

Programação completa

25 de julho

Cerimônia de abertura para convidados

26 de julho

10h – Abertura com Letícia da Hora, presidente da associação Mulheres da Parada

10h30 às 11h30 – Palestra “Letramento Racial Crítico”, com Andréia Hoelzle (IFRJ)

10h às 11h – Oficina “Colocação de lace”, com Ana Linda Lace

11h30 às 12h30 – Oficina “Resgate de sabedoria ancestral das ervas”, com Amanda Goitaká

13h30 às 14h30 – Oficina “Box Braids e suas variações”

14h às 14h30 – Pitch das Pretas – Rodada 1

14h30 às 15h15 – Roda de Conversa “Trançando futuros prósperos na moda”, podcast “Qual é das Pretas” com Aline Silva, Viviane Melo e Janete Nazareth e mediação de Kássia Cris Oliver

15h15 às 16h – Palestra “Racismo Ambiental”, com Amanda Goitaká

15h às 16h30 – Oficina “Aplicação de dread removível”

16h às 16h15 – Pitch das Pretas – Rodada 2

16h15 às 17h – Palestra “Seja CEO da própria vida”, com Claudia Paula

16h30 às 17h – Oficina “Turbantes”, com Rosiane Mariano Borges (Pérola)

17h às 18h – Apresentação artística com Fábio Simões

17h às 18h – Contação de História Arana e sua Turma e Boneca Abayomi (Movimento de Mulheres)

27 de julho

10h – Abertura com Letícia da Hora

10h30 às 11h30 – Pocket show “Maternidade atípica e roda de conversa, com Isa Black Woman, Gláucia Batista, Ana Paula e Gabi de Pretas

10h30 às 11h30 – Oficina “Lace artesanal”, com Júlia Vitória do Nascimento

10h30 às 11h30 – Oficina “Abayomi para crianças” (Movimento de Mulheres de São Gonçalo)

11h às 12h – Oficina “Trança Twister”

11h30 às 12h30 – Palestra “O que ninguém te conta sobre se sentir bem de verdade”, com Patrícia Marins

13h às 14h – Podcast “Trancista não é cabeleireira. Nossa profissão foi reconhecida”, com a trancista Cláudia Félix e Cris Pires e mediação de Kássia Cris Oliver

13h30 às 14h30 – Oficina “Stich braids”

14h às 15h – Oficina “Tie dye”, com Mulheres do Salgueiro

14h às 16h – Oficina “Escrevivência para Mulheres Negras”, com Ryane Leão

14h às 16h – Lançamento do livro “As protagonistas do jogo” (homenagem e recital), com Instituto Karanba e Altay Veloso

14h30 às 15h – Pitch das Pretas Rodada 3

15h às 16h – Oficina “Nagô freestyle”

16h às 16h30 – Pitch das Pretas Rodada 4

16h às 17h – Formatura projeto Donas da Parada turma Trancistas 2024, Mulheres da Parada

17h às 17h30 – Premiação do Concurso de Trancista

17h30 às 18h30 – Baile Charme, com Família Black Star

Os ingressos gratuitos para participar das atividades devem ser retirados através do site Sympla, cujo link está na bio do instagram.com/mulheresdaparada.

Em todos os dias do evento, é solicitada a doação de 1kg de alimento não perecível para fortalecer o projeto Mercadinho Solidário mantido pela associação Mulheres da Parada e ajuda famílias em vulnerabilidade social.

SERVIÇO

Evento: Festival “Trançar é Esperançar”
Datas: 25, 26 e 27 de julho
Local: Teatro Municipal de São Gonçalo (Rua Feliciano Sodré 100, Centro)
Horário: das 10h às 22h
Classificação: Livre

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