Segunda etapa da VII Edição do Festival Instrumental Mulambo Jazzagrário

Chora - Mulheres na Roda - foto divulgação

O Festival Instrumental Mulambo Jazzagrário chegou à sua VII edição com a estreia em abril na Zona Oeste e, agora em maio, apresenta a segunda parte dessa edição com mais dois dias de apresentações gratuitas na pequena África e na Zona Oeste (Bangu) do Rio de Janeiro, com apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ), Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.

Esta etapa do Festival Instrumental Mulambo Jazzagrário é fruto de uma seletiva feita pela curadoria do projeto selecionando atrações locais, com o objetivo de jogar luz sobre novos projetos de música instrumental inventiva e periférica no Rio de Janeiro e outros estados, além de convidados especiais.

O mestre homenageado desta edição é o baterista e percussionista Robertinho Silva, grande mestre da história da música brasileira, que abriu esta edição no mês passado se apresentando na Arena Hermeto Pascoal em Bangu. Nesta segunda etapa, Robertinho também estará presente.

ATRAÇÕES

Dia 12/05sexta – Museu de História e Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB)

– Esta primeira noite será aberta com a exibição da série documental “A Cor do Som – Memórias da Música Negra” (2019), idealizada e dirigida por Maurício Pazz, focada em produzir e difundir memórias sobre musicistas negros como Walmir Gil, Laercio Freitas e Fred Penteado. Após a exibição, haverá bate papo com o diretor, sob mediação de Nathalia Grilo. Maurício Pazz é um alquimista das sonoridades musicais afro-diaspóricas e um artista múltiplo. Em mais de dez anos de carreira, atuou com grandes artistas, tais como Chico César, Luedji Luna, Nelson Sargento, François Muleka, Walmir Gil, dentre outros.

– Roda de conversa “O lugar do feminino na música instrumental brasileira” com participação de Laila Aurore, cavaquinista, compositora, arranjadora, educadora e cofundadora do Chora – Mulheres na Roda, uma roda de aprendizado da linguagem do choro só com mulheres, com mediação de Nathalia Grilo.

– Show do Radio Diaspora, com participação especial de Robertinho Silva, convidado especial de São Paulo para mostrar a música instrumental periférica além do Rio de Janeiro. O duo – formado por Rômulo Alexis (trompete, flautas e voz) e Wagner Ramos (bateria e eletrônicos) – traduz a diáspora africana em experimentalismos do free jazz e da improvisação livre em que exorciza pela música a violência contra a raça negra e trazem novos significados à experiência musical afro-descendente.

– Show de Thiago Kobe, artista selecionado pela curadoria do festival, em que mostra “Vila Noturna”, seu primeiro álbum. Percussionista, carioca, negro e nascido na zona norte, Thiago tem no pandeiro o seu primeiro e mais natural instrumento, porém, foi no vibrafone que encontrou a sua principal ferramenta de expressão artística. Sua obra se inscreve essencialmente uma obra negra, fruto de sua ancestralidade e de suas vivências. Sua produção é uma reverencia à sofisticação de Paulinho da Viola amparada nos pilares construídos por Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Baden Powell, Moacir Santos, Milton nascimento, Dona Ivone Lara, entre outros.

Dia 13/05sábado – Praça Guilherme da Silveira – Bangu

A programação segue recheada de novidades e música boa.

– Uma reunião de musicistas e instrumentistas abre a noite, realizando uma das propostas do festival que é a reunião de músicos: Glaucia Negreiros (piano), Kátia Preta (trombone), Ana Magalhães (percussão) e Juliane Gamboa (vocalizações).

– Show do grupo Chora – Mulheres na Roda, projeto selecionado pela curadoria do festival a partir da seletiva. O Chora é um regional de música instrumental brasileira que tem o choro como gênero principal. O grupo é integrado pelas instrumentistas e compositoras Carolina Chaves (flauta), Geiza Carvalho (percussão), Laila Aurore (cavaquinho) e Samara Líbano (violão 7 cordas) e surgiu em 2018, a partir do desejo de contribuir para maior representatividade feminina nas tradicionais rodas de choro do Rio de Janeiro.

– Discotecagem do Baixa Santo Soundsystem e do DJ Eduardo Brechó na abertura, intervalo e após evento.

O Festival

O Festival Instrumental Mulambo Jazzagrário é um projeto de música político

– instrumental que nasceu em 2016 na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um tradicional reduto da música instrumental brasileira. Este é um movimento que nasceu das ações do multi-instrumentista Fernando Grilo – que faleceu precocemente aos 22 anos, em 2015, quando viajava para fazer uma parceria com o percussionista Naná Vasconcelos – e que o festival foi batizou com o nome de sua banda, Mulambo Jazzagrário, em sua homenagem. Grilo foi responsável por influenciar uma geração de músicos, produtores e agitadores culturais no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Itacaré e Recife, atingindo espaços marcados pela violência policial e abandono do estado, tornando acessíveis sons de qualidade e gestando, assim, uma rede de possibilidades nas relações músico e morador das favelas, periferias e guetos do País.

Já passaram pelo festival nomes como Amaro Freitas, por exemplo, artista e instrumentista, negro e periférico, exemplo de músico brasileiro que consolidou uma carreira nacional e internacional fazendo música instrumental, inventiva, política e Carlos Malta, um dos maiores flautista da música brasileira.

Serviço
Festival Mulambo Jazzagrário 2023

12 de Maio, sexta

– Exibição da série documental “A Cor do Som – Memórias da Música Negra” (2019) de Maurício Pazz, comentada pelo autor, com mediação de Nathalia Grilo.

– Roda de conversa “O lugar do feminino na música instrumental brasileira” com participação de Laila Aurore, com mediação de Nathalia Grilo

– Shows do Duo Radio Diaspora, com participação especial de Robertinho Silva  e de Thiago Kobe, apresentando “Vila Noturna”

Horário: 16h às 22h

Local: Museu de História e Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB)

Endereço: Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa, Rio de Janeiro

Gratuito


13 de Maio, sábado

– apresentação das musicistas e instrumentistas Glaucia Negreiros (piano), Kátia Preta (trombone), Ana Magalhães (percussão) e Juliane Gamboa (vocalizações)

– Show do grupo Chora – Mulheres na Roda

– discotecagem – Baixa Santo Soundsystem e DJ Eduardo Brechó

Horário:  17h

Local: – Praça Guilherme da Silveira

Endereço – Praça Guilherme da Silveira – Bangu, Rio de Janeiro – RJ

Gratuito 

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