Setembro Lilás: mês da corrida contra o Alzheimer

Cientistas do mundo inteiro lutam para descobrir novas formas de diagnóstico, prevenção e tratamento para combater o tipo mais comum de demência

por Redação
Dra Márcia Umbelino

Nunca se falou e se pesquisou tanto sobre a Doença do Alzheimer – principal tipo de demência que corresponde a 60% dos casos. Nos últimos 2 anos, pesquisadores têm se empenhado em encontrar uma vacina, uma cura ou novos meios de prevenir ou melhorar o diagnóstico precoce da doença que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, atinge cerca de 55 milhões de pessoas no mundo e que deve ultrapassar a casa dos 150 milhões de casos até 2050. No Brasil, esse número que hoje está em 2 milhões deve saltar para 5,6 milhões em 2050. Segundo especialistas, os dados não correspondem à realidade – a Alzheimer Disease International (ADI) estima que 75% das pessoas com demência não são diagnosticadas.

“Com o aumento da expectativa de vida, as pessoas vêm, cada vez mais, buscando meios para barrar os efeitos do envelhecimento, com o objetivo de manter uma saúde plena até os últimos dias. Então, é natural o medo do diagnóstico de uma doença tão incapacitante e, ainda, incurável”, ressalta a geriatra e ortomolecular Márcia Umbelino. “Por outro lado, a doença começa a dar sinais até 20 anos antes do diagnóstico e é justamente nesta fase inicial em que o tratamento para retardar os efeitos do Alzheimer são mais eficazes”, completa a médica especializada no tratamento e prevenção de doenças neurodegenerativas.

De fato, há um consenso entre médicos e pesquisadores de que o Alzheimer e outras demências podem começar muitos anos antes dos sintomas serem notados e, enquanto uma cura não vem, mudanças de hábitos cotidianos podem retardar os efeitos mais incapacitantes da doença. Por esse motivo, a campanha deste Setembro Lilás, mês de Conscientização Mundial da Doença de Alzheimer tem como tema “Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”, visando justamente destacar o papel fundamental da adoção de medidas de redução de riscos para atrasar e potencialmente prevenir o aparecimento da demência. “Tabagismo, obesidade, alto teor de açúcar no sangue, sedentarismo, estresse, má qualidade de sono, estão entre os principais fatores de risco que podem ser alterados para evitar o Alzheimer”, destaca Márcia Umbelino.

Prevenção é o melhor remédio

Embora novos medicamentos estejam sendo testados, ainda não existe melhor caminho que a prevenção. Estima-se que 40% dos casos poderiam ser evitados com as dicas cotidianas como atividade física, alimentação saudável, controle de colesterol e níveis de glicemia, menos estresse, melhor qualidade de sono e combate à obesidade e a depressão.

A geriatra reforça a importância de procurar um médico tão logo se note algum sintoma. “Detectar o Alzheimer ainda não é algo simples. Existe o teste de DNA, mas apenas 2% dos casos têm causa hereditária. É preciso, portanto, ficar atento aos sinais iniciais, que incluem alterações de memória e de personalidade, de habilidades visuais e espaciais”, destaca a médica, ressaltando a importância de se procurar um especialista. “Alguns outros problemas de saúde tratáveis podem ser confundidos com demência, como deficiência de vitamina B12 ou a névoa Mental, condições que podem ser resolvidas com reposição hormonal ou suplementação”.

O diagnóstico do Alzheimer deve incluir uma anamnese específica, exames de sangue, testes cognitivos e avaliação de imagens do cérebro e do estado clínico do paciente. O diagnóstico correto é importante também porque existem outros tipos de demência e o tratamento para cada uma delas é diferenciado.

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