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Sexo, poliamor e zero rótulos: conheça Dhara e Yago, o ‘Casal Crystalli’ do reality Terceira Metade

Dhara e Yago - Foto: Valmir Dacil / Divulgação Casal Crystalli

Transaram no primeiro encontro, juntaram as escovas de dente dias depois e hoje ganham a vida produzindo conteúdo adulto juntos. Dhara Gonçalves e Yago Soniga fazem do relacionamento um espaço de afeto, liberdade e trabalho. Conhecidos nas plataformas de conteúdo adulto como Casal Crystalli — nome inspirado na união dos nomes das duas gatas de estimação — os dois paulistas transformaram o relacionamento em marca, estilo de vida e agora, em personagem do reality Terceira Metade, do Globoplay, apresentado por Deborah Secco, que estreia no dia 18 de julho no streaming.

Hoje, o casal vive uma relação não monogâmica, que inclusive é o que será abordado no reality, e fala abertamente sobre isso. “Eu simplesmente tinha acabado de transar com ele no primeiro encontro e já disse que não acreditava nisso de amor exclusivo e unido para a vida toda”, lembra Dhara. “O processo foi simples, ela falou, eu concordei e até hoje estamos em constante aprendizado”, completa ele.

A não monogamia nasceu de uma inquietação por liberdade e autenticidade que eles já sentiam há anos. Yago conta que esteve em um relacionamento “extremamente monogâmico, heteronormativo”, mas sentia que algo não se encaixava. “Sempre tive um desejo de ser livre, de amar e desejar outras pessoas, mas isso se manifestava de maneira errada por eu não saber de fato que o problema era o modelo de relação que eu estava inserido.”

Dhara, por sua vez, tentou se encaixar em relacionamentos monogâmicos, mas não fazia sentido para ela. Ela buscava “liberdade, desejos, individualidade”. Para eles, a não monogamia vai muito além do sexo. Está na “construção da autonomia e individualidade de cada pessoa, onde os desejos e vontades são respeitados e conversados”, conforme ela explica.

Dhara e Yago – Crédito: Maurício Fidalgo /Globo

O diálogo e a sinceridade são as regras básicas do casal. “Independente do que fizermos, somos sempre transparentes um com o outro.” Yago admite que mudou muito nesses anos. “Eu era uma pessoa totalmente possessiva, insegura e ciumenta. Hoje, depois de quatro anos e muitas conversas, estudos e experiências ao lado da Dhara, sou uma pessoa muito mais tranquila, segura, respeitosa, livre e feliz.”

Os dois também falam sem rodeios sobre o preconceito que enfrentam. “Já nos xingaram, já nos chamaram de doentes, já disseram que somos o desgosto da família. Depositam todo o mal que as pessoas veem no mundo em cima de pessoas como nós.”

Dhara e Yago são bissexuais e dizem que até nisso enfrentam julgamento. “No meio hétero o Yago é ‘gay demais’. No meio LGBTQIA+, ele é ‘hétero demais’ pra ser validado como bi. Acham que tem que ser 50% com um gênero e 50% com outro. Esperam uma regra.”

Juntos há mais de quatro anos, os dois se conheceram por um aplicativo de relacionamento e, em menos de uma semana, já estavam dividindo a mesma cama, a mesma casa e uma gaveta.

A partir daí, também construíram uma carreira lucrativa como produtores de conteúdo adulto. Gravando vídeos eróticos com foco na bissexualidade e fetiches, os dois faturam cerca de R$ 45 mil por mês. “É basicamente conteúdo de sexo explícito. Costumamos falar conteúdo adulto por vermos que quem é leigo vê que o pornô está ligado à indústria pornográfica, quando o que produzimos é independente, não somos forçados a nada, foi escolha nossa fazer isso.”

A quem começa a conhecê-los agora, Dhara e Yago fazem um convite: “Gostaríamos que nos conhecessem como Dhara e Yago acima de tudo. O Casal Crystalli é só uma parte, e vai muito além do sexo. Temos vida, hobbies, gostamos de conversar com pessoas, conhecer histórias e bater papo, mesmo que furado.”

Dhara e Yago nas redes

www.instagram.com/casalcrystalli

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A Netflix planeja centrar a quarta temporada de sua série antológica “Monster”, criada por Ryan Murphy, no famoso caso criminal de Lizzie Borden de 1892. As filmagens devem começar no outono próximo, mesmo com a terceira temporada, que traz Charlie Hunnam interpretando Ed Gein, ainda aguardando estreia. O Duplo Homicídio de Fall River Em 4 de agosto de 1892, a tranquila cidade de Fall River, Massachusetts, foi abalada por um crime brutal que marcaria para sempre a história americana. Andrew Borden e sua segunda esposa, Abby, foram assassinados a golpes de machado em sua própria residência. Andrew sofreu entre 10 e 11 golpes fatais que desfiguraram completamente seu rosto, enquanto Abby recebeu aproximadamente 19 golpes cerca de 90 minutos antes. O crime chocou a comunidade local, especialmente considerando que Andrew era um empresário próspero, embora conhecido por seu temperamento rigoroso e avarento. Lizzie Borden, de 32 anos e filha de Andrew de seu primeiro casamento, descobriu o corpo do pai por volta das 11h15 da manhã. Desesperada, ela chamou a empregada doméstica, Bridget Sullivan, gritando: “Maggie, desça imediatamente! Venha rápido; papai está morto; alguém entrou e o matou!” A investigação posterior revelou diversas evidências suspeitas. Os detetives encontraram um machado no porão da residência que parecia ter sido deliberadamente limpo e depois coberto com poeira para simular desuso. Nos dias seguintes ao crime, Lizzie foi vista queimando um vestido, alegando que estava manchado de tinta. Este caso inspirou a famosa cantiga infantil: “Lizzie Borden pegou um machado e deu quarenta machadadas na mãe…” Apesar de ter sido presa e julgada pelos assassinatos em 1893, ela foi absolvida devido à falta de evidências conclusivas e falhas processuais, incluindo a incompetência da polícia local em coletar adequadamente impressões digitais da arma do crime. O caso permanece oficialmente sem solução, embora Lizzie continue sendo a principal suspeita. O Império do True Crime de Ryan Murphy Ryan Murphy estabeleceu-se como uma força dominante no gênero de crimes reais através de duas séries antológicas de grande sucesso. Sua primeira incursão no formato foi “American Crime Story”, que estreou em 2016 com “The People v. O.J. Simpson”, considerada por muitos críticos como seu trabalho mais refinado no gênero, devido à sua abordagem sutil de um caso amplamente midiatizado. Após esse sucesso inicial, Murphy e o co-criador Ian Brennan lançaram “Monster” na Netflix em 2022, iniciando com “The Jeffrey Dahmer Story”, estrelada por Evan Peters. A série tornou-se um fenômeno de audiência, alcançando 1 bilhão de horas assistidas em apenas 60 dias e se tornando a terceira série em inglês mais popular da plataforma na época. A antologia continuou com “The Lyle and Erik Menendez Story” (2024), com Javier Bardem e Chloë Sevigny como os pais assassinados, e Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch interpretando os irmãos. A terceira temporada, intitulada “The Original Monster”, apresentará Charlie Hunnam como Ed Gein. As produções de Murphy no gênero true crime têm recebido tanto aclamação crítica quanto sucesso comercial, com “The Jeffrey Dahmer Story” conquistando quatro indicações ao Globo de Ouro e seis indicações ao Emmy, incluindo vitórias para Evan Peters (Globo de Ouro de Melhor Ator) e Niecy Nash (Emmy de Melhor Atriz Coadjunte). Absolvição Controversa O julgamento de Lizzie Borden teve início em 5 de junho de 1893 e durou pouco mais de duas semanas, tornando-se um dos casos criminais mais amplamente cobertos pela mídia da época. Apesar das fortes evidências circunstanciais contra ela, a defesa de Borden conseguiu uma vitória crucial quando o painel de três juízes considerou inadmissível seu depoimento durante o inquérito inicial – repleto de contradições e alegações implausíveis – determinando que ela havia sido efetivamente tratada como prisioneira durante o interrogatório, sem as devidas advertências constitucionais. As instruções do juiz Dewey ao júri favoreceram claramente Borden, enfatizando a dependência da acusação em provas circunstanciais e descartando suas declarações inconsistentes como “compreensíveis dadas as circunstâncias traumáticas”. Após deliberar por menos de uma hora, o júri retornou com um veredicto de inocente em 20 de junho de 1893. Grupos de mulheres defenderam Borden durante todo o processo, especialmente a União Cristã Feminina de Temperança e ativistas sufragistas, que protestaram argumentando que ela não seria julgada por um verdadeiro júri de seus pares, já que mulheres não podiam servir em júris na época. Embora legalmente exonerada, Borden permaneceu sob suspeita pública, com historiadores continuando a especular sobre teorias alternativas, incluindo a possibilidade de que sua irmã Emma tenha cometido os assassinatos ou contratado um assassino – cenários que os promotores não exploraram completamente durante o julgamento.