O produtor cultural João Luiz Azevedo homenageia a atriz, cantora, maquiadora ROGÉRIA que ele conheceu em shows no RJ, durante temporada do musical “Roque Santeiro – O Musical” de Dias Gomes e direção de Bibi Ferreira e no show de lançamento de seu livro em homenagem aos 90 anos da atriz Berta Loran.
Serão 02 apresentações; a primeira apresentação será no dia 26/05 na Sala Municipal Baden Powell (em Copacabana) e no dia seguinte, dia 27/05, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca.
Essa homenagem terá muito música, humor, histórias e, certamente muita purpurina e contará com Roteiro, Direção e apresentação de João Luiz Azevedo que apresentará 10 artistas em cena, entre eles as cantoras atrizes Watusi, Tatiana Monteiro, Clarice Prieto, Camille K, Yeda Brown, Suzy Parker, Brenda Bacall, Eleonora Dior, o ator Fernando Reski, o cantor Wladimir Cabanas e o pianista Marcio Moura entre outras surpresas.
A nossa querida ROGÉRIA, nasceu Astolfo Barroso Pinto, no dia 25 de maio de 1943, na cidade de Cantagalo, cidade do interior do Rio de Janeiro.
A mesma cidade de outra figura célebre – como declarou, certa vez: “Em Cantagalo, nasceu a maior bicha do Brasil – no caso, eu – e o maior macho do Brasil, Euclides da Cunha”.
Exatamente 80 anos atrás. Na verdade, 80 anos e 1 dia (ou 2 dias) e nos deixou no dia 4 de setembro de 2017.
Hoje em dia, quando se fala tanto em diversidade e diferentes representações sexuais, é sempre bom lembrar que existiu uma figura que era considerada ‘o travesti da família brasileira’, isso, em plenos anos 1960/70, época em que o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar. Era assim que Astolfo Barroso Pinto, mais conhecido como Rogéria, costumava se definir. E, era querido por todos: homens, mulheres, crianças e amigas. Uma celebridade, de fato, conhecida em todo o Brasil.
Nessa homenagem lembraremos várias passagens de sua carreira artística como no show “Alta Rotatividade” ao lado de Agildo Ribeiro, na novela “Tieta” de Aguinaldo Silva, nos musicais “7” de Claudio Botelho e Charles Moeller e “Roque Santeiro: O Musical” de Dias Gomes, seu sucesso na Europa, sucesso no espetáculo musical “As Divinas Divas” e também nos shows “Folia Tropical”, “Gay Fantasy” e “Eles Dançam” que percorreram todo país.
ROGÉRIA brilhou nos palcos, nos programas de Tv, nas passarelas e na telona dos cinemas.
De uma simpatia e empatia infinita, não tinha quem não chegasse para um abraço, um beijo ou um aperto de mão.
ROGÉRIA nasceu para mudar a ordem. Aos 12 anos, saiu pelas ruas de Niterói exibindo um maiô de Catalina. Provocou frisson. Não sofreu represálias familiares. A mãe a adorava. Dizia que deu hormônios femininos demais ao menino talentoso. Foi trabalhar nas coxias dos teatros. Da bailarina Zelia Hoffman, ouviu: “Troque de nome. Astolfo não combina com você. Use Rogério”. Fez então uma aparição num baile de carnaval. Dentro de uma fantasia deslumbrante, ganhou o concurso e o público gritou em coro: “Rogéria, Rogéria, Rogéria’
Nascia uma estrela, que cantava, representava e encantava. ROGÉRIA, como todas as pioneiras travestis e transformistas brasileiras, inspirou-se em Ivanah, trazida nos anos 1950 ao Brasil por Walter Pinto para o teatro de revista brasileiro. Assistiu ao número da artista importada: uma sucessão de figurinos arrancados um debaixo do outro. Saiu do teatro pensando que poderia fazer mais e melhor.
Começou nos palcos cantando o repertório de Maria Bethânia e Elis Regina. Amiga de artistas, não demorou para estrelar seus shows nos chamados anos de chumbo da ditadura militar. Tentaram tirar ela do palco. Defendia-se dizendo que o teatro não tem sexo. Aprendeu a máxima com Fernanda Montenegro. Quando o pano caía, tinha de se vestir de homem.
Rapidamente se associou aos shows com artistas consagrados. Em “Charme 1974”, estava ao lado de Jô Soares, Wanderléa e Eliana Pittman. Não demorou para fazer carreira internacional. Moçambique, Angola, Espanha e França. Aprendeu a ficar ainda mais fina: tomando champanhe e comendo caviar. Em Barcelona, em plena ditadura Franco, foi perseguida por ser travesti e recebeu uma oferta para fazer a cirurgia de troca de sexo. Negou-se. ROGÉRIA se identificava com o gênero masculino. O pênis era fonte de prazer e não de sofrimento. Foi corrida para Paris e estrelou shows na boate Carrousel ao lado da estrela Capucine. No camarim, conheceu mitos como Yves Saint Laurent.
O mundo estava pequeno para a ROGÉRIA. Tinha vencido pela arte. Driblou a sina da prostituição imposta às travestis e transformistas como uma das poucas formas de viver. Voltou ao Brasil e novamente foi abraçada pela classe artística. Com o amigo e genial Agildo Ribeiro, fez uma sucessão de shows. Um dos mais famosos era “Agildo Ribeiro & Rogéria em Alta Rotatividade”. Uma metralhadora de piadas hoje politicamente incorretas e autorreferências à vida pessoal.
Não demorou para fazer trabalhos mais densos.
Em 1979 ganhou o conceituado Prêmio Mambembe com a peça “O Desembestado”, direção de Aderbal Freire Filho, na qual fazia uma personagem carola. Foi para as telenovelas. Brilhou em “Tieta”, “Paraíso Tropical”, “Lado a Lado” e “Duas Caras” e acumulou dezenas de participações em séries como ‘Sai de Baixo’, ‘Brava Gente’, ‘Pé na Cova’ e até no antológico humorístico “Viva o Gordo” ao lado do amigo Jô Soares. Fez tanto sucesso que cunhou a frase: ‘Sou a travesti da família brasileira”
Ao lado de outros travestis como Jane Di Castro, Eloina, Brigitte de Buzios, Camille K, Divina Valéria e Fujica de Holliday sob a direção da atriz Berta Loran, ROGÉRIA encabeçou elenco do show musical “AS Divinas Divas” que, em 2017, foi transformado em um documentário sob a direção da Leandra Leal.
Integrou o elenco de importantes musicais, como ‘7, O Musical’ de Charles Moeller & Claudio Botelho e “Roque Santeiro: O Musical” de Dias Gomes sob a direção de Bibi Ferreira, ao lado de Sidney Magal, Nicette Bruno, Agildo Ribeiro e grande elenco.
No cinema, fez filmes como ‘O Homem que Comprou o Mundo’ (1968), de Eduardo Coutinho, ‘O Gigante da América’ (1978), de Júlio Bressanne e ‘Copacabana’ (2001), de Carla Camurati, em que interpretou ela mesma.
Em 2016 ganhou uma biografia, ‘ROGÉRIA – Uma Mulher e Mais um Pouco’ (Sextante), de Márcio Paschoal, onde reuniu essas histórias de vida com elegância e picardia, deixando na gaveta nomes de homens famosos com quem se envolveu.
Na TV, seus últimos trabalhos foram em 2015, no programa de humor ‘Tá no Ar: A TV na TV’ e na novela ‘Babilônia’, em que interpretou a personagem Úrsula Andressa, ambos da Globo.
Após sua partida, durante o Festival do Rio de Cinema, em 2018, foi lançado o documentário “Rogéria – Senhor Astolfo Barroso Pinto”
A essa/esse grande artista é que prestaremos essa homenagem…
Se viva fosse estaria comemorando 80 anos, 1 dia antes desta apresentação, exatamente no dia 25 de maio/2023.
O show ROGERIA:80 ANOS contará com vários artistas que foram amigos de ROGÉRIA … com muitas plumas, paetês e purpurinas … e mostrará um pouco da sua vida e da sua obra.
Viva ROGÉRIA: 80 ANOS!
Show Homenagem com Roteiro, Direção, Produção, Assessoria de Imprensa e apresentação de João Luiz Azevedo.
Com 10 artistas em cena, entre eles as cantoras atrizes Watusi, Tatiana Monteiro, Clarice Prieto, Camille K, Yeda Brown, Suzy Parker, Brenda Bacall, Eleonora Dior, o ator Fernando Reski, o cantor Wladimir Cabanas e o pianista Márcio Moura.
Sala Municipal Baden Powell
Av. Nossa senhora de Copacabana, 360 – Copacabana.
Dia 26 de maio/2023
Sexta-feira 19h
Preço dos Ingressos: R$ 80,/ 40 (meia para estudantes, jovens até 21 anos e acima dos 60).
Centro da Música Carioca Artur da Távola
Rua Conde Bonfim 824, Tijuca
Dia 27 de maio/2023
Sábado 17h
Preço dos Ingressos: R$ 50/ 25 (meia para estudantes, jovens até 21 anos e acima dos 60).
Informações e ingressos pelo tel/ zap 021-9.9605-3074, com o produtor João Luiz Azevedo