Beetlejuice Edu Sterblitch e Lara Suleiman

Superprodução ‘Beetlejuice, o musical’ com Eduardo Sterblitch no papel-título

por Waleria de Carvalho

Beetlejuice! Beetlejuice! Beetlejuice! Três gritos ecoaram e todos os seus desejos foram atendidos. Um dos espíritos mais assustadores e divertidos de todos os tempos está de volta. E, desta vez, o Brasil foi o local escolhido para Beetlejuice reaparecer, já com data marcada: a partir de 05 de outubro, no Rio de Janeiro, na Cidade das Artes. O personagem é o protagonista de ‘Beetlejuice, o musical’, grande sucesso da Broadway, inspirado no clássico filme dirigido por Tim Burton. A comédia de terror ‘Beetlejuice – os fantasmas se divertem’ foi lançada no final dos anos 80, mas o sucesso foi tamanho que, mais de 30 anos depois, inspirou um musical da Broadway, em 2019, indicado a oito Tony Awards. E agora, finalmente, chegou a hora da versão brasileira, com direção de Tadeu Aguiar e produção geral de Renata Borges. Com produção da Touché Entretenimento e apresentado pelo BB Seguros, ‘Beetlejuice, o musical’ tem Eduardo Sterblitch no papel-título e segue para São Paulo, em fevereiro de 2024, no Teatro Liberdade. O espetáculo tem patrocínio de Mobilize Financial Services, Eurofarma e BNY Mellon.

A superprodução brasileira terá 11 gigantescos cenários, mais de 150 figurinos e uma série de efeitos especiais. “A cenografia é genial. Renato Theobaldo conseguiu me presentear com tudo aquilo que admiro e pretendo em um musical quando eu dirijo: magia e dramaticidade. São cenários gigantescos. É a maior produção que o Rio de Janeiro já viu”, exalta Tadeu Aguiar. Renata Borges complementa: “é a montagem mais audaciosa que a Touché já realizou. O resultado é impactante, divertido, dramático. Tenho certeza que será inesquecível e arrebatador”.

A versão brasileira tem um super elenco de 26 atores: além de Eduardo Sterblitch, Ana Luiza Ferreira (Lydia Deetz), João Telles (alternante Beetlejuice), Lara Suleiman (alternante Lydia Deetz), Helga Nemetik (Barbara Maitland), Marcelo Laham (Adam Maitland), Laura Visconti (cover Barbara Maitland), Flávia Santana (Delia Deetz), Joaquim Lopes (Charles Deetz), Sylvia Massari (Juno), Gabi Camisotti (Skye e alternante Lydia Deetz), Maju Tatagiba (ensemble e alternante Skye), Pamella Machado (Miss Argentina e alternante Barbara Maitland), Tauã Delmiro (Otho), Erika Affonso (Maxine e alternante Miss Argentina), Jorge Maya (Maxie), Tabatha Almeida (ensemble e cover Lydia Deetz), Thiago Perticarrari (ensemble e cover Adam Maitland), Léo Rommano (ensemble e cover Charles Deetz), Ana Araújo (ensemble e cover Delia Deetz e Maxine), Thór Junior (ensemble e cover Maxie), Thadeu Torres (ensemble),  Larissa Venturini (ensemble), Edmundo Victor (ensemble), Tecca Maria (swing) e Vicenthe Oliveira (swing). A seleção teve mais de cinco mil inscritos, com mais de 500 atores testados. “Foi um desafio encontrar um elenco que cantasse, dançasse e, principalmente, fosse de bons atores. Acho que chegamos a um resultado excepcional.”, celebra Tadeu Aguiar.

Conhecido por sua versatilidade, Eduardo Sterblitch envolveu-se com o teatro já aos três anos de idade e vem se destacando como criador de personagens icônicos e populares, conquistando o público com sua criatividade e humor.  A composição de Beetlejuice é uma soma dessas experiências. “Meu objetivo é misturar todos os personagens que existem dentro de mim. O Beetlejuice é a mistura de todos eles, todas as vozes, timbres, energias, ritmos, dinâmicas que carrego comigo”, explica Stertblitch.

A produtora Renata Borges não esconde a empolgação com o trabalho do ator e afirma: “o Eduardo está perfeito e vem se dedicando incansavelmente para entregar uma interpretação memorável e divertida do icônico personagem”. A parceria entre os dois está só começando. “Quero celebrar esse encontro com a Renata e a Touché, tenho total identificação com a seriedade e profissionalismo das entregas que eles fazem e quero estar em outros musicais com esse time”, vibra o ator.

‘Beetlejuice, o musical’ tem libreto original de Scott Brown e Anthony King e música de Eddie Perfect. A versão brasileira é de Claudio Botelho. Apenas a canção ‘Say my name’ tem a tradução do ator Eduardo Sterblitch. A direção musical é de Laura Visconti, com uma orquestra composta por 16 integrantes.

A ficha técnica é repleta de grandes nomes do teatro musical: Renato Theobaldo (cenografia), Dani Vidal & Ney Madeira (figurino), Sueli Guerra e Roberta Serrano (direção de movimento/coreografia), Dani Sanches (desenho de luz), Gabriel D´angelo (desenho de som), Anderson Bueno (visagismo) e Lucas Pimenta (assistente de direção).

Tadeu Aguiar revela que o icônico filme, base para o musical, foi também uma fonte de inspiração para sua direção. “Revi o filme e assisti ao espetáculo na Broadway. Adoro a estética imposta pelo Tim Burton e seria tolo de não usar essa inspiração. É meio como o movimento antropofágico da semana de 22. Beber na fonte e reescrever do nosso jeito”. O diretor pontua, entretanto, que tudo terá uma assinatura autoral. “A peça traz um olhar brasileiro, nosso humor, de artistas com características histriônicas. Isso é bom para muitos personagens do espetáculo”, complementa.

Já Amauri Vasconcelos, CEO da Brasilseg, uma empresa BB Seguros, que patrocina a atração, reforça o posicionamento da companhia em levar cultura de qualidade para os quatro cantos do país. “Patrocinar a cultura é uma prioridade para nós, e estarmos envolvidos em um projeto tão grandioso como este musical inspirado em um clássico dos anos 80 é incrivelmente significativo. Estamos ansiosos para testemunhar a grandiosidade do espetáculo e a brilhante equipe de artistas envolvida neste projeto” afirma o executivo.

Com direção de Tim Burton, o filme ‘Beetlejuice, os fantasmas se divertem’ foi um grande sucesso de bilheteria em 1988, tornando cultuado o personagem título, interpretado por Michael Keaton. A trama gira em torno de um casal recém-falecido em um acidente de carro (Alec Baldwin e Geena Davis) que viram fantasmas presos em sua antiga casa. Com a chegada de novos moradores  (Catherine O’HaraJeffrey Jones e Winona Ryder), eles precisam da ajuda de um fantasma mais “experiente”, justamente o Beetlejuice, que se utiliza de métodos não muito ortodoxos para expulsar os inquilinos recém-chegados. O filme teve sua continuação anunciada, com estreia prevista para 2024.

O musical estreou na Broadway com grande sucesso de público e crítica, sendo ainda indicado a sete Drama Desk Awards, quatro Drama League Awards e quatro Outer Critics Circle Awards. A montagem brasileira pretende manter todo o humor e magia que fizeram dessa história um clássico moderno.

Não será preciso gritar três vezes. Beetlejuice está chegando.

´Beetlejuice, o Musical´
Estreia: 05 de outubro
Local – Cidade das Artes – Grande Sala
Temporada até 10/12
Sessões de quinta a domingo

Horários:
Quintas e sextas – 20h30
Sábados e domingos – 16h e 20h30

Preços:
Plateia: R$ 300,00 (inteira) / R$ 150,00 (meia)
Frisa Lateral: R$ 250,00 (inteira) / R$ 125,00 (meia)
Camarote: R$ 250,00 (inteira) / R$ 125,00 (meia)
Galeria: R$ 200,00 (inteira) / R$ 100,00 (meia)

Ingressos: Sympla
Duração: 2h30min (com intervalo de 15min)
Classificação etária: 10 anos

Ficha Técnica

  • Direção: Tadeu Aguiar
  • Produção Geral: Renata Borges
  • Produção: Touché Entretenimento
  • Versão brasileira: Claudio Botelho
  • Direção musical: Laura Visconti
  • Cenografia: Renato Theobaldo
  • Figurino: Dani Vidal e Ney Madeira
  • Direção de movimento/coreografia: Sueli Guerra e Roberta Serrano
  • Desenho de luz: Dani Sanches
  • Desenho de som: Gabriel D´angelo
  • Visagismo: Anderson Bueno
  • Assistente de direção: Lucas Pimenta
  • BB Seguros Apresenta
  • Patrocínio: Mobilize Financial Services, Eurofarma e BNY Mellon

Baseado em colunas da jornalista Dorrith Harazim, o espetáculo ‘Retratos da alma brasileira 2019-2022’ estreia no teatro Glauce Rocha

Retratos da Alma Brasileira 2019-2022 - Nara Keiserman e Marcus Fritsch

Retratos da Alma Brasileira 2019-2022 – Nara Keiserman e Marcus Fritsch – Foto: Foto de Guga Melgar

Quais são os atos que nos tornam humanos ou desumanos, morais ou imorais, bondosos ou perversos? O espetáculo “Retratos da alma brasileira 2019-2022”, que estreia dia 5 de outubro, no Teatro Glauce Rocha, no Centro, busca essa reflexão ao adaptar para a cena seis colunas da jornalista Dorrit Harazim, publicadas no jornal O Globo na sessão Opinião, entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. Com idealização e direção de Demetrio Nicolau e dramaturgia de Demetrio Nicolau e Nara Keiserman, a peça põe em evidência eventos de um período que, seja pelas consequências da pandemia ou do governo anterior, trouxe mudanças comportamentais, econômicas e sociais definitivas na história do país e nas relações políticas mundiais.

O espetáculo – selecionado pelo FOCA 2022 – é o segundo projeto do coletivo Delicadas Criaturas, fundado em 2021 pelo diretor Demetrio Nicolau, pelos atores e professores Nara Keiserman e Marcus Fritsch e pelo cenógrafo e figurinista Carlos Alberto Nunes. A ideia do coletivo foi selecionar colunas que partem de um episódio emblemático do período e ampliam a discussão para temas como justiça/injustiça; diversidades/fobias; presas/predadores; e ainda outros que tocam diretamente nossa humanidade/desumanidade: racismo, machismo, classismo, violências brutais, e assédios diversos.

Entre os devastadores casos retratados, estão o de Genivaldo de Jesus Santos, o sergipano abordado pela PRF por andar de moto sem capacete perto de sua casa, em Umbaúba, que é morto asfixiado dentro do camburão no qual os agentes jogaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo; o de Moïse Kabakambe, imigrante congolês morto a pauladas na praia de Barra da Tijuca; e os desaparecimentos e mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico radicado no Brasil Dom

Philips, quando navegavam pelo rio Itaquaí. Na contramão de tantas histórias tristes, o espetáculo também vai lembrar de episódios que resgatam o melhor da nossa humanidade. No elenco, estão Nara Keiserman e Marcus Fritsch (do Delicadas Criaturas) e Dominique Castro, Filipe Gimenez e Ira Rabello (atores convidados). “As colunas de Dorrit expõem as pequenas e grandes tragédias, nosso pobre e grandioso cotidiano, questões culturais, raciais e ainda outras de igual urgência que, nas suas palavras ganham contextualização, subjetividades. E principalmente, para este projeto, uma imensa humanidade. Dorrit relata casos reais, narrados do ponto de vista de quem acredita no que ainda resta da nossa humanidade como possibilidade para construção de uma sociedade mais justa, menos vil”, comenta o diretor Demetrio Nicolau.

O coletivo Delicadas Criaturas, como o nome indica, nasceu da vontade de insistir na delicadeza como a marca das relações interpessoais em níveis particulares e sociais. Há a busca por uma cena que toque em temas fundamentais, tratados de forma afetiva, manifestada nos gestos e nas vozes. Leva-se em conta que a possibilidade de tocar e emocionar o espectador requer uma espécie de suspensão, para que se possa escutar mais devagar, pensar mais devagar, de modo a cultivar a atenção e a delicadeza. “O jornalismo narrativo de Dorrit encontra eco no teatro narrativo que o Delicadas Criaturas vem experimentando em suas criações, sendo a Escuta um dos aspectos fundamentais da encenação”, explica o diretor. “Nesta época das visualidades exacerbadas, da visão contaminada pelas telas dos aparelhos eletrônicos, apostamos na Escuta como possibilidade efetiva de comunicação. Na nossa primeira produção, “A minha nossa voz”, a plateia “assistia” contos de Oscar Wilde de olhos vendados. Desta vez, são criadas personas vocais, com ênfase numa dramaturgia musical que forma uma base rítmica e ambiental para os relatos”, completa.

Ficha técnica:

  • Textos: Dorrit Harazim
  • Concepção e Direção: Demetrio Nicolau
  • Dramaturgia: Demetrio Nicolau e Nara Keiserman
  • Elenco Delicadas Criaturas: Nara Keiserman e Marcus Fritsch
  • Elenco Convidado: Dominique Castro, Filipe Gimenez e Ira Rabello
  • Cenários, Figurinos e Adereços: Carlos Alberto Nunes
  • Assistente de cenários, figurinos e adereços: Arlete Rua
  • Iluminação e Trilha Musical: Demetrio Nicolau
  • Preparação Vocal: Letícia Carvalho
  • Montagem de Luz: Hélio Malvino e Thales Coutinho
  • Programação Visual: Maravilha Criações
  • Fotografia: Guga Melgar
  • Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Produção Executiva: Heder Braga, Pedro Henrique Lopes e Diego Morais
  • Realização: Delicadas Criaturas
  • Produção: Maravilha Criações & Produções Artísticas Ltda

Serviço:

  • Temporada: De 05 a 22 de outubro
  • Dias e horários: quintas e sextas, às 19h; sábados, às 17h e 19h; e domingos, às 18h.
  • Sessões com tradução em LIBRAS – sábados 14 e 21 de outubro, às 17h.
  • Teatro Glauce Rocha: Av. Rio Branco, 179, Centro.
  • Telefone: (21) 2220-0259.
  • Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). Sábados, às 17h, R$ 10.
  • Duração: 1h20
  • Lotação: 204
  • Classificação: 16 anos
  • Venda de ingressos: Sympla e bilheteria do teatro
  • Todoteatrocarioca:
  • https://todoteatrocarioca.com.br/movie/retratos-da-alma-brasileira-2019-2022/
  • Instagram: https://www.instagram.com/delicadascriaturas/

“O Despertar de Uma Nova Consciência” faz temporada no Teatro Dulcina, Rio de Janeiro Foto de Gustavo Rizzotti

O Despertar de Uma Nova Consciência

O Despertar de Uma Nova Consciência – Foto de Gustavo Rizzotti

Após aclamadas apresentações em grandes palcos ao redor do mundo, a Cia.2 de Teatro apresenta “EGO”, uma obra teatral filosófica inspirada no best-seller “O Despertar de Uma Nova Consciência”, do conferencista e escritor alemão Eckhart Tolle. A apresentação acontece de 4 a  26 de outubro, às quartas e quintas, às 19 horas, no Teatro Dulcina, Cinelândia.

“EGO” é uma proposta de teatro de depoimento, construída a partir de relatos reais do autor/ator, inspirados em uma experiência traumática pela morte de uma gata. Através desse emocionante enredo, a peça aborda o comportamento humano e as influências sutis e poderosas do ego sobre nossas vidas. Uma experiência única que mescla filosofia, psicologia, literatura e arte no palco.

“Este espetáculo não é apenas uma peça teatral, é uma imersão profunda em reflexões sobre nós mesmos e nossa essência. Em uma narrativa cativante e instigante, em formato de monólogo, um único ator em cena nos guia através de uma jornada fascinante. O público é convidado a mergulhar nas artimanhas do ego que nos separam uns dos outros e nos distanciam de nossa verdadeira essência”, diz Gustavo Rizzotti, um dos integrantes da Cia.2 de Teatro.

Inspirado na vertente do Teatro Documentário, nascida nos anos 1980 e 1990, o “EGO” abraça a poderosa capacidade do teatro de transmitir mensagens profundas e significativas. As reflexões levantadas durante o espetáculo são extremamente relevantes para o mundo contemporâneo, onde muitas vezes nos sentimos desconectados e perdidos em meio às pressões e distrações do cotidiano.

Cia.2 de Teatro

A Cia.2 de Teatro é formada pelos talentosos artistas Frederico Magella, Gustavo Rizzotti e Bruno Caldeira.  Premiada no Brasil, no Chile e na Bulgária, a Cia.2 de Teatro já realizou 15 espetáculos ao longo desses 28 anos de história, com temporadas em vários estados brasileiros, turnês e participações em vários festivais nacionais e internacionais. Representando o Brasil em diversos países como Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Venezuela, México, Bulgária, Tunísia, Turquia e Rússia, a companhia continua a desafiar as convenções e quebrar paradigmas teatrais.

Serviço:

  • Espetáculo: EGO
  • Temporada: 4 a 26 de outubro de 2023
  • Dias e horários: quartas e quintas, às 19h
  • Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia – Rio de Janeiro
  • Ingressos: R$ 50,00 / R$ 25,00 (meia) / R$ 20,00 (lista amiga)  
  • Classificação: 14 anos
  • Duração: 50 minutos
  • Telefone: (21) 2240-4879

Ficha Técnica:

  • Direção: Gustavo Rizzotti
  • Elenco: Bruno Caldeira
  • Autoria: Bruno Caldeira
  • Supervisão: Clarice Niskier
  • Designer gráfico: Bernardo Lessa
  • Fotografia: Gustavo Rizzotti
  • Produção: Frederico Magella
  • Realização: Cia.2 de Teatro
  • Assessoria de Imprensa: Simples

Espetáculo “A Hora da Estrela” Teatro faz circulação pelas unidades Sesc

A Hora da Estrela

A Hora da Estrela – Foto de Chico Lima

A Definitiva Cia. de Teatro irá circular pelas unidades do Sesc com o espetáculo A hora da estrela”, passando por São Gonçalo (07/10), São João de Meriti (14/10), Barra Mansa (19/10), Teatro Rosinha de Valença (20/10), Nova Iguaçu (21/10) e Ramos (26/10), através do Edital de Cultura Pulsar do Sesc RJ. A montagem estreou em 2017, no SESC Tijuca, e cumpriu temporada no Teatro Gláucio Gill, em 2019.

A hora da estrela é o último romance lançado em vida por Clarice Lispector – escritora brasileira (embora, nascida na Ucrânia), considerada pela crítica especializada uma das escritoras mais importantes do século XX. Sua obra é objeto de estudo nos mais variados níveis de ensino pela sua capacidade de transpor para a escrita questões profundamente filosóficas. A montagem da Definitiva, por exemplo, é objeto da dissertação de mestrado de Felipe Castro, no campo da tradução intersemiótica, na Universidade Livre de Lisboa.

O romance volta aos palcos em encenação habilidosa da companhia carioca, experimentando a metalinguagem proposta por Clarice – na figura de um narrador-escritor, Rodrigo S.M – para pensar também a criação da escrita cênica do grupo. 

Comemorando 15 anos de atividades continuadas em 2023, a Definitiva Cia. de Teatro é um coletivo dedicado à produção artística e ao desenvolvimento de uma linguagem que pesquisa a relação entre a música e a cena no fato teatral, fazendo conviver essas duas manifestações artísticas de forma indissolúvel, buscando aquilo que o grupo chama de cena-música. A hora da estrela segue a trilha desta pesquisa, em espetáculo que desmonta o romance e o próprio teatro num jogo metalinguístico

“É um livro que fala sobre o trabalho do autor. Esse desnudamento do mistério da escrita através da própria escrita nos impactou enquanto estética. E é isso que tentamos também fazer: revelar os aspectos da construção teatral através do ato de construir”, diz Jefferson Almeida, adaptador e diretor.

Dividindo-se entre a figura do complexo narrador-personagem e as personagens criadas por ele para contar a saga de Macabéa – alagoana franzina de 19 anos “virgem e inócua” – os oito atores dão conta de uma encenação calcada em jogos de criação. Através dessa investigação estética, são partilhados com o público os caminhos trilhados para a realização do espetáculo.

Assim como no romance, em que a música ganha destaque, entre outras coisas, através das inúmeras dedicatórias do autor fictício a compositores clássicos como “Schumann e sua doce Clara”, a Definitiva Cia. de Teatro se debruça sobre as sonoridades, ritmos e canções para realçar, e até mesmo criar, as camadas poéticas da encenação.

Capitaneado por Renato Frazão, diretor musical, o elenco mergulhou no cancioneiro inspirado pela obra para composição da trilha, aprendendo inclusive a tocar instrumentos especialmente para o espetáculo. A ária “Una furtiva lacrima” composta por Donizetti para a ópera italiana “O elixir do amor” – que Macabéa que “no fundo não passara de uma caixinha de música meio desafinada”, confunde com um samba -, é uma das componentes do repertório.  Nele, figuram ainda a clássica “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga, e a inédita “Lamento de um blue”, composta por Frazão especialmente para a peça. Assim, em “A hora da estrela”, a música torna-se parte componente da encenação criando uma camada densa de uma escrita musical.

“A nossa pesquisa, aqui, ganha um outro dado: visto que estamos elaborando uma peça sobre como fazer uma peça a partir de um livro sobre como escrever um livro, precisamos fazer uma música sobre como fazer música, ou seja, é preciso parir esta música,  operá-la, fazê-la existir… tudo está, aqui,nas mãos dos atores. Então, precisamos tocar, aprender a tocar, aprender a parir música. Este foi o passo para o abismo que demos, desta vez”, conta Jefferson.

A hora da estrela colecionou diversas críticas positivas, com destaque para a dramaturgia, adaptação inovadora e o resultado surpreendente da pesquisa de linguagem em cena. 

Programação:

São Gonçalo | 07/10 | 19h

Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte, São Gonçalo – RJ, 24440-490

São João de Meriti | 14/10 | 19h

Av. Automóvel Clube, 66 – Centro, São João de Meriti – RJ, 25515-126

Barra Mansa | 19/10 | 19h

Av. Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom, Barra Mansa – RJ, 27320-430

Teatro Rosinha de Valença | 20/10 | 20h

Av. Professora Silvina Borges Graciosa, 44 – Belo Horizonte, Valença – RJ, 27600-000

Nova Iguaçu | 21/10 | 19h

Rua Dom Adriano Hipolito, 10 – Moquetá, Nova Iguaçu – RJ, 26285-330

Ramos | 26/10 | 19h

Rua Teixeira Franco, 38 – Ramos, Rio de Janeiro – RJ, 21060-130

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