Susana Vieira retorna ao Rio com curtíssima temporada de “Shirley Valentine” no Teatro Adolpho Bloch

Susana Vieira - Foto: Daniel Chiacos

O retorno de Susana Vieira aos palcos não poderia ser mais vitorioso. A atriz vem lotando os teatros  de todo o Brasil com a comédia ‘Shirley Valentine’, que volta ao Rio de Janeiro para nova temporada  a partir de 06 de setembro, no Teatro Adolpho Bloch. O clássico ‘Shirley Valentine’ é um dos mais importantes textos do teatro moderno, com encenações premiadas em todo o mundo.  

O monólogo apresenta Shirley, uma mulher casada, mãe de dois filhos, que convive com o pior tipo  de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhado. A versão brasileira de Miguel  Falabella, dirigida por Tadeu Aguiar, trata com leveza e muito bom humor os dilemas da personagem.  Na peça, a protagonista divide com o público suas angústias, buscando entender aonde foram parar  seus sonhos. E também as situações inusitadas e pra lá de engraçadas que marcam sua trajetória.  Cansada de conversar com as paredes (literalmente), Shirley Valentine decide dar uma virada em sua  vida e faz uma viagem em busca de encontrar a felicidade e, sobretudo, se reencontrar. 

A montagem é uma nova leitura para o clássico de Willy Russell, que já teve encenações premiadas  no Brasil e também um filme de sucesso. Susana estreou esta versão no Rio de Janeiro e passou por  Portugal, Porto Alegre, Goiânia, Belo Horizonte e São Paulo. Susana se apresentou na capital paulista  com duas temporadas de sucesso. 

A peça traz essa protagonista solitária que decide conhecer a Grécia, ao lado de sua melhor amiga  Wanda, sem a família, nem mesmo Joel, o marido controlador. Shirley decide embarcar nessa viagem  – uma divertida jornada ao encontro do seu verdadeiro eu. Shirley está cansada da indiferença do  marido, cuja principal preocupação é saber se terá carne no jantar. Os filhos Milandra e Jorge  cresceram e só lembram da mãe na hora dos problemas. Com o passar dos anos, no lugar da mulher  cheia de anseios e vontade de viver, só resta aquela que se deixa levar por situações comuns do dia a  dia, que nem de longe se parece com a figura que protagoniza as boas memórias que tem da  juventude. 

Quando Shirley Valentim transformou-se em uma Shirley qualquer? Atrás dessa resposta, ela cria  coragem e embarca com destino à Grécia escondida de Joel. É um voo rumo à liberdade, à  possibilidade de reencontro com a menina sonhadora e cheia de vida que Shirley foi um dia.  

A protagonista fala do ser humano, daquele instante em que se percebe que o tempo passou e a vida  ficou parada em alguma esquina. Mostra que nunca é tarde para recomeçar e tomar um bom vinho  branco para encarar os fatos com leveza e bom humor, até quando tudo parece estar dando errado.  Os dilemas de Shirley são tão dela quanto nossos e podem fazer parte da rotina de qualquer  espectador.  

O espetáculo conquista plateias do mundo inteiro desde sua primeira versão, em 1986, quando  estreou em Londres, sendo agraciado com o prêmio Laurence Olivier Awards de melhor comédia e  melhor atriz (Pauline Collins). Em 1989, entrou em cartaz na Broadway e Pauline Collins levou para  casa o Tony Awards. No mesmo ano, estreou a versão cinematográfica, também com Pauline Collins,  indicada ao Oscar e Globo de Ouro, e vencedora do British Academy Film Award.  

O encontro de Susana e Shirley 

Susana Vieira apaixonou-se pela peça à primeira leitura. “Quando Miguel me entregou o texto, fiquei  encantada, fascinada pelo humor da personagem, pela força e coragem que ela tem de ir atrás da  felicidade. Shirley vai à luta. Todas nós mulheres temos várias coisas dela, por mais diferentes que  possamos ser”, conta. A atriz ressalta que, apesar da dureza da vida, Shirley jamais perde o bom  humor. E, se as paredes são a companhia da personagem, Susana tem a plateia como confidente: “É  um monólogo, mas não me vejo sozinha em cena. Somos o público e eu”, celebra.  

O texto passeia pela comédia com muita sutileza, gerando uma identificação imediata do público. A  versão de Miguel Falabella, assim como o original de Willy Russell, traz um olhar afetivo sobre o ser  humano e as relações familiares. Com uma abordagem longe de estereótipos e personagens cheios  de verdade e sede de vida, o espectador é levado da gargalhada ao nó no peito em segundos. “O  humor é a forma mais verdadeira e humana de chegar ao coração das pessoas”, exalta Falabella. 

A parceria entre Susana e Miguel tem uma longa história e rendeu um dos maiores sucessos do teatro  brasileiro: a peça ‘A Partilha’ (1990), que gerou a bem-sucedida continuação ‘A Vida Passa’ (2000). “Eu  e Susana tivemos um encontro de vida e estamos sempre juntos, é uma festa”, vibra Falabella. A  recíproca é verdadeira e a atriz garante que trabalhar junto com o autor e diretor mudou sua carreira.  “A minha vida artística se divide entre antes e depois do Miguel. Tenho uma carreira muito feliz, mas  a ‘A Partilha’ nos uniu para sempre. É um prazer imenso, porque ele é um grande autor. E, como somos 

dois comediantes, damos risada de tudo o tempo todo. Temos o mesmo tempo de comédia. Somos  amigos para sempre”, festeja Susana. 

Ficha Técnica 

  • Versão Brasileira – Miguel Falabella 
  • Direção geral – Tadeu Aguiar 
  • Figurino – Karla Vivian 
  • Trilha Sonora – Sérvulo Augusto 
  • Cenografia – Natália Lana 
  • Designer de luz – Daniela Sanchez 
  • Programação Visual – Alexandre Furtado 
  • Diretor de Produção: Edgard Jordão 
  • Realização – Jordão Produções

Serviço

Data: Temporada de 06 a 22 de setembro  
Horário: Sexta e sábado às 20h e Domingo às 18h 
Duração: 70 minutos 
Classificação: 12 anos

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