O grupo Cortejo Favela apresenta o espetáculo “Os Brasis de Darcy“, no Teatro Glauce Rocha, no dia 05/12 às 19h, com entrada gratuita. O texto, escrito por Matheus Frazão, celebra a diversidade cultural do Brasil e oferece uma experiência única que mescla corpo, música e conhecimento para explorar as utopias e sonhos de Darcy Ribeiro para o Brasil.
“Os Brasis de Darcy” é uma jornada que retrata a vida de Darcy Ribeiro desde seu início em Montes Claros, passando por momentos cruciais que marcaram a história do Brasil. O espetáculo ressalta a identidade multifacetada do país e questiona: “Qual é a cara do Brasil?”. Com músicas autorais de Fellipe Mesquita, Diretor Musical do espetáculo, e um elenco composto por oito jovens artistas periféricos, a peça vai ser apresentada para mais de 4.000 estudantes da Zona Portuária do Rio.
“Esta ação representa a celebração da diversidade cultural e social do Brasil, carregando consigo a mensagem de que o teatro e a arte podem ser poderosas ferramentas de transformação e inclusão. Todas as apresentações são gratuitas, permitindo que mais pessoas possam participar dessa experiência única e enriquecedora. O projeto busca valorizar a cultura local e proporcionar uma reflexão sobre a identidade do nosso país, promovendo a construção de um Brasil mais igualitário e acolhedor”, explica Laura Campos Braz, idealizadora do Projeto Cria.
Juventude periférica em cena
O Projeto Cria, uma instituição sem fins lucrativos atuante no Caju desde 2018, tem como missão promover o desenvolvimento do pensamento autônomo de indivíduos em situação de vulnerabilidade social, utilizando o teatro como ferramenta educacional. Através do Cortejo Favela, o projeto incentiva a criação autoral e capacita jovens da periferia para o mercado de trabalho. O grupo Cortejo Favela é formado por jovens periféricos, estudantes de teatro que estão iniciando suas trajetórias artísticas e utilizam o teatro como uma forma de refletir sobre a realidade social que os rodeia.
A proposta do espetáculo é conectar a juventude periférica ao legado de Darcy Ribeiro, estimulando reflexões sobre os desafios atuais. “O teatro no Caju está se tornando algo fixo, fomentando a arte e cultura dentro da favela. Somos jovens pretos e periféricos em cena, passando uma mensagem para outros jovens sobre a importância de uma educação de qualidade, algo que Darcy Ribeiro sempre defendeu”, comenta Vitória Silva, atriz do Cortejo de Favela.
“Além da história do Darcy, trazemos para o palco temas super atuais, como a situação dos povos indígenas, que enfrentam ataques diários.” reforça Lavínia Diniz, outra integrante do grupo.
As apresentações teatrais são uma forma de resistência e diálogo sobre temas urgentes, além de funcionarem como uma ponte entre o passado e o presente, trazendo à tona as lutas de Darcy e as questões enfrentadas pelos jovens de hoje nas favelas cariocas.
Todas as apresentações do espetáculo são gratuitas e contam com o patrocínio da Norsul, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura. Esse apoio é fundamental para garantir o acesso democrático à arte e à cultura, especialmente em comunidades periféricas. Além disso, representa um investimento essencial para a Zona Portuária, considerando que o Caju é uma das regiões mais vulneráveis do estado. Ao tornar o teatro acessível a todos, o patrocínio não só fortalece a valorização da cultura brasileira, mas também promove a inclusão social, possibilitando que jovens e crianças em situação de vulnerabilidade tenham contato com expressões artísticas que enriquecem sua formação e ampliam suas perspectivas.