Terno é tudo igual? Descubra a melhor variação de corte e modelo para você

por Redação
Terno é tudo igual? Descubra a melhor variação de corte e modelo para você

A ideia de que “terno é tudo igual” é um dos maiores equívocos da moda masculina. Longe de ser uma peça uniforme, o terno é um universo de detalhes, cortes, tecidos e códigos que, juntos, definem não apenas a sua aparência, mas também a mensagem que você transmite.

Seja para o ambiente corporativo, um casamento ou um evento de gala, entender as nuances da alfaiataria é a chave para fazer um investimento inteligente e garantir uma imagem de elegância e sofisticação.

Começando pelo básico: terno ou costume?

Para começar, é crucial esclarecer uma confusão terminológica comum no Brasil. Embora chamemos popularmente de “terno” o conjunto de paletó e calça, a nomenclatura correta para esta combinação de duas peças é costume.

O terno, em sua definição clássica, é um conjunto de três peças do mesmo tecido e cor: paletó, calça e colete. Essa versão completa é a mais formal, indicada para noivos, padrinhos e ocasiões que exigem um código de vestimenta mais rigoroso. Entender essa distinção é o primeiro passo para se aprofundar no mundo da alfaiataria.

A escolha do tecido

A alma de um traje de qualidade reside em seu tecido, um fator que determina o caimento, o conforto térmico e a durabilidade. A lã fria é considerada o padrão-ouro, valorizada por sua respirabilidade e versatilidade em diferentes temperaturas, criando uma silhueta elegante.

Sua qualidade é muitas vezes indicada pela classificação “Super”, onde um número maior, como Super 120s, indica fios mais finos e luxuosos. Para climas quentes ou ocasiões mais casuais, o algodão e o linho são excelentes por sua leveza, embora amassem com mais facilidade.

Analisando os cortes e a silhueta

Com o tecido definido, a atenção se volta para o corte, que molda a silhueta. O Regular Fit, ou Clássico, oferece um caimento mais solto e tradicional. Sua grande vantagem é ser democrático e atemporal, proporcionando conforto e liberdade de movimento para todos os biotipos, dos mais esguios aos mais robustos, sendo uma escolha segura para ambientes corporativos formais.

Já o Slim Fit popularizou um visual mais moderno e jovem, com uma silhueta ajustada ao corpo que valoriza homens mais magros.

A tendência atual, no entanto, aponta para um “slim confortável”, que mantém as linhas definidas, mas com um pouco mais de folga para o movimento. Em um extremo de vanguarda está o Skinny Fit, com paletós curtos e calças muito justas, uma opção de nicho que funciona apenas para biotipos muito esguios e em contextos de moda, sob o risco de sacrificar o conforto e a elegância.

Os detalhes de estilo: lapelas e abotoamento

Os detalhes são os verdadeiros indicadores de sofisticação, a começar pelas lapelas. A lapela Notch, com seu entalhe em “V”, é a mais comum e versátil, adequada para a maioria das situações.

Para um toque de formalidade e arrojo, a lapela Peak, com suas pontas projetadas para cima, confere uma presença imponente e alonga a silhueta, sendo a escolha ideal para cerimônias e paletós transpassados.

Por fim, a lapela Shawl, com sua linha contínua e arredondada, é reservada aos trajes de gala, como smokings. O abotoamento também segue seus códigos: no paletó de dois botões, o mais popular hoje, abotoa-se apenas o de cima.

No de três, a regra é “às vezes, sempre, nunca” — o primeiro é opcional, o do meio é regra e o último fica sempre aberto. Essa tradição, aliás, remonta ao Rei Eduardo VII da Inglaterra e se tornou um padrão de estilo.

Como escolher a cor certa

A cor, por sua vez, dita a adequação do traje à ocasião. O azul-marinho reina como a opção mais versátil e chique, funcionando perfeitamente do escritório a um casamento. Os tons de cinza, do médio ao chumbo, compartilham dessa versatilidade, sendo o chumbo uma alternativa sofisticada ao preto para eventos noturnos.

O terno preto liso deve ser usado com cautela, pois no contexto brasileiro é mais associado a eventos de alta formalidade noturna ou situações solenes, podendo parecer um uniforme se usado no dia a dia corporativo. Cores claras como bege ou cinza-claro são ideais para o dia e climas quentes, em contextos menos formais.

Buscando o caimento ideal

Acima de tudo, o ajuste é o ponto fundamental. Um terno masculino acessível com caimento impecável sempre superará um modelo caro e mal ajustado. A avaliação começa nos ombros, onde a costura do paletó deve se alinhar exatamente ao fim do seu próprio ombro.

As mangas devem ser curtas o suficiente para revelar cerca de um centímetro e meio do punho da camisa, criando uma transição elegante. O comprimento do paletó deve cobrir a curva do traseiro e, quando abotoado, não deve formar um “X” de tecido repuxado. Por fim, a calça deve ter uma leve quebra sobre o sapato, sem sobras de tecido que acumulem no tornozelo.

Escolher um terno é um ato de autoconhecimento e atenção aos detalhes. A decisão envolve uma análise completa do tecido, do corte que melhor se adapta ao seu corpo, da cor adequada à ocasião e dos códigos de estilo que comunicam sua mensagem.

O terno ideal não é apenas o mais bonito na vitrine, mas aquele que, após um ajuste perfeito, funciona como uma segunda pele, refletindo sua personalidade com elegância e autoridade.

Não hesite em buscar o auxílio de um bom alfaiate, pois o ajuste final é o que transforma um bom terno em um terno perfeito para você.

Você também pode gostar

Compartilhe
-
00:00
00:00
Update Required Flash plugin
-
00:00
00:00
Send this to a friend