Terror, farsa e negacionismo nos palcos do Sesc Ipiranga

Dr Anti – Foto de Ligia Jardim

ANTI, novo trabalho da Cia Extemporânea, com direção de Ines Bushatsky e João Mostazo, que também assina a dramaturgia, usa a mistura de gêneros – recurso já visto em outros trabalhos do grupo, como a comédia, o filme B, o terror e a farsa – para tratar de um assunto caro ao Brasil: as tensões que atravessam a sociedade hoje, em especial o problema do negacionismo. A estreia acontece dia 12 de novembro de 2022, no Sesc Ipiranga, e segue em cartaz até o dia 11 de dezembro, de sexta a domingo.

A peça se passa durante um jantar, em uma casa da alta sociedade. Enquanto comem a salada e aguardam pelo prato principal, os seis personagens discutem sobre suas diferentes interpretações para a crise política e social dos últimos anos. Incapazes de chegar a um acordo, um dos convidados, o Dr. Anti – espécie de guru de uma seita -, propõe a realização de um pacto de sangue para sanar a crise do país.

“A peça é um retrato da ascensão ao poder da extrema direita e da união da elite no Brasil a esse conservadorismo”, diz o dramaturgo e diretor João Mostazo. “Essa união entre elite e extrema-direita é na verdade um pacto de violência, que nem sempre se percebe ou se assume como tal, mas que organiza a maneira de ver o mundo”, completa.

Em meio ao discurso negacionista, ao pseudo-cientificismo e ao pensamento conspiratório disseminado por gurus do pensamento conservador, os personagens não se chocam com a violência, e o conflito central se passa em torno da suspeita de que a salada esteja envenenada.

“Vivemos em um cotidiano permeado por imagens e discursos de violência. Esses discursos muitas vezes podem trazer um fascínio que inebria as pessoas”, observa a diretora Ines Bushatsky. Na peça, o pacto permeia não apenas a dimensão da palavra, mas também da trilha sonora, luz e cenário, lançando mão de efeitos vindos do terror e do suspense. “É um pacto que não passa apenas pela razão, mas pelos afetos”, completa.

O texto também traz, por meio da memória fragmentada das personagens, elementos dos eventos políticos relevantes dos últimos anos, das manifestações de 2013 ao impeachment de Dilma Rousseff, da ascensão do MBL à chegada das milícias ao poder com o bolsonarismo. “Os personagens vão mencionando pedaços da história recente de 2013, 2016, 2018 e 2022, mas são incapazes de construir uma narrativa coesa sobre o passado”, coloca a diretora.

FICHA TÉCNICA

  • Direção: Ines Bushatsky e João Mostazo
  • Texto: João Mostazo
  • Elenco: Ernani Sanchez, Felipe Carvalho, Letícia Calvosa, Mariana Marinho, Mau Machado, Regina Maria Remencius.
  • Atores substitutos: Tetembua Dandara
  • Cenário: Fernando Passetti
  • Luz: Aline Santini
  • Figurinos: Marichilene Artisevskis
  • Direção musical: Gabriel Edé
  • Artista visual: Lídia Ganhito
  • Contrarregra: Julia Tavares
  • Produção: Corpo Rastreado – Anderson Vieira
  • Criação: Cia. Extemporânea
  • Siga o Instagram da Cia Extemporânea: @aextemporanea

SERVIÇO

ANTI, da Cia Extemporânea

  • Sesc Ipiranga (R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga. Tel.: 11.3340-2000).
  • Duração: 75 minutos | 16 anos
  • De 12 de novembro de 2022 a 11 de dezembro de 2022.
  • Temporada: Sextas e sábados, às 21h, domingos e feriado (dia 15/11), às 18h.
  • Valores: R$40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia) e R$ 12,00 (credencial plena).

 Comédia Tô Louca, Mas Não Tô Sozinha, de Ester Muller, estreia no Teatro Itália Bandeirantes

Com direção de Jarbas Homem de Mello, espetáculo narra saga de uma empregada doméstica que vai trabalhar para famílias nada convencionais

Tô Louca – Foto: Adriano Choque

As peripécias de uma trabalhadora que sonha em mudar sua vida é o ponto de partida da comédia Tô Louca, Mas Não Tô Sozinha, com texto de Ester Muller e direção de Jarbas Homem de Mello, está em cartaz até o dia9 de dezembro no Teatro Itália Bandeirantes. A peça traz no elenco Renata Brás, Adriana Fonseca, Fernando Patau e Ton Prado.

Na trama, Delícia está sendo investigada por um crime. É nesta circunstância que inicia o relato de sua trajetória, repleto de eventos e misturas curiosas. Imigrante fogosa, ela chega à Grande São Paulo com a esperança de que aqui sua vida se transforme e de realizar seus sonhos de abundância e afetividade.

Ela inicia uma jornada como empregada doméstica para famílias nada convencionais. E, no vem e vai de lares e encontros amorosos, descobre sua tão esperada mudança de vida ligada à famosa máxima: “se não pode com eles, junte-se a eles”.

FICHA TÉCNICA

Tô Louca, Mas Não Tô Sozinha

  • Comédia de Ester Muller
  • Adaptação de Maurício Guilherme
  • Direção de Jarbas Homem de Mello
  • Com Renata Brás, Adriana Fonseca, Fernando Patau e Ton Prado
  • Assistência de direção: Mari Nogueira 
  • Cenário e desenho de luz: Marisa Bentivegna
  • Figurino: Bruno Oliveira
  • Visagismo: Dicko Lorenzo
  • Sonoplastia e trilha sonora: Fernando Castro
  • Programação visual: Denise Bacellar
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio 
  • Administração: Camila Alves
  • Produção executiva: Igor Dib
  • Direção de produção: Thiago Rosa
  • Realização: Avanço Produções

SERVIÇO

Tô Louca, Mas Não Tô Sozinha, de Ester Muller

  • Temporada: 11 de novembro a 9 de dezembro
  • Às quartas e quintas, às 20h. (Sessões especiais nos dias 11 e 12/11, às 20h; e 13/11 às 19h)
  • Teatro Itália Bandeirantes – Avenida Ipiranga, 344 – República
  • Ingressos: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada)
  • Vendas na bilheteria: Quarta a sábado, das 16h às 20h. Aos Domingos, das 16 às 19h. Ou duas horas antes (para espetáculos infantis), até o início do espetáculo*
  • Ponto de vendas sem taxa: Teatro Itália Bandeirantes
  • Formas de pagamento: Dinheiro, cartões de crédito e débito.
  • Acessibilidade: 
  • Capacidade: 290 lugares
  • Classificação: 14 anos 
  • Duração: 90 minutos

“Pois é, pois é, pois é”, entre risos e berreiros de choro, Larissa Landim protagonizará a icônica “Chiquinha”

Larissa Landin

A versátil artista Larissa Landim é mais uma promessa do hall de jovens talentosos que fazem de tudo no mercado cultural atual: canta, dança e sapateia. Além de bailarina e de coreógrafa em alguns programas da Rede Globo, também é atriz e cantora. Após encerrar temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o espetáculo “Bibi, uma Vida em Musical”, com direção de Tadeu Aguiar, na qual interpretou Tina Ferreira,  filha de Bibi Ferreira, agora, dá voz a outro papel. 

Landim está na peça “Chaves: Um Tributo Musical”, protagonizando o personagem “Chiquinha”, ao lado de Mateus Ribeiro que interpretará o próprio Chaves, e Fabiano Augusto que viverá Roberto Bolaños. O musical conquistou diversas premiações, dentre elas, o prêmio Bibi Ferreira em 2021, honraria mais importante do teatro brasileiro. “Esse espetáculo conta a história do Roberto Bolaños, criador do Chaves, ele mistura o universo dos palhaços, personagens da vila. Acho que todos vão amar, porque o programa está na memória afetiva do público”, fala a atriz. 

A série mexicana televisiva que conquistou geração após geração, ganhou uma homenagem em formato inédito de Teatro Musical em 2019, e agora, dois anos após a pandemia, retornará aos palcos do Teatro Opus, em São Paulo.Com curta temporada, a peça ficará em cartaz até o dia 27 de novembro, aos sábados e domingos, às 15h e às 19h, com ingressos a partir de R$ 50 reais. “Eu cheguei a participar das audições há 3 anos e entrei pro elenco como parte do núcleo de palhaços. Viver a Chiquinha agora, está sendo um presente e um desafio gigantesco”, revela Landim.

Um pouco de história em Porto Seguro

A arte tem mesmo o poder de transformar e quando se dá a oportunidade de as crianças entrarem em contato com o mundo do teatro é inesquecível. Na apresentação de número 439 de Cabral Assim Nasceu o Brasil no Hotel  Floral inn Family, na Praia de Taperapuan, em Porto Seguro, na Bahia,  o que se viu foram os olhinhos dos miúdos vidrados no espetáculo, apresentado pela Cia Teatral Dionísio, dirigida por Adriano Cotrim.

De forma lúdica e inteligente, os atores mostraram para os pequenos e idosos que estavam na plateia improvisada no hall do hotel uma  passagem da nossa história ao abordar o descobrimento do Brasil em 1500. Bem interativos, os atores arrancavam diversas gargalhadas de quem voltava dos passeios às praias do lugar. A Cia Teatral Dionísio existe há 10 anos e leva diversão e arte para os turistas hospedados nos diversos hotéis e pousadas de Porto Seguro.

Related posts

A Dona da História em única apresentação no Imperator, Zona Norte do Rio de Janeiro

Prêmio Shell de Teatro prorroga inscrições para categoria Destaque Nacional

Começa Hoje! Dia do Evangélico em Brasília receberá grandes nomes do Gospel