“Tem mas acabou. A luz dormiu acesa. Você segue toda a vida. Eu fiquei preso do lado de fora. Eu tô com fome de comida. Encher linguiça. Viajar na maionese. Escuta só pra você ver. Vou só esperar o sol esfriar. Não vi nem o cheiro. Não conheço, mas sei quem é.”
Brincando amorosamente com essas falas tão brasileiras, Thierry Trémouroux inicia seu relato apaixonado por essa terra, que adotou como sua há 33 anos atrás. “O Bicho Geográfico” é o olhar de um artista estrangeiro sobre o Brasil, onde vive e trabalha há mais de três décadas, e onde nasceram seus dois filhos.
Para Thierry, a arte se tornou cura, desde que começou a tratar de um câncer e transformou a experiência neste espetáculo, que apenas parte deste ponto para alcançar outras tantas camadas da existência, comum a todos nós – sonhos, medos, expectativas, reviravoltas pessoais, amores, filhos e ciclos que continuamente começam, terminam e recomeçam.
“Essa capacidade de se autodesdobrar, de exercer a observação de si, foi considerada por diversos artistas como uma das capacidades fundamentais que o ator deve desenvolver. Ser ator e testemunha dos próprios atos, estar no jogo e ao mesmo tempo cultivar certo distanciamento do que acontece. O ‘rir de si’ acrescenta a este movimento uma espécie de gesto libertador. Ser capaz de saltar com leveza e vigor para além da lógica à qual estávamos presos sem saber. De repente tudo muda de perspectiva e certos dramas já não fazem sentido, ou fazem outros sentidos.”
SINOPSE
Criando uma névoa onde real e ficção se fundem, o “belga da gema”, como ele próprio se define, conduz um passeio pela sua jornada neste país desde os palcos, paisagens e amores, passando pelos corredores de hospitais, onde experimentou a própria fragilidade, até sua volta para casa.
A MONTAGEM
Em cena, duas pessoas acompanham Thierry – uma intérprete de libras e um operador de som, ambos com participações estendidas para além das suas funções convencionais. A intérprete de Libras Diana Dantas se movimenta pela cena, contracenando com Thierry enquanto faz a intepretação em sinais. O operador de som Gustavo Maister também interage com o ator, com perguntas, respostas e provocações. O cenário é formado por uma obra inflável do artista plástico João Marcos Mancha e projeções, além de variados objetos de uso pessoal – documentos, livros, fotos, cadernos, e outros – que serão manuseados e deslocados ao longo da ação.
THIERRY TRÉMOUROUX
Radicado no Brasil desde 1992, o ator formou-se em Paris junto a Stefano Scribani (Piccolo Teatro di Milano) em Commedia Dell’Arte; Yoshi Oïda, ator e colaborador de Peter Brook; e Yves Pignot (L’école Leda). Logo se destacou como protagonista de vários telefilmes.
No Brasil, seu trabalho como ator no teatro rendeu parcerias com diretores como Bia Lessa em “As 3 Irmãs”, Anton Tchekhov; Monique Gardenberg em “Os 7 Afluentes do Rio Ota”, de Robert Lepage; Bel Garcia, em “Apropriação”, de Harold Pinter, e “Conselho de Classe”, de Jô Bilac. Colaborou com Enrique Diaz em “A Gaivota”, de Anton Tchekhov, e “Outro”, criação coletiva. Em 2014 integrou o elenco das minisséries “Amores Roubados” e “O Caçador”, ambos da Rede Globo. Atuou ainda no audiovisual em realizações como “Santos Dumont”, “Marighella”, “Jovens Polacas”, “Nos Tempos do Imperador”, “José e Durval”, entre outros.
Serviço
ESTREIA: dia 15 de março (sábado), às 20h
ONDE: Espaço Cultural Municipal Sergio Porto
FICHA TÉCNICA
Texto, Direção e Atuação: Thierry Trémouroux
Co-direção: Luciana Froes
Colaboração Artística: Dani Lima
Vozes em off: Lara Tremouroux, Santiago Karro Oliveira Tremouroux e Raquel Karro
Intérprete e atuação: Diana Dantas
Atuação, assistência de palco e operação de som: Gustavo Maister
Cenário e Figurino: Desirée Bastos
Iluminação e Projeção: Tainã Miranda e Lina Kaplan
Artista Plástico: João Marcos Mancha
Sonorização: Bob Reis
Fotos: Marilha Galla
Fotos de ensaio e videomaker: Daniel Oliveira
Vídeo Final: Diego Esteve
Programação Visual: Vento Estúdio / Priscila Lopes e Fernanda Kassar
Consultoria em Libras: Isabelle Maia
Audiodescrição: Graciela Pozzobom
Mídias Sociais: Ana Maria Righi
Formação de Plateia: Claudia Bueno
Assistência de Produção: Analu Lana
Administração Financeira: Jurubeba Produções – Alessandra Castañeda
Direção de Produção: Adelly Costantini
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany