Últimas semanas da exposição Expedição, de Susanne Schirato, no Centro Cultural Correios RJ

“A exposição Expedição, da artista Susanne Schirato, entra em suas últimas semanas no Centro Cultural Correios RJ, onde fica em cartaz até 30 de agosto de 2025, ocupando as Galerias I e II do 2º andar

por Redação
Exposição Expedição, de Susanne Schirato

No subsolo do mundo, onde a luz se apaga e o silêncio ecoa, nasce a inspiração da artista visual e mergulhadora. É das profundezas de cavernas alagadas e de regiões inóspitas – como o Ártico e a Antártica – que Schirato extrai vivências transformadas em arte. Guiada por sua experiência em expedições extremas, ela traduz medo, beleza e descoberta em obras que revelam tanto os limites da natureza quanto da própria mente humana.

A mostra reúne 18 obras selecionadas pelo curador Felipe Barros de Brito, que propõe ao público uma travessia sensorial por ambientes inexplorados. O percurso, formado por instalações, vídeos, pinturas, bordados, cerâmicas e objetos têxteis, é pensado como uma verdadeira jornada geológica e emocional, conduzindo o visitante por passagens estreitas, escuras cavernas e pelo branco hipnótico das geleiras.

“Me sinto profundamente honrada em ter minha exposição recebida no Rio de Janeiro. É uma cidade que respira arte e natureza, e essa conexão conversa diretamente com meu trabalho. Cada peça foi inspirada por expedições de mergulho, em que a beleza e a fragilidade da natureza se tornam palpáveis”, afirma Schirato.

De forma orgânica – como a própria natureza –, as obras ocupam não apenas as paredes, mas também o teto do espaço, em suportes e técnicas variadas: grafite sobre papel vegetal, bordado sobre algodão, crochê, óleo sobre tela, aquarela e cerâmica, revelando a complexidade de um trabalho que transita entre ciência, corpo e espiritualidade.

“O objetivo não é apenas mostrar a estética das cavernas, mas provocar reflexões sobre a conservação da natureza. A arte tem o poder de conectar as pessoas à realidade que nos cerca. Espero que, ao explorar a exposição, o público sinta a urgência de proteger nossos ecossistemas”, ressalta a artista.  “Dialogar meu trabalho com a preservada arquitetura de 1922 enriquece ainda mais essa ideia de conservação. Preservar a história e a natureza é garantir um futuro sustentável. A arte como linguagem torna esse processo ainda mais instigante”, complementa.

Exposição Expedição, de Susanne Schirato

Exposição Expedição, de Susanne Schirato

Para o curador, a força da mostra está na capacidade de transformar vivências extremas em poética visual:

“Expedição é um convite a atravessar experiências de corpo inteiro. O trabalho de Susanne Schirato nasce do confronto direto com a natureza e transforma sensação em forma, ciência em arte. Suas obras reconstroem ambientes extremos com leveza e precisão, revelando camadas invisíveis do mundo em que vivemos”, observa Felipe Barros de Brito.

Mais do que uma exposição, “Expedição” é um mergulho profundo nas entranhas da Terra e da existência. Cada obra é um portal que reflete não só o mundo físico, mas também dimensões invisíveis que sustentam a vida.

Exposição Expedição, de Susanne Schirato

Exposição Expedição, de Susanne Schirato

A ARTISTA

Susanne Schirato (São Paulo, 1978) é artista visual com formação em Artes Visuais pela Escola Panamericana de Arte e Design e pós-graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas pela FAAP. Sua produção transita entre arte, ciência e exploração do corpo em relação ao território, sendo fortemente atravessada por sua vivência como mergulhadora e pesquisadora de ambientes extremos, como cavernas submersas, geleiras do Ártico e paisagens isoladas da Antártica e do interior do Brasil.

Desenvolve um trabalho que investiga as tensões entre superfície e profundidade, luz e escuridão, visível e invisível, utilizando suportes como pintura, instalação, bordado, cerâmica, vídeo e objetos têxteis. Suas obras nascem de expedições reais, depois transmutadas em imagens e matérias que incorporam noções de risco, tempo, resistência e transformação.

Realizou exposições individuais como Águas Profundas (2024, Canteiro, SP) e O Sublime Temporal da Hiperprodutividade (2019, Galeria Ponder 70, SP), ambas com forte repercussão crítica no circuito independente. Participou de diversas coletivas em instituições e espaços relevantes, como Piracema (2024, SP), 29º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande (2023), Entre a Estrela e a Serpente (2022, Galeria Leme), Sol a Sol (2022, ArteFASAM), Curva Ponto (2022, MAC Sorocaba), Nuances – Mulheres em Camadas (2021, BNP Paribas Cultural) e 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Guarulhos (2020), onde recebeu Menção Honrosa.

Além do trabalho de ateliê, desenvolve projetos de campo cruzando práticas artísticas com ciências naturais e estudos ambientais, refletindo sobre os limites da percepção, os ciclos da matéria e os modos de habitar o planeta em tempos de colapso ecológico. Vive e trabalha em São Paulo.

O CURADOR

Felipe Barros de Brito (Salvador, BA, 1991) é curador e pesquisador com atuação destacada no cenário das artes visuais contemporâneas no Brasil. É pós-graduado em Curadoria em Arte pelo SENAC-SP e técnico em Museologia pela ETEC-SP. Foi Pesquisador Residente da Coleção Ivani e Jorge Yunes (2019–2020) e atuou como documentalista em instituições como o Museu da Diversidade Sexual e o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas.

Com experiência em mais de 30 exposições, colaborou com mostras como Movimento Armorial 50 Anos, Di Cavalcanti – 125 Anos, 50 Duetos, Magliani, Modernismo Expandido, entre outras. Como curador independente, assinou exposições em diversas regiões do país, como Vazios Incompletos, O Tempo no Verso do Avesso, Maré, Achego, Signos, Significados e Significantes e Chiaroscuro sob o sol.

EXPEDIÇÃO | Susanne Schirato
Curadoria: Felipe Barros de Brito
Período: 9 de julho a 30 de agosto de 2025
Local: Centro Cultural Correios RJ – Galerias I e II – 2º andar
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – Corredor Cultural
Horário de visitação: de terça-feira a sábado, das 12 às 19h.

Entrada franca.

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