Considerada musa do movimento surrealista, a russa Gala Dalí foi uma mulher à frente do seu tempo. Com menos de 20 anos, deixou para trás a família e partiu para a Europa em busca da realização pessoal e profissional. Desbravou seu espaço no ambiente masculino da intelectualidade francesa e dos artistas, casou-se com dois deles e elegeu para seu companheiro de vida o então jovem e emergente pintor Salvador Dalí, por ela revelado ao mundo como o gênio surrealista que todos conhecemos.
Mara Carvalho fala do seu encontro com a personagem:
“Tudo começou através do restaurante espanhol que tenho (El Mercado Iberico) na Pamplona, em São Paulo. Eu queria fazer uma conexão entre Brasil e Espanha, mas num viés artístico, e nada melhor do que Salvador Dalí. Ao estudar Dalí, conheci Gala. Sabia da sua existência, mas não da sua importância – não só na vida do Dalí, mas de muitos artistas que ela revelou. Ela também era uma artista, uma poeta, mas no século 19 e início do 20, como sabemos, a mulher era totalmente abafada pela figura masculina. Ainda hoje a gente vive isso. Gala foi uma mulher determinada que buscou sua realização assim como eu, mulher e artista, sempre buscando a minha realização num contexto difícil como o de hoje para o artista no Brasil. A gente se conecta por essas lutas, não só femininas, mas de existir e se realizar como artista.”.
SINOPSE
Numa conversa bem-humorada com o público, Gala Dalí (Mara Carvalho) revive, de forma não cronológica, momentos marcantes de sua vida: seu primeiro casamento, com o escritor Paul Éluard, o encontro com Salvador Dalí, a luta para se impor num universo dominado pelos homens e o constante julgamento social. Enquanto se diverte revivendo suas lembranças, reflete sobre a paixão, a arte, a gastronomia, dinheiro e poder, vida e morte.
A MONTAGEM
O cenário de Ulysses Cruz é um espaço todo branco com a maior parte azulejada, remetendo a uma cozinha, ou um sanatório, ou ainda um espaço da memória. Nele haverá projeções surrealistas concebidas por Emerson Brandt. Para os figurinos, Ulysses Cruz e Mara Carvalho utilizam peças originais de Yves Saint Laurent, Carolina Herrera, Chanel, entre outros. A iluminação é de Cesar Pivetti e a trilha sonora de Dan Maia.
“Esta peça irá mostrar um pouco de seu ágil pensamento, sua vida surreal, sua excêntrica relação com o grande mestre surrealista, seu gosto por moda – vestia Chanel, sua grife predileta, em casa. Viveram uma vida de luxo, de esquisitices e excessos. Gastaram muuuuito dinheiro… Salvador a presenteou com o castelo de PÚBOL, na Catalunha, onde recebia os amigos para seus jantares surrealistas – dizem que ela cozinhava muito bem -, ocasião em que contava suas histórias eletrizantes. Neste mesmo castelo veio a falecer aos 87 anos, meio delirante.”, conta Ulysses Cruz.
Serviço
ESTREIA: 04 de junho (4ªf), às 20h
ENSAIOS ABERTOS: dias 27 e 28 de maio (3ª e 4ªf), às 20h
SESSÕES FECHADAS PARA CONVIDADOS: dias 29 de maio e 03 de junho
ONDE: Mi Teatro – Rua Pamplona, 310 – Bela Vista /SP (estacionamento ao lado)
HORÁRIOS: 3ª, 4ª e 5ª às 20h / CAPACIDADE: 59 lugares / DURAÇÃO: 65 min / GÊNERO: tragicômico / CLASSIFICAÇÃO: 12 anos / ACESSIBILIDADE: para um cadeirante / TEMPORADA: até 31 de julho
INGRESSOS: R$160,00 e R$80 (meia) na bilheteria 1h antes do espetáculo ou em https://www.sympla.com.br/
Ingressos dos ensaios abertos no valor da meia, R$80
O espetáculo começa rigorosamente no horário marcado e não é permitida a entrada após o início, não havendo devolução do valor do ingresso, nem a troca para outro dia ou outra sessão.
FICHA TÉCNICA
- Texto e Atuação: Mara Carvalho
- Direção Artística: Ulysses Cruz
- Assistente de Direção: Nicolas Ahnert
- Voz Em Off de Salvador Dali: Pol Orozco
- Iluminação: Giovanni D’Angelo
- Figurinos: Ulysses Cruz e Mara Carvalho
- Cenário: Ulysses Cruz
- Trilha Sonora: Dan Maia
- Programação Visual e Vídeos Cenográficos: Emerson Brandt
- Fotos de Divulgação e Vídeos Promocionais: Jamil Kubruk
- Fotos de Divulgação: Rachel Pontes
- Criação e Confecção do Trevo: Júlia Fernandes de Magalhães
- Redes Sociais: Stephano Matolla
- Operador de Luz e Vídeo: Lê Carmona
- Operador de Som e Microfonista: Rafu Ferraz
- Cenotécnico: Joabe Fernandes
- Equipe de Cenografia: Júlia Fernandes de Magalhães, Treicy de Amorim Fernandes, Juan Ignácio Gomez Martinez e Rodrigo Cordeiro
- Direção de Produção: Mariluz Gomez Gomez
- Produção Executiva: Laura Sciulli
- Realização: OCEAN LIGHT – Mariluz Gomez Gomez
- Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
GALA DALÍ
Gala Dalí, muito mais do que uma musa para o artista surrealista Salvador Dalí, foi uma mulher singular e figura importante do movimento avant-garde, mas por muito tempo ignorada e cujo papel foi pouco compreendido.
Elena Ivanovna Diakonova. Nascida em Cazã, na Rússia, em 1894. Na adolescência, foi enviada para um sanatório na Suíça para o tratamento da tuberculose, onde conheceu Paul Éluard, poeta francês que participou do movimento dadaísta, um dos pilares do surrealismo.
Gala casou-se com Éluard, o convenceu a voltar a escrever, se envolveu com outros nomes importantes do movimento surrealista: Max Ernst, Louis Aragon e André Breton, e serviu de inspiração para muitos deles. Divorciou de Paul para casar-se com Salvador Dalí, tornando-se sua esposa, musa, produtora, amante, empresária.
Era uma mulher muito criativa que escrevia, lia, desenhava suas próprias roupas, suas joias. Sua imagem foi retratada por Salvador Dalí em várias de suas pinturas, nas quais ela interferia, tornando-se coautora de muitos trabalhos, ao ponto de ele começar a assinar suas obras com o nome ‘Gala-Salvador Dalí’.
Ela encontrou seu lugar em um movimento surrealista que abria pouco espaço para as mulheres, e se manteve independente até o fim de sua vida, inspirando e estimulando Salvador e outros artistas.
Em 1968, Salvador Dalí comprou um castelo para Gala em Púbol, na Catalunha, no qual só poderia entrar quem fosse convidado por ela. Ao longo de toda a década de 1970, ela passou verões no castelo, onde manteve múltiplos casos extraconjugais e onde viveu até a sua morte.
MARA CARVALHO – autora e atriz
Atriz, roteirista e empresária. Fez cinema na FAAP e iniciou a carreira de atriz em São Paulo, estudando com Antunes Filho. Seu primeiro trabalho profissional veio pelas mãos do diretor Ulysses Cruz, na peça “Fragmentos de Um Discurso Amoroso”, ao lado de Antonio Fagundes, pai de seu filho Bruno Fagundes. Mais tarde, iniciou os estudos sobre dramaturgia e se tornou roteirista. Trabalhou na TV Globo por cinco anos escrevendo a série “Carga Pesada”, e para o teatro escreveu “Vida Privada”, “De Corpo Presente”, “Gente que faz”, “Eddie Cosby”, “Ator Mentada”, entre outras peças, atuando em muitas delas. Ficou em cartaz por sete anos na comédia “Baixa Terapia”. É sócia da escola de teatro, cinema e TV INCENNA. Como atriz, participou de novelas das TVs Globo e Record. É também proprietária do Mi Teatro – espaço cultural, próximo à Avenida Paulista, dentro do seu próprio restaurante espanhol El Mercado Ibérico, onde une arte e gastronomia.
ULYSSES CRUZ – diretor
Diretor, encenador, carnavalesco. Dirigiu grandes nomes como Maria Bethânia no espetáculo “Dadaya – Sete Moradas”. No teatro, Cássia Kis em “O Zoológico de Vidro,” Antônio Fagundes em “Macbeth”, Paulo Autran em “Rei Lear”, Ruth de Souza em “Anjo Negro”, Tarcísio Meira em “O Camareiro”, Thiago Lacerda em “O Círculo das Luzes”, Marília Gabriela em “Constelações”, Regina Duarte em “O Leão no Inverno”, e mais recentemente Sergio Guizé em “Perfeita”.
Na TV Globo, foi diretor artístico de 1997 a 2016, comandou o programa “Criança Esperança” até 2012, além de novelas como “Eterna Magia”, “Sabor da Paixão”, “Estrela Guia”, e as minisséries “Um Só Coração” e “Muralha”. Em 2013 foi convidado para ser diretor artístico da Jornada Mundial da Juventude com a presença do Papa Francisco na Praia de Copacabana.
