Uma lista de emoções

A LISTA - Giulia Bertolli e Lília Cabral - foto: Cristina Granato

Talvez existam muitas donas Lauritas por aí que querem se encontrar na vida, apesar da aposentadoria após 35 anos como professora do Estado, de ser trocada por outra mulher e fingir que o marido morreu e de ter um relacionamento conturbado com a filha. Vamos combinar, será mesmo que existe uma família perfeita? Claro que não. Isso é bobagem que a propaganda botou em nosso caminho para comprarmos cada vez mais margarina com sal ou sem sal, como preferirem.

A verdade é que uma vida salgada ou apimentada pode ser mais interessante do que uma existência morna, regada a solidão. Ao longo do tempo vamos nos adequando as situações e foi assim que todo o mundo enfrentou a pandemia e suas consequências. Deste jeito, dona Laurita e Amanda, vizinhas de prédio, se encontraram. Amanda fazia compras para ela que não podia nem botar o pé no corredor e as duas acabaram por fazer laços de amizade.

Durante quase dois anos, o mundo viveu um sofrimento quase interminável. Graças à cultura e aos nossos artistas que fizeram inúmeras lives, palestras, encontros virtuais que não enlouquecemos de vez no período de isolamento social.

A atriz Lilia Cabral e a filha Giulia Bertolli nos brindaram com a peça A Lista, com texto de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva, que saiu das telas do computador e ganhou os palcos. O espetáculo fala de amor, vizinhos, amizade, entrega, tristeza, velhice, chatice e solidão. Aborda, de forma comovente, as alegrias e agruras de se morar sozinha em Copacabana, um dos lugares onde o mundo quer passar férias.

A atriz Lilia Cabral brinca com as palavras e arranca muitas risadas da plateia, que não se cansa de elogiar a performance dela e de sua filha, Giulia. As duas vêm batendo bola desde 2020, antes de forma virtual, e agora presencialmente. “No virtual a peça tinha em torno de 50 minutos, mas vi que daria para fazer mais e estreamos no palco também’’, disse Lilia Cabral, que, apesar dos muitos anos de profissão, ainda se emociona no palco.

O texto de Gustavo Pinheiro encanta a todos e é de uma leveza ímpar assim como a direção de Guilherme Piva, os cenários de JC Serroni e a iluminação de Wagner Antônio. Sem dúvida, uma excelente diversão que também nos faz refletir sobre a vida. Mas se apresse, no Rio de Janeiro, a peça pode ser vista hoje (28/10) às 19h e amanhã (29/10) às 17h no Teatro Riachuelo, na Cinelândia. Vale conferir

Related posts

Jay Vaquer no Teatro Rival Petrobras

João Pessoa Inaugura Cidade da Imagem com Entrega da Obra do Conventinho: Revolução Criativa e Social no Nordeste

Bar dos Pescadores, em Búzios, é o refúgio gastronômico perfeito para curtir o verão