Prestes a comemorar 40 anos de existência, as Velhas Virgens – a maior banda independente do rock brasileiro – anunciam o lançamento de seu 20º álbum: Ogros do Século Passado. Pr’uma ação entre amigos iniciada em 1986 cuja pretensão não ia além de beber de graça, tocar na esquina e beijar quem a gente pudesse, até que fomos longe demais. Este disco começou a ser gravado há cerca de dois anos (2023), em Boituva/SP, no estúdio do produtor Gabriel Fernandes (o mesmo que nos levou à indicação de “Melhor álbum de rock e música alternativa em língua portuguesa” para o Grammy Latino de 2021 em Las Vegas). Para esta produção, os ingredientes foram ainda mais variados que em “O Bar Me chama”, de 2021. A gravação, que começou no interior de São Paulo, terminou sendo finalizada e mixada em Los Angeles, por conta da transferência do nosso produtor fonográfico para a California. Ficamos internacionais. É mole?
Eis que o primeiro single deste trabalho é justamente “Geração Fofa”, de onde foi extraído o nome do disco, um big rock panfletário que nasceu como um texto despretensioso que Paulão de Carvalho enviou para Alexandre “Cavalo” Dias musicar. A letra fala das nuances e dos choques de relacionamento das diversas gerações (sobretudo de roqueiros do século XX como os integrantes da banda) com a tal “Geração Fofa”, que encontramos nos shows, Millenials e Geração Z que, esculpidos num tempo diferente do nosso, leem o que nos cerca e a civilização digital de um modo diverso do nosso. O que se ouve fala por si, com algum humor e muita nostalgia.
Ouça aqui “Eu Sou o Bar”: https://ditto.fm/eu-sou-o-bar
Ouça aqui “Geração Fofa”: https://ADA.lnk.to/GeracaooFofa
GERAÇÃO FOFA
Esta geração fofa é tão legal
Não se prende ao padrão gênero tradicional
Não hesita em vestir rosa e usar maquiagem
Pra levar a namorada ao cinema
E ver Barbie!
Sei que sou ogro do século passado
E nem sempre acompanho o que rola ao meu lado
Coachs, influencers, cultura virtual
Reels, views, inteligência artificial
Eu tento prestar atenção no que diz a Anitta
Mas meu disfarce cai por terra
Quando eu vejo a bunda delas
A bunda delas
Esta geração fofa é tão legal
Não se prende ao padrão gênero tradicional
Meu sexismo verbal eu tento frear
Nessa eterna quinta série que não quer acabar
Eu tento prestar atenção no que diz Gloria Groove
Mas meu disfarce cai por terra
Quando vejo a bunda delas
A bunda delas
Eu era nerd nos anos 70, sofria bullying sem saber
Eu cresci nos anos 80 com 7 canais de tv
Agora me vejo diante dessa startup de pandora
Como querem que eu lide com streaming e Netflix
Se um algoritmo é que diz como eu devo ser feliz
Feliz
Na onda do primeiro lançamento já estamos com o segundo na agulha: “Eu Sou O Bar”, será lançado logo em seguida. Uma música que trata do encontro presencial, do lugar de liberdade e até de fuga da irrealidade virtual. As Velhas sempre foram a banda da festa e do encontro e essa canção e o disco como um todo celebra isso.
A ideia é lançar 40 músicas até o aniversário de 40 anos que será em outubro de 2026.
EU SOU O BAR
A igreja dos ateus
A parada dos desprezados
O cúmplice dos solitários e dos miseráveis
Aqui tudo começou
Aqui tudo vai acabar
Não adianta rir, não adianta chorar
Sua última morada, seu lar
Eu sou o bar
Eu sou o bar
No meu banheiro vc se droga
Vomita e transa
Bebe, come, flerta e nunca se cansa
Venha pra dentro de mim
Venha do jeito que for
Venha tocar o terror
Venha se embriagar
Sua última morada, seu lar,
Eu sou o bar
Eu sou o bar
Venha com rapazes,
Venha com garotas,
Traga as suas fantasias, suas paranóias escrotas
Fique até o amanhecer
Me beba no gargalo
Até ser varrido, até descer pelo ralo
Não há como escapar, sou seu único lar
Eu sou o bar
Ficha técnica:
Composição: Alexandre Cavalo Dias e Paulão de Carvalho
Produção Musical, Mixagem e Masterização de Gabriel Fernandes.
Coprodução Artística: Alexandre Dias
Design e Concepção Visual de Ju Vechi, Pedro Vechi.
Produção executiva de “74 Entretenimento”, (by Júlio Quattrucci e Carol Pozzani) e Gabaju Records (Alexandre Cavalo Dias).
Fotos Rafa Rezende
Velhas Virgens:
Alexandre Cavalo Dias – guitarra
Filipe Cirilo – guitarra
Ony Pessoa – voz
Paulão de Carvalho – voz e gaita
Simon Brow – bateria
Tuca Paiva – baixo
