Vida cotidiana de escritores brasileiros é explorada em lançamento da CEPE

A proposta do autor é mostrar que a fama não eleva romancistas ou poetas à categoria de pessoas infalíveis

por Alyson Fonseca

Eles escreveram romances, poesias, ensaios. Ficaram famosos e entraram para a história da literatura brasileira. Mas não significa que foram imunes a preconceito, paixão não correspondida, falência, picuinha. Escritores são gente como a gente e é dessa forma que Carlos Costa apresenta Tomás Antônio Gonzaga, Aluísio de Azevedo, Machado de Assis, Pagu, Euclides da Cunha e Mário de Andrade, entre outros, no mais recente título da Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). O livro será lançado nesta quarta-feira (08/11), às 18h, na Livraria Jaqueira do  Bairro do Recife.

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Escritores são Humanos – Histórias Cotidianas da Literatura Brasileira (Cepe Editora, 512 páginas) é fruto de longa pesquisa que levou mais de dez anos para ser traduzida em livro. O autor vasculhou a vida privada de escritores famosos em vasta bibliografia para contar, entre outras curiosidades, as desventuras e as aventuras de Gregório de Matos, poeta baiano do período colonial, “que espalhou filhos pelo Brasil e Portugal”, e as dores de amor do expoente do romantismo Gonçalves Dias.

Fiquei surpreso com algumas descobertas. Só pra citar uma delas: o iniciador do nosso Barroco, Bento Teixeira, cometeu feminicídio, esfaqueando sua mulher e deixando-a sangrar até a morte”, declara Costa. De acordo com ele, a informação sobre a morte cruel de Felipa Raposo, a esposa de Teixeira, luso-brasileiro que viveu nos séculos 16 e 17 e escreveu o poema Prosopopéia, consta em Confissão, Poesia e Inquisição, de Luís Roberto Alves.

Carlos Costa expõe o lado nem um pouco doce de José de Alencar, autor de Iracema, a inesquecível virgem dos lábios de mel. Protegido pelo anonimato, em artigos de jornal, o romancista esculhambou o poema A Confederação dos Tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães. Numa das críticas, assinadas apenas com as iniciais Ig, ele dizia que “um poeta brasileiro não tem licença para estropear as palavras, e fazer delas vocábulos ininteligíveis.” Tudo isso por não ter sido convidado para compor o grupo da primeira audição da obra, observa o autor.

Saindo do século 19 para o 20, ele mostra a vida de Oswald de Andrade, um dos principais expoentes da primeira fase do modernismo. Poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, Oswald, filho rico da aristocracia cafeeira de São Paulo, deixou a mulher e os filhos mergulhados em hipotecas e dívidas, ao morrer. Situação que pode acontecer com qualquer família, comenta o autor. Escritores são Humanos – Histórias Cotidianas da Literatura Brasileira é o livro de estreia de Carlos Costa.

Já fazia algum tempo que desejava escrever algo que desmistificasse nossos cânones literários, sempre vistos como semideuses infalíveis. Minha ideia era mostrá-los como seres humanos que são, com seus defeitos e virtudes. Uma carta, uma atitude, um gesto ou uma omissão revela, e muito, o quão nossos escritores são humanos, heróis ou bandidos, ou ambos…”, afirma Carlos Costa. Sobre a escolha dos autores, ele disse que seguiu a literatura clássica estudada nas escolas brasileiras.

SERVIÇO:

O que: lançamento do livro Escritores são Humanos – Histórias Cotidianas da Literatura Brasileira em bate-papo com Carlos Costa mediado pelo escritor Marcelo Teles

Quando: 08 de novembro (quarta-feira)

Hora: 18h

Onde: Livraria Jaqueira – auditório (Rua da Madre de Deus, 110, Bairro do Recife, Centro do Recife)

Preço: R$ 60

*Conteúdo produzido com informações da assessoria de imprensa. 

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