Criança com Dispraxia

Você sabe o que é dispraxia?

por Luciana Brites

A dispraxia é a dificuldade de processamento sensorial em que o cérebro tem dificuldade para planejar e coordenar os movimentos do corpo. A criança que possui dispraxia muitas vezes é chamada, ou conhecida, como “desajeitada”. Isso acontece, pois ela apresenta dificuldade em realizar algumas tarefas que exigem coordenação motora, como, por exemplo, correr, dançar e outras atividades que requerem equilíbrio. A dispraxia não é muito conhecida por pais e professores.

Alguns fatores são apontados como as causas da dispraxia. Um deles é a alteração genética em células do sistema nervoso, em que alguns danos ou defasagens nessas células interferem diretamente no funcionamento. Isso vai gerar uma diminuição da frequência sináptica, ou seja, a velocidade das células neurais em processar e responder a estímulos acontece de forma mais lenta. Logo, esse prejuízo adquirido pelas células nervosas é percebido em algumas dificuldades demonstradas pela criança.

Além disso, a dispraxia pode ter traumas e lesões como causas, por exemplo: Acidente Vascular Encefálico (AVE), também conhecido como Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame; ou até um traumatismo craniano.

O diagnóstico deve ser realizado de preferência por uma equipe multidisciplinar, que irá avaliar as diferentes habilidades da criança. Esta equipe pode ser composta por psicólogo, pediatra, psicopedagogo e terapeuta ocupacional.

A dispraxia pode ser dividida em três tipos. Dispraxia motora, da fala e postural. A motora acontece quando a criança possui dificuldades para exercer funções que necessitam de coordenação muscular. Tarefas que parecem ser simples se tornam difíceis, como andar, correr e vestir-se.

Na dispraxia da fala, a criança apresenta problemas para desenvolver as habilidades de linguagem, por isso a pronúncia das palavras é mais complicada para o dispráxico. Já a postural, causa um transtorno direto na postura da pessoa, impedindo-a de manter a postura correta.

O tratamento para dispraxia é feito através de terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia. Essas técnicas ajudam a melhorar os aspectos físicos da criança além da força muscular, equilíbrio e os aspectos psicológicos, proporcionando mais autonomia e segurança.


(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber (https://institutoneurosaber.com.br/), autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação ISPE-GAE São Paulo, além de ser Mestra e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie.

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via