A exposição de Alex Frechette explora os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando indivíduos buscaram promover um golpe de estado, resultando em danos a noção de democracia e aos edifícios do Palácio do Planalto, Superior Tribunal Federal e Congresso Nacional, bem como às obras de arte modernistas que ocupavam esses espaços em Brasília.
A exposição apresenta 10 telas em acrílica de diversos tamanhos, incluindo um mural de 5 metros por 1,65, inspirado pelo estilo modernista muralista. O título da exposição estabelece um diálogo com a crítica de Bruno Latour à concepção tradicional de modernidade, ressaltando que esta não é uma narrativa linear, mas um campo complexo de interações.
Os trabalhos de Alex Frechette mostram o ataque aos ícones modernistas, como os danos à tela de Di Cavalcanti, os azulejos e o muro escultórico de Athos Bulcão, a pichação na escultura da Justiça de Alfredo Ceschiatti e a depredação nos prédios projetados por Oscar Niemeyer. Estes ataques parecem questionar o próprio projeto de modernidade, exigindo uma análise da relação entre ação, cultura e contexto histórico.
As obras da exposição refletem o repúdio aos eventos que buscaram um golpe de estado e também se debruçam sobre as noções tradicionais de progresso ao retratar as cenas de destruição no estilo dos primeiros modernistas.
Alex Frechette, artista visual e doutorando em Artes pela UERJ, reside e trabalha em Niterói-RJ. Seu trabalho engloba desenhos, pinturas, objetos e vídeos, explorando elementos do cotidiano social brasileiro e seus desdobramentos, pulsões e tensões numa busca por discussões sobre história, memória, ativismos e processos poéticos contra-hegemônicos.
Serviço
Abertura 28 de outubro às 15hs
Centro Cultural da Justiça Federal – CCJF
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Galerias do 1º andar
Período de visitação: 29/10 a 7/1/24 (de terça a domingo das 11h às 19h)