James Cameron retorna às telas com Avatar: Fogo e Cinzas, que realizou sua première mundial no icônico Dolby Theatre, em Hollywood, na noite de 1º de dezembro. A produção, que marca o terceiro capítulo da lucrativa franquia ambientada no planeta Pandora, provocou reações majoritariamente entusiasmadas entre os críticos presentes ao evento.
Com impressionantes 3 horas e 15 minutos de duração, o longa-metragem tem sido saudado por diversos analistas como potencialmente o melhor filme da trilogia até o momento, destacando-se principalmente por suas inovações tecnológicas e realizações visuais sem precedentes.
Elogios à grandiosidade cinematográfica
Josh Tyler, crítico especializado em cinema de grande orçamento, não economizou palavras ao descrever sua experiência: “Avatar: Fogo e Cinzas oferece um festim para os olhos que inexplicavelmente ultrapassa todos os trabalhos anteriores de Cameron. A narrativa segue caminhos audaciosos, entregando reviravoltas inesperadas que comprovam o diretor ainda trabalha num patamar único na indústria”.
Erik Davis, da plataforma Fandango, classificou a produção como “uma experiência cinematográfica extraordinária”, enfatizando que se trata do “mais ambicioso dos três filmes, carregado de sequências de ação, deslumbramento visual e camadas temáticas explorando família, herança e instinto de preservação”.
Courtney Howard destacou a capacidade de Cameron em manter sua assinatura criativa intacta: “Audacioso, brilhante e espetacular sob todos os aspectos — esta é precisamente a razão pela qual as salas de cinema existem”, afirmou a crítica.
Narrativa familiar divide especialistas
Apesar do consenso quanto à excelência técnica, a estrutura narrativa gerou avaliações mais heterogêneas. O analista Michael Lee reconheceu que “o filme entrega grandeza no espetáculo visual, especialmente quando apreciado em 3D”, porém alertou que “elementos narrativos podem decepcionar quem busca inovação dramática”.
Jeff Nelson, do WEHO Times, adotou tom mais cético: “Assistimos essencialmente à mesma jornada repetida, com personagens atravessando arcos dramáticos idênticos sem evolução aparente”, criticou.
Novos horizontes em Pandora
Fogo e Cinzas introduz o Povo das Cinzas, uma civilização Na’vi que estabeleceu seu território em regiões vulcânicas. A tribo é comandada pela antagonista Varang, interpretada por Oona Chaplin — performance que vem sendo apontada como um dos destaques do filme.
A trama dá continuidade aos acontecimentos posteriores à morte de Neteyam em Avatar: O Caminho da Água, acompanhando Jake Sully e Neytiri enquanto a família processa o luto ao mesmo tempo que enfrenta ameaças inéditas à sua sobrevivência.
Projeções comerciais e futuro da franquia
A Disney e a 20th Century Studios estimam arrecadação entre US$ 100 milhões e US$ 130 milhões para o fim de semana de estreia nos Estados Unidos, prevista para 19 de dezembro. Embora os números fiquem ligeiramente abaixo dos US$ 134 milhões conquistados por O Caminho da Água em sua abertura, especialistas do mercado permanecem confiantes no potencial de permanência do filme em cartaz.
A franquia Avatar já acumulou impressionantes US$ 5,2 bilhões em bilheterias globais com apenas duas produções. O desempenho comercial deste terceiro capítulo será determinante para a continuidade dos projetos futuros: Avatar 4 e Avatar 5 já possuem datas reservadas para dezembro de 2029 e dezembro de 2031, respectivamente, mas dependem do sucesso de Fogo e Cinzas para confirmação definitiva.
Cameron construiu uma das franquias mais ambiciosas da história do cinema, e as reações iniciais sugerem que o cineasta continua expandindo os limites técnicos da sétima arte, mesmo que trilhando caminhos narrativos mais confortáveis.

