Há algum tempo, quando falávamos de investir em fundos cambiais, restringíamos esse tipo de discurso a pessoas que tinham um fundo consideravelmente grande para investimentos — mas hoje o cenário observado já é outro. Tido por experts como boas opções de diversificação de carteiras, os fundos cambiais têm caído na pesquisa popular como uma forma de diversificação de investimento e renda, além de ajudar a proteger o patrimônio de investimento das oscilações econômicas locais.
Atualmente, você consegue encontrar uma boa opção com valor baixo, partindo de R$ 500, e ela é capaz de, mesmo com o baixo valor, oferecer vantagens semelhantes às grandes carteiras internacionais. E diferentemente do que se pensa, essas alternativas podem ser encontradas em corretoras de valores de modo prático e facilitado, assim como informações sobre cotação do euro ou dólar.
Elas também são indicadas para os investidores que pretendem fazer hedge de investimento de carteira local. Tudo isso porque o dólar, por exemplo, costuma ter correlação mais negativa se comparado ao desempenho da bolsa de valores. Não é raro de se perceber que, em tempos em que o Ibovespa está em queda, há alta no dólar. Portanto, diversificar esse investimento pode representar, de certa forma, uma excelente estratégia de investimento e lucro.
Afinal, o que é fundo cambial?
A principal característica desse tipo de investimento é também aquilo que lhe dá nome: a variação do câmbio, ou seja, da moeda estrangeira. O aspecto mais importante que deve ser observado nessa variação de aplicação é a flutuação de preços de moedas estrangeiras — ou como alguns chamam, a variação do cupom cambial.
Para que um investimento seja considerado cambial, ele deve manter, ao menos, 80% do patrimônio investido relacionado a moedas. Dessa maneira, os principais ativos que representam essa categoria são os fundos cambiais de dólares, ou seja, pessoas que fazem suas apostas nas variações da cotação do dólar americano.
E como é que funciona um fundo cambial?
De maneira generalista, os fundos funcionam basicamente do mesmo jeito. Eles representam uma espécie de investimento coletivo no qual os recursos de vários investidores são aplicados de forma conjunta com o mercado (que, neste caso, fica explicitamente relacionado às moedas). O ganho dessa ação passa a ser dividido entre todos os participantes dela, seguindo proporcionalmente o valor depositado por cada um.
A soma do dinheiro dos investidores recebe o nome de patrimônio do fundo. Esse patrimônio é gerido e aplicado por um gestor profissional, que passa a ser responsável pela aplicação e tomada de decisão sobre os recursos, seguindo uma política pré-definida.
Quando as aplicações realizadas têm resultado positivo, as cotas do fundo (menor fração do patrimônio) acabam sendo valorizadas e quando recebe resultado negativo, o inverso acontece, com elas sofrendo desvalorização.
Rendimento da operação
Os fundos cambiais, por estarem atrelados às variações de ativos relacionados a moedas, possuem uma característica notável: seu desempenho pode oscilar significativamente. Essas oscilações, por vezes abruptas, lembram o comportamento dos fundos de ações, o que os torna uma opção interessante para quem busca diversificação e exposição ao mercado cambial.
Entre janeiro e agosto de 2024, os fundos cambiais apresentaram rendimento de 9,3%, de acordo com dados fornecidos pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Durante o mesmo período, o CDI, que é a principal referência para investimentos de renda fixa, teve retorno de 5,1%. Essa diferença de desempenho evidencia o potencial de ganho — e também o risco — associado aos fundos cambiais.
Fazer sua diversificação de investimento apostando em diversificação cambial é uma forma inteligente de pluralizar sua carteira, garantindo rentabilidade na adversidade.
