O jiu-jitsu, mais que uma arte marcial, tem se tornado uma ferramenta de transformação social em Poconé, no Mato Grosso. Por trás desse movimento está Fábio Vieira, mais conhecido como Macarrão, um professor que, com dedicação e paixão, promove o esporte na cidade, impactando diretamente a vida de crianças, jovens e adultos.
Uma trajetória de superação e aprendizado
A paixão de Macarrão pelo jiu-jitsu começou em 1999, motivada pelo irmão Edvan e pelo mestre Chicão (Francisco Fernandes). Após conquistar o segundo lugar em seu primeiro campeonato como faixa branca, ele decidiu morar na academia, onde auxiliava nas aulas como faixa azul. Embora tenha se afastado do esporte por um período para se dedicar à paternidade, retornou em 2019 com determinação renovada, conciliando os treinos com o trabalho em um hotel no Pantanal.
Atualmente, Fábio é instrutor vinculado à renomada escola Gracie Barra há dois anos, e a conquista da faixa preta foi resultado de anos de esforço e lealdade ao esporte e à sua equipe.
O jiu-jitsu em Poconé: desafios e conquistas
A iniciativa de Macarrão de levar o jiu-jitsu a Poconé começou de forma modesta, no final de 2023, com aulas realizadas na sala de sua casa. No início de 2024, as aulas continuaram nesse espaço, mas foi a convite de seu amigo e aluno Willian Jesus que surgiu a ideia de iniciar um projeto maior, com o apoio da Polícia Militar. A partir de abril de 2024, o projeto ganhou força, com a adesão de escolas e o apoio da comunidade. Hoje, cerca de 60 crianças, entre 5 e 17 anos, participam das atividades, que também oferecem aulas noturnas para adultos.
Mesmo enfrentando desafios como a falta de recursos financeiros e a necessidade de dedicação total ao projeto, Fábio celebra o impacto social e educacional da iniciativa. “Formar um campeão para a vida é mais importante que formar um atleta. Nosso foco está nos valores de irmandade e integridade”, afirma.
Destaque em competições
Com apenas quatro meses de atividades, a equipe liderada por Macarrão já participou de seu primeiro campeonato, conquistando 9 medalhas – 3 de ouro, 3 de prata e 3 de bronze. O apoio da Polícia Militar e do Conselho de Segurança de Poconé foi essencial para alcançar esses resultados.
Benefícios do jiu-jitsu para a comunidade
Fábio destaca os benefícios físicos e mentais do esporte, que incluem o desenvolvimento de força, resistência, equilíbrio e flexibilidade. Além disso, o jiu-jitsu auxilia no controle emocional, fortalecendo a autoestima e a confiança dos praticantes. “A grande maioria dos alunos nunca havia praticado esportes antes, mas hoje eles se sentem mais confiantes e preparados para enfrentar desafios”, comenta.
Planos para o futuro
Entre os próximos passos, Macarrão pretende levar o jiu-jitsu para dentro das escolas públicas de Poconé, ampliando o alcance do projeto. Além disso, há planos para preparar atletas da cidade para competições nacionais e internacionais, com suporte técnico, físico e psicológico.
A vinculação à CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu) e à IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation) fortalece o projeto e abre portas para que os atletas tenham oportunidades em competições de alto nível.
Construindo uma comunidade mais saudável
Macarrão acredita que o jiu-jitsu pode contribuir para a construção de uma comunidade mais unida e saudável. Para isso, ele reforça a importância de políticas públicas que valorizem o esporte desde a infância e reconheçam o papel dos profissionais de ensino.
O projeto Pantanal Jiu-Jitsu, vinculado à Gracie Barra, já transformou a rotina de dezenas de adolescentes em Poconé. Com dedicação, apoio da comunidade e visão de futuro, o jiu-jitsu segue como uma força transformadora na cidade, mostrando que, além de esporte, é uma poderosa ferramenta de inclusão e desenvolvimento social.