Comemorando os 15 anos de criação, e mirando nas mudanças profundas no mundo e em si mesmos, ator e diretora recriam o espetáculo numa concepção inteiramente nova, com estreia carioca no CCBB.
A peça é uma adaptação do livro homônimo do escritor, dramaturgo, jornalista e filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960) lançado em 1942. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, sua obra marcou o pensamento contemporâneo com reflexões sobre o absurdo inerente à condição humana, a liberdade e a responsabilidade individual.
O livro – e a peça – contam a história de Mersault, um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana. Sente-se arrastado pela correnteza da vida e da história. Alheio à importância das coisas ao seu redor, comete um crime quase inconscientemente, recebendo com indiferença as consequências dos seus atos.
“Quinze anos se passaram desde que desenhei (o personagem) Mersault na primeira montagem. Nesses anos, tanta história se passou no mundo e na minha vida que é quase impossível pensar essa peça e esse personagem sem contar com tantos novos desafios que se apresentam frente ao nosso pensamento. Uma nova encenação para mim e para Vera se fez necessária para que o conceito cênico viesse com mais vitalidade e atualidade, um Mersault ainda mais objetivo e ao mesmo tempo mais potente se torna imprescindível para que possamos pensar uma interpretação mais contundente”
Guilherme Leme Garcia
Essa foi a maior motivação para o reencontro de Guilherme Leme Garcia e Vera Holtz com o texto de Albert Camus, desde o distante Natal de 2008 quando, na Dinamarca, conheceram a versão do ator e diretor dinamarquês Morten Kirkskov para a celebrada obra de Camus.
A dupla apresenta esta nova encenação depois de 15 anos da primeira e bem-sucedida montagem, sucesso de público e crítica que circulou por quatro anos pelo Brasil e se encerrou no Festival de Edimburgo em 2012. A temporada 2025 no Rio será realizada no tradicional e recém-reformado Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil.
Esta obra de Camus faz parte de sua trilogia sobre o absurdo, junto com outras duas – “O Mito de Sísifo” e “Calígula”. Em “O Estrangeiro”, o personagem central Meursault leva uma vida banal até receber a notícia da morte da mãe, cometer um crime, ser preso, julgado e condenado. Em meio à controversa relação entre o indivíduo e a lei, se sente mais um homem arrastado pela correnteza da vida e da história. Na trama, Meursault não encontra explicação nem consolo para os acontecimentos em sua trajetória, tudo acontece à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer pessoa que se depara com o absurdo.
“O teatro é fruto de uma imensa repetição, como sabidamente batizaram os franceses o processo do ensaio. Isto desafia o tempo, impregnando a arte de eternidade: só a arte fica. A releitura de uma obra é um gesto de imensa significação, que atinge uma altura máxima. Tomar distância para poder ver, tornar “Estrangeiro”, como quis Camus, como nos ensinou Brecht, ao tirar os tijolos da quarta parede e colocar o teatro face a face com o espectador. É o que buscamos mostrar, ou ainda, o que aprendemos neste reloaded. Ultrapassar o limite com passos firmes, fincados no desconhecido. Vamos dar as mãos ao nosso menestrel, Meursault, e seguir, meu Deus, sem saber para onde. Vamos para frente, amor, até o fim!”
Vera Holtz.
SINOPSE
Mersault é um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana. Sente-se arrastado pela correnteza da vida e da história. Alheio à importância das coisas ao seu redor, comete um crime quase inconscientemente, recebendo com indiferença as consequências dos seus atos.
Serviço
PRÉ-ESTREIA: dia 06 de fevereiro (4ªf), às 19h
TEMPORADA: de 06 de fevereiro a 02 de março de 2025
ONDE: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB RJ)
Rua Primeiro de Março, 66 / Centro, RJ Tel: (21) 3808-2020 | [email protected] (mais informações em bb.com.br/cultura)
HORÁRIOS: 5ª e 6ª, às 19h, sábado às 17h e 19h, domingo às 17h
INGRESSOS: R$ 30e R $15 (meia), na bilheteria do CCBB ou no site bb.com.br/cultura / HORÁRIO BILHETERIA: de quarta a segunda, das 9h às 20h / CAPACIDADE: 145 espectadores / DURAÇÃO: 70 mim / GÊNERO: romance filosófico / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos / ACESSIBILIDADE: sim / TEMPORADA: até 02 de março / sessão com Libras no dia 20/2 / @o.estrangeiro.teatro
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FICHA TÉCNICA
Texto: Albert Camus
Adaptação: Morten Kirskov
Tradução: Liane Lazoski
Direção: Vera Holtz
Atuação: Guilherme Leme Garcia
Desenho de Luz: Aline Santini
Trilha Sonora: Zema Tämatchan
Figurino: João Pimenta
Direção de Movimento: Renata Melo
Identidade Visual: Roger Velloso
Fotos: Gustavo Leme
Assistência de Direção: Sofia Safira Papo
Produtora Executiva: Sofia Safira Papo
Direção de Produção: Silvio Batistela
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
GUILHERME LEME GARCIA
Como diretor, ator e produtor realizou, nos seus 40 anos de carreira, mais de 50 espetáculos teatrais, com destaque para “Decadência”, “Quartett”, “Medea Material”, “Trágica.3”, “Rockantygona”, “O Estrangeiro”, “Hamlet”, “Macbeth” e “Diadorim”.
Dirigiu também os musicais “Romeu e Julieta, ao som de Marisa Monte” e “Merlin, ao som de Raul Seixas”. Dirigiu ainda shows de Mart’nalia e Ana Carolina.
Atuou em várias novelas, minisséries e filmes, e desenvolve trabalhos e pesquisas na área das artes visuais. Em 2023, dirigiu a ópera Isolda/Tristão para o Theatro Municipal de São Paulo. Em 2024, estreou em São Paulo como ator a peça “O ESTRANGEIRO_reloaded”, dirigiu “Realpolitik”, atualmente em cartaz simultaneamente no Rio e em São Paulo, e prepara para 2025 o musical “Hip Hop Hamlet”.
VERA HOLTZ
Vera Holtz é uma artista/pesquisadora que atua em variados campos de expressão artística. Com formação na música, nas artes visuais e na arte dramática, atua com ênfase no teatro, cinema e televisão, como atriz e diretora. Como atriz, responde por alguns dos maiores sucessos do teatro brasileiro, como Pérola, de Mauro Rasi; e, agora, Ficções, de Rodrigo Portella, a partir do livro Homo Sapiens, de Yuval Harari. No cinema, recebeu, recentemente, o maior prêmio brasileiro, o Kikito, por sua atuação em Tia Virgínia. Na televisão, teve atuações marcantes como Mãe Lucinda, em Avenida Brasil; e Santana, em Mulheres Apaixonadas. No campo virtual, mantém o perfil Vera Viral, consagrado por mais de um milhão de seguidores. Vera Holtz vem sendo companheira de viagem de Guilherme Leme, tanto como parceira de palco, como dirigindo ou supervisionando espetáculos criados pela dupla.
ALBERT CAMUS
Albert Camus (Argélia, 7 de novembro de 1913 – França, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino. Também atuou como jornalista militante envolvido na Resistência Francesa, situando-se próximo das correntes libertárias durante as batalhas morais do segundo pós-guerra.
O seu trabalho profícuo inclui peças de teatro, novelas, notícias, filmes, poemas e ensaios, onde ele desenvolveu um humanismo baseado na consciência do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta a esse absurdo. Para Camus, essa revolta leva à ação e fornece sentido ao mundo e à existência. Daqui “nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer”. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.
A curta carreira de Camus como jornalista do Le Combat foi ousada. Atuando como periodista, ele tomou posições incisivas em relação à Guerra de Independência Argelina e ao Partido Comunista Francês. Ao longo de sua carreira, Camus envolveu-se em diversas causas sociais, protestando veementemente contra as desigualdades que atingiam os muçulmanos no Norte de África, defendendo os exilados espanhóis antifascistas e as vítimas do stalinismo.
À margem de outras correntes filosóficas, Camus foi sobretudo uma testemunha de seu tempo. Intransigente, recusou qualquer filiação ideológica. Lutou energicamente contra todas as ideologias e abstrações que deturpavam a natureza humana. Dessa maneira, ele foi levado a opor-se ao existencialismo e ao marxismo, discordando de Jean-Paul Sartre e de seus antigos amigos.
O humanismo de seus escritos foi fundamentado na experiência de alguns dos piores momentos da história. A sua crítica ao totalitarismo soviético rendeu-lhe diversas retaliações e culminou na desavença intelectual com seu antigo colega Sartre.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Camus)
CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo o que você imaginar.