A premiação de cinema mais renomada do mundo está cada vez mais próxima. A cerimônia do Oscar acontece em 2 de março, e o Brasil está sendo representado por “Ainda estou aqui”. O longa dirigido por Walter Salles tem fortes chances de vitória, principalmente nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz Principal para Fernanda Torres.
Mas você sabe como funciona a seleção de filmes para o Oscar? Antes da escolha pela agremiação norte-americana, é realizada uma seleção pela Academia Brasileira de Cinema.
“Cada país tem a possibilidade de enviar um filme para representá-lo naquela edição do Oscar, e aqui essa seleção é feita pela Academia Brasileira de Cinema. A partir deste reconhecimento nacional, a Academia Americana de Cinema faz uma nova seleção, para efetivamente participar da premiação”, explica a atriz e apresentadora Yasmin Martins Mendes.
Yasmin (“SILENCIO”) é membro da Academia Brasileira de Cinema, e fez parte do comitê para escolher “Ainda Estou Aqui” como representante do Brasil na competição. Para ela, a obra tem um peso enorme, por retratar um período sombrio da história do país, e mostrar as consequências deste momento através dos olhos de uma família comum.
“É um filme forte e merece toda atenção que tem recebido, tanto que foi unânime a escolha para representar o cinema Brasileiro este ano. Ele traz um olhar muito delicado sobre o impacto da perda familiar, e mostra como a força de uma mulher, uma mãe, se sobrepõe sobre a ditadura para manter o elo familiar são. A Fernanda Torres está impressionante, assim como todo o elenco”, afirma.
Yasmin Martins Mendes
O país já foi indicado algumas vezes para o Oscar, como com Fernanda Montenegro em 1999 por “Central do Brasil”, mas até o momento só tivemos um brasileiro campeão – Luciana Arrighi, que venceu o Oscar de melhor direção de arte na edição de 1994. Yasmin acredita que o impacto da indicação – e uma possível vitória – possa levar o brasileiro mais ao cinema.
“Somente com a indicação do filme nós tivemos um clamor popular muito grande. Nas redes sociais há uma campanha muito forte pela estatueta, e isso tem se refletido nas bilheterias. O longa teve mais de 4 milhões de espectadores no cinema, sendo o quinto filme mais assistido no país ano passado. Esse resultado, por si só, é uma grande vitória para o cinema nacional”, completa.
Ela explica ainda que, durante o ano, a agenda da Academia é repleta de importantes datas voltadas para o cinema, sendo uma delas o Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro. Ao longo do ano, os filmes brasileiros lançados no cinema se inscrevem na premiação e os membros recebem uma lista com os filmes para fazer a primeira seleção, e assim a lista vai sendo atualizada até chegarem os indicados para o Prêmio Grande Otelo.
Yasmin tem sua própria experiência com o cinema internacional. Seu próximo filme, “Perfeita pra mim”, deve fazer parte da seleção do Festival de Cannes esse ano. A obra é um romance que aborda o preconceito e como a sociedade nos molda e determina quem podemos ou não amar, e como um grito de resistência os protagonistas se distanciam da metrópole para viver e descobrir um ao outro.
“Este ano estou pela terceira vez convidada a fazer parte do Festival de Cannes e quero estrear mundialmente o filme ‘Perfeita pra mim’ nos cinemas lá junto ao festival. Eu amei fazer parte do evento nas edições passadas. Foi um marco na minha carreira principalmente porque me ajudou a chegar ao Oscar e abriu portas pra mim e pra minha produtora. Pela primeira vez tenho um filme inscrito, porque acredito ter o perfil do festival”, finaliza.
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