No último domingo (20/04), o Tatame da Associação Kiai em Cuiabá, virou palco de grandes emoções e superações durante o 2º Exame de Troca de Faixa da Associação KIAI de KARATE Shotokan. Sob a coordenação do Sensei Edson Cardoso (3º Dan) – também presidente da associação e idealizador do projeto social “Karatê para Todos” –, 14 atletas puderam colocar à prova todo o aprendizado técnico e a disciplina adquirida em aula.
Avaliação técnica e moral: o verdadeiro espírito do Karatê
Para Sensei Edson Cardoso , a graduação vai muito além da simples mudança de cor na faixa. “A troca de faixa é o momento ápice do Karatê, quando cada atleta é avaliado pela técnica de movimento (‘Kihon’ e ‘Kata’) e pela aplicação prática em combate (‘Jyu Kumitê’)”, explica. Entre nervosismo e concentração, o exame revela o quanto cada praticante evoluiu – e, principalmente, como essa evolução reflete em sua postura dentro e fora do Dojo.
Destaques da manhã: técnica, foco e superação
Dos 14 participantes, cinco se submeteram ao exame para 6º kyu (faixa amarela), sete buscaram o 5º kyu (faixa vermelha) e dois almejaram o 4º kyu (faixa laranja). Entre eles, o jovem Diego conquistou menção honrosa ao atingir nota máxima para pular direto ao 5º kyu, enquanto Karine brilhou ao avançar ao 4º kyu com mérito. “Ficamos muito satisfeitos com o empenho demonstrado: defendendo golpes, encaixando técnicas e, sobretudo, mantendo o controle emocional mesmo sob pressão”, orgulha‑se Cardoso.
Além das quatro linhas do Tatame
O evento, integrado ao calendário anual da Federação Mato-grossense de Karatê e Cultura (FMKC), reuniu também a Associação Pantanal de Karatê Shotokan, de Poconé, fortalecendo laços e trocando experiências. “Quando pequenas e médias academias se unem, damos voz ao Karatê como esporte inclusivo. É uma oportunidade de mostrar alternativa de cidadania e disciplina para toda a comunidade”, comenta o vice‑presidente Júlio Bravo (1º Dan).
Formação cidadã: a filosofia KIAI
Em sua essência, o projeto “Karatê para Todos” não mira apenas medalhas: “Queremos formar bons cidadãos, capazes de enfrentar desafios pessoais e sociais com honra, respeito e disciplina”, reforça o Sensei Edson, que atua como professor de matemática e dedica-se ao trabalho comunitário. As aulas semanais, abertas a partir dos 7 anos de idade, mesclam treino técnico intenso a reflexões sobre valores budô, garantindo que o aluno aplique a filosofia do Karatê tanto no Dojo quanto no dia a dia.
História e desafios na região de Poconé
A filial de Poconé, coordenada pelo Sensei Jesus, nasceu há dois anos para atender a crescente demanda por atividades esportivas na região. “No início, faltava espaço adequando, mas, com apoio da associação, montamos um Dojo funcional e conquistamos confiança dos pais e alunos”, lembra Jesus. Hoje, o projeto social daquela comunidade atende várias crianças e jovens.
Olhar no futuro: ampliar, integrar e inspirar
Para o segundo semestre de 2025, a Associação KIAI planeja realizar um campeonato interno e promover parcerias com outras federações do Centro-Oeste. “Queremos trazer mais visibilidade ao nosso trabalho e, em Julho na segunda quinzena, estaremos organizar um Open Mato-grossense pela FMKC”, antecipa Sensey Edson Cardoso. O objetivo é claro: expandir o Karatê como ferramenta de inclusão social, incentivando novos praticantes sem perder a tradição e o rigôr técnico.
Dica para quem quer começar
“Aos jovens que desejam iniciar no Karatê, digo: não tenha medo de errar. A arte marcial se constrói passo a passo, com dedicação e paciência. Basta aparecer no Dojo, vestir o uniforme e manter a mente aberta para aprender”, aconselha o Sensei.
