Pouca gente sabe que a construção da Ponte Rio-Niterói envolveu acordos internacionais, presença da realeza britânica e até inspirou sambas e canções românticas. É justamente essa narrativa multifacetada que o público poderá conhecer de perto na exposição Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias, em cartaz no Memorial Ponte Rio-Niterói, na Ilha da Conceição, em Niterói, e faz parte do acervo permanente do espaço que está aberto ao público gratuitamente.
Resultado de uma profunda pesquisa histórica e curadoria em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), a mostra reúne documentos originais, objetos curiosos e conteúdo audiovisual, compondo um retrato completo da construção da Ponte que mudou o eixo urbano do estado do Rio de Janeiro.
Um dos grandes destaques é a réplica de um documento inédito, resultado do acordo comercial assinado entre Brasil e Inglaterra para garantir o financiamento da obra. Com esse tratado, o governo brasileiro conseguiu o empréstimo necessário para iniciar os trabalhos. O documento é exibido ao lado de imagens históricas da visita da Rainha Elizabeth II ao Brasil, ocasião em que a pedra fundamental da Ponte foi inaugurada.
A exposição também traz um acervo audiovisual composto por reportagens da época, vídeos originais e páginas de jornais e revistas dos anos 1960 e 1970. Esse material oferece um panorama não só técnico, mas também cultural, da repercussão da obra na sociedade brasileira.
A Ponte também foi fonte de inspiração artística. A trilha sonora da mostra destaca músicas que homenagearam ou mencionaram o patrimônio histórico, como a composição de Pedro Marcílio, o Marcus Pitter, escrita em 1970, antes mesmo da inauguração, e que fala da distância entre dois apaixonados separados pela Baía de Guanabara. Artistas como Jorge Ben Jor, Tom Zé e Seu Jorge também aparecem na seleção musical.
No campo dos objetos, há um conjunto de medalhas comemorativas cunhadas para marcar o avanço das etapas da construção, além de uma miniatura detalhada do DKW Candango, o primeiro carro a cruzar oficialmente a Ponte em 4 de março de 1974. O modelo, feito em metal, resina e plástico, exibe adesivos da Ecex (empresa responsável pela conclusão da obra) e do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e chama atenção pelo acabamento em tinta automotiva laranja.
Cumprindo seu compromisso com a acessibilidade, o Memorial oferece uma maquete tátil da Ponte, além de recursos de áudio e vídeo adaptados para visitantes com deficiência visual e auditiva.
Acervo digital disponível ao público
Além da visita física, a exposição se estende ao ambiente digital. O site oficial do Memorial Ponte Rio-Niterói — www.memorialponterioniteroi.
- Fotografias históricas da construção da Ponte (1969–1974);
- Plantas técnicas originais, organizadas por temas e etapas da obra;
- Uma compilação de estudos acadêmicos — teses, artigos, livros — produzidos ao longo das décadas sobre a Ponte, abrangendo áreas que vão da engenharia civil à literatura e ao direito.
Todo o material foi coletado, digitalizado e estruturado pela equipe do projeto com o objetivo de preservar e democratizar o acesso ao conhecimento sobre um dos maiores símbolos da engenharia brasileira.
Serviço
Exposição: Ponte Rio-Niterói: uma Ponte entre Histórias
Local: Memorial Ponte Rio-Niterói
Endereço: Rua Mario Neves, 01 – Ilha da Conceição, Niterói, RJ
Período: 16 de abril a 30 de julho
Horário de visitação: Terça a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Entrada: Gratuita
Após dia 30 de julho, a exposição passa a integrar o acervo permanente do Memorial. Para saber datas e horário de funcionamento, consulte o site do Memorial abaixo.
Mais informações e acervo online: www.memorialponterioniteroi.
