O mês de abril traz programação especial dos povos indígenas brasileiros na Ong A Casa de Bambas. É o Indígenas: Arte e Cultura dos Nativos do Brasil, que ao longo do ano celebrará sua diversidade de histórias e culturas, com oficinas, aulas de dança e até com um lançamento de uma Oca indígena, que poderá ser visitada por todos, gratuitamente.
A iniciativa, contemplada pela Prefeitura do Rio, através do edital FOCA – Fomento à Cultura Carioca é do capoeirista Mestre Jagunço, que há anos tem realizado ações sustentáveis, por diversas regiões, como: de Cordovil, das comunidades Cinco Bocas, Pica Pau, Parada de Lucas e Cidade Alta. Ele, que é indígena da etnia Xokó, pretende combater preconceitos contra os originários do Brasil, assim como trazer conhecimento aos jovens das comunidades.
Dentre as oficinas fixas, estão o aprendizado do gênero musical Coco, típico do Norte e nordeste do Brasil, que trazem juntos outros típicos para o compor, com zabumba, pandeiro e ganzá, que será ministrado pela professora Mila Suíta, capoeirista e brincante da cultura popular, como gosta de se denominar, com aulas semanais.
E, para oferecer a oportunidade de todos conhecerem as diferentes etnias indígenas do Brasil, a cada mês, a ong apresentará uma personalidade indígena para falar de sua etnia e tradições. A primeira será a etnia Kariri, representada na oficina de arte orgânica, com Ana Kariri, paraibana, escritora presidente do Coletivo Tuxuaua, rede de saberes indígenas e embaixadora do Fórum Mais Diversidade, nos dias 17 e 18 de abril, das 14h às 18h.
Para o mestre Jagunço, um amante da natureza e do meio ambiente, o brasileiro precisa entender melhor sobre os povos indígenas e sua rica cultura. E, nada melhor do que levar conhecimento aos jovens da comunidade.
“Esse projeto foi gerado em meu coração há muito tempo, fico feliz de ter o apoio da prefeitura, espero que não só as comunidades vizinhas, como todo carioca, se engajem com a gente. O povo indígena merece não só ser respeitado, como ter a sua história conhecida”, comenta o idealizador.
Oca será instalada em Cordovil para visitantes
No dia 23 de abril, a partir das 14h, os cariocas se surpreenderão com uma Oca indígena que será instalada na A Casa de Bambas. A cerimônia contará com apresentações culturais e trará em sua abertura o ritual do Toré, um importante ritual para o povo Pankararu, que sinaliza um sentido político e espiritual, pois inclui em sua dança, não apenas manifestações estéticas e culturais, mas, também do mundo sensível, e por isso eles dançam junto ao mundo terrestre.
Na ocasião, Ana Kariri retorna para uma roda de conversa sobre a importância da visibilidade da cultura Indígena que dividirá seus saberes com os interessados em aprender mais da cultura indígena.
Jagunço conta que a Oca foi construída com eucalipto e sapê, trazidos de Magé. Ele revela a dificuldade da construção, devido às chuvas, e outras dificuldades pelo caminho, como mordidas de marimbondo pelo corpo. Mas, ressalta que todo esforço vale a pena.
“O indígena é mais do que o personagem que desenhamos, com um cocar na cabeça. Ele traz consigo, saberes, culturas enraizadas em suas vidas, que é importante termos conhecimento, para aprendermos a respeitar, e cuidar de seu território. A Oca ficará instalada no local, para podermos promover nossas manifestações culturais, aulas, e também para visitação de todos. É um presente a nossa comunidade e ao povo carioca. Que todos possam estar conosco, e possamos aprender mais sobre este povo que faz parte da história do brasileiro”, conta.
Indígenas: Arte e Cultura dos Nativos do Brasil
Oficinas: Durante todo mês (Consultar Secretaria de A Casa de Bambas)
Lançamento da Oca: Dia 23 de abril – às 14h
Local: Estrada Porto Velho, 199, fundos. Cordovil. Rio de Janeiro